segunda-feira, 16 de julho de 2012

METÁFORA DAS CORES


Em uma floresta distante de nossa cidade, vivia uma pequena criança saudável, mas que às vezes estava triste. Essa floresta era enorme e localizada entre dois rios de águas límpidas e cristalinas, onde se podiam ver as pedras, plantas aquáticas e peixes que viviam em harmonia. A floresta também possuía uma nuance de aromas, diversos animais, plantas e cores que davam vida e alegria àquele lugar.


A pequena menina, embora vivesse em um belo mundo colorido, se via como um ser em preto e branco, sem cores, se achando diferente dos demais moradores da floresta. Isso lhe dava insegurança. Ao tocar uma rosa, uma flor, percebia que ela perdia odores e cores, ficando também em preto e branco.

Com isso a insegurança aumentava, pois dentro de si achava que as coisas saiam de seu controle. Com isto a pequena menina criou um medo dentro de si, achando que as coisas saiam de seu controle.

A pequena menina criou em sua mente um medo de que tudo que fizesse saísse errado. Nesse seu pensamento, até mesmo a floresta, que nunca deixou de ser colorida, começou a ser vista por ela em preto e branco.

Um dia, a menina estava sentada à beira de um caminho, encolhida, triste e pensativa. De repente no céu ela viu uma águia, que voava alto e de repente pousou no ombro de um senhor que passava pelo caminho.

Era um homem alto, experiente, de voz grave, e que sorria com os olhos de forma penetrante. Logo ele notou a presença daquela menina triste. Ele com a águia no ombro, parou e perguntou: “O que fazes triste e pensativa sentada à beira do caminho menina?” E ela logo respondeu com uma voz trêmula, olhar baixo: “Não estou feliz, pois as coisas ao meu redor fogem ao meu controle. Nem mesmo a floresta possui o colorido e os aromas do passado. Tudo que toco perde a cor”.

Em seguida a menina triste começou a chorar. O velho tentou consolá-la, mas a jovem fugiu com medo de que ele ficasse preto e branco, se o tocasse. Mesmo assim o bom homem lhe enxugou as lágrimas, e sem receio lhe abraçou de forma forte, intensa e fraternal. Mas ela ainda estava insegura, e fechou os olhos. Mas as lágrimas ainda caiam de seus olhos e molhavam a relva.

De repente o velho pediu que ela abrisse os olhos. Ao abrir seus olhos claros, foi tomada de uma grande surpresa. Cada lágrima que caiu na túnica do velho deu nuances de cores vivas e intensas. Ela se sentiu como se fosse beneficiada por um grande milagre em sua vida, e a emoção tomou conta de seu corpo, chorando mais ainda. Suas lágrimas, como mágica, ao caírem na grama deixaram tudo mais verde, e com nuances de tons especiais.

Logo ela perguntou ao velho homem o que teria acontecido. E ele disse: Tudo está sob teu controle, e nada vai sair errado se fizeres com amor, e acreditares em teu potencial e força interior. Suas lágrimas foram sinceras e com amor. E isto fez com que tu desses um novo significado ao teu mundo que, sempre foi, e sempre será alegre, vibrante e com muitos aromas. Mais calma ela veio a perguntar: “Quem é o senhor?” E após soltar sua águia, o velho partindo, e quase sumindo no meio da floresta, disse-lhe: “ Eu sou a tolerância, e sempre estarei dentro de ti.” O velho homem sumiu entre as brumas e árvores frondosas da floresta. Já alegre, a pequena menina de olhos claros começou a correr feliz pelos bosques da floresta, cercada de pássaros e borboletas. 

Por Fernando Dantas - 16.07.12

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