segunda-feira, 15 de setembro de 2025

ARTIGO - Visão Prosada de um Conjunto Poética do Autor de Nuntia Morata (MC)

 VISÃO PROSADA
DE UM CONJUNTO POÉTICO 
DO AUTOR DE NUNTIA MORATA
Márcio Catunda
[Genebra, 14.09.2025]

 

Lido e cuidadosamente apreciado há pouco, como o faço com suas centenas de produções versíficas, vi, em mais um conjunto de pés decassilábicos lusitanos do escritor coestaduano Vianney Mesquita (Palmácia-CE, 17.08.1946), amplo curso de múltiplas destrezas: assertivas filosóficas, significados polissêmicos e magníficos resgates lexicais. 

O produtor de Francisco Moradores do Céu (Palmácia-CE: Arcádia Nova Palmaciana, 2018), áugure dotado de vasta experiência na estese das catorze medidas em arte maior, com efeito, perfaz uma admirável densidade expressiva na consecução deste Travor e Melifluidade, reproduzido empós este rápido comentário, para nos explicitar a preponderância dos paradoxos na condição humana.

Assim, o autor deste mais do que precioso diamante polido com cinzel de fulgurante verve, dedicado ao eminente confrade Batista de Lima (Lavras da Mangabeira-CE) – antes se louvando na epígrafe do celebrado, per omnia secula... Dante Alighieri está a nos revelar que a vida, esse fenômeno misterioso, é composta de contradições que dialogam incessantemente. 

Sabores, cores, reflexos, ideias e atitudes do Homo sapiens estão permeadas de antíteses e antípodas, coexistindo em tudo a dialética dos dois lados, a energia binária, do fluxo e do refluxo, da dinâmica polaridade que engendra as mutações vorazes do tempo. 

O soneto e a dedicatória mais conformam uma prova dessa dicotomia em que se conciliam, no verbo iluminado do vate ora sob escólio, três grandezas do templo imortal da Poesia. Analogamente, os números se multiplicam nos ritmos universais, desde a simbiose do primeiro com o segundo algarismo, surgindo o trinitário valor das manifestações da natureza. 

In hoc sensu, o poeta é o filósofo, na conceição do Fiat lux do soneto.


Eis que, em verdade, se 

pronunciou outra vez a luz.


Márcio Catunda é escritor, poeta. Bacharel em Letras e Direito. Diplomata. Da Academia de Letras do Brasil e Academia Cearense de Literatura e Jornalismo. Mais de 50 livros.


***

 

TRAVOR E MELIFLUIDADE

[Para o Acadêmico Batista de Lima, da ACLP]

Vianney Mesquita 

[Arcádia Nova Palmaciana e

Academia Cearense de Literatura e Jornalismo] 


Às vezes, nascem amargas sementes oriundas d’outras [DANTE ALHIGHIERI – político, escritor e poeta. Florença,1265; Ravena, 1321]. 


Onde quer que haja algo doce, há constantemente alguma coisa amara. [PETRÔNIO, literato romano; talvez Tito Petrônio Árbitro.  Marselha (França); Cumas (Itália -sem mais informações)].


Eis aí oximóron genuíno,
Conquanto estranho ao nosso talante,
Ideado, no entanto, em cada tino,
Azedo e sacaroso ao mesmo instante.
 
Semelha algo que é baço e brilhante
A igual azo, japonês e chino
 Em arremedo, é gélido e escaldante,
Exorbita sagrado e libertino.
 
Dulcificado e acre – par de ensejos –
Melífluo e acerbo causariam pejos,
Se acaso ordinária a insânia fosse.
 
A humana vida, entanto, é dócil e amarga,
Ao sustentar fagueira em sua ilharga
A circunstância agra e o estado doce!


domingo, 14 de setembro de 2025

ARTIGO - Conatus - Até Onde a Vida Pede Luta (VM)

 Conatus
Até Onde a Vida Pede luta
Notações Preambulares

 Vianney Mesquita*

 

 

Gli stolti hanno il cuore sulla língua. È nel cuore, invece, che i saggi guidan la língua. “Os tolos têm o coração na língua. É no coração, entretanto, que os sábios guiam a língua” (Anônimo)

 

Contenta-me, sobremodo, proceder a rápidas e despresumidas considerações de mais uma obra de rematada qualidade científica e literária da agricultura do facultativo alagoano, há mais de 20 anos mourejando como cardiologista em Fortaleza, nomeadamente na seara da Cirurgia Infantil, amplamente conhecido no Brasil, Prof. Dr. VALDESTER CAVALCANTE PINTO JÚNIOR, agora Cidadão Cearense por graça justa e oportuna dos deputados Guilherme Sampaio e Leonardo Pinheiro, da Assembleia Legislativa do nosso Estado, circunstância a nos inteirar de júbilo, haja vista a exação do ato e em decorrência do portfólio acadêmico e funcional de seu detentor. 

Pelo fato de não ser fração dos meus parcos haveres profissionais a manobra dos motes jungidos à Ciência Médica e aos seus bens adstritos, conforme o são, num exemplo semi singular, a Psicologia, a Farmacologia, a Dentística e a Enfermagem, dentre tantos sub-ramos cobertos pelo saber parcialmente unificado e ordenado (segundo intenta e leciona o biólogo, filósofo e antropólogo grãobritano Herbert Spencer [Derby, 27.04.1820; Brighton, 08.12.1903]) a mim não é dado, também, adentrar, por descabido e até inaceitável, os temas procedentes da Medicina e de ramalhos que assistem, ordenadamente, mencionada iluminação. 

Cumpre-me, por conseguinte, assente em tais razões, obedecer à estrema no concerto dos frugais entendimentos detidos ao extenso da vida e no decurso das conjunturas escolares oficiais e em particulares circunstâncias de auto ilustração, para, a convite do médico da Universidade Federal do Ceará – minha Alma Mater  e doutras instituições cearenses, mestre e doutor Valdester Cavalcante Pinto Júnior, partícipe da joia autoral da ambiência cearense e brasileira, insertado no mais elevado na Literatura, cogitar nas ideações de tão enobrecida figura. 

Por primeiro, atentemos para a epígrafe (de domínio público) do módulo sob relato e articulemos estas cotas preambulares, no tentâmen de revelar acerca do que planeou exprimir o autor – anônimo, mas que parece sugerir haver sido o Dr. Valdester a escrevê-lo, em consequência das suas reflexões racionais, que vestem como luvas a ideação translúcida desta inscrição: Os loucos trazem o coração na língua, ao passo que é no coração que os sábios a conduzem. 

Mesmo que eu haja escolhido deixar o coração avesso à sua função, primordial do cirurgião cardiovascular agora apreçado, no senso da transcrição, porém, vai o preclaro leitor divisar a ideia de que a frase merece uma ponderação acerca de como as pessoas arrebatadas, meio-apressadas, impõem vazão às próprias emoções, esquecendo-se de segregar seus humores – como por meio de um filtro. 

A segunda parte do brocardo italiano incógnito conduz-nos à noção de que os saggi detêm um comando bem mais intensivo sobre suas emoções do que os stolti as transportam com a devida introspecção e a necessária sabedoria. 

Certificar-se-á, decerto, o distinto consulente desta produção literocientífica, ao ler e interpretar as lúcidas exposições e ilações ora manifestas, de que as inferências do Alagoense e Neocidadão Cearense estão preservadas de qualquer balda de irracionalidade, configurando-se como naturais e absolutamente coerentes, em particular, porque hauridas de seus conhecimentos, práticas, instruções e habilidades, ao largo do exercício de seu labor nos vãos e desvãos dos misteres profissionais, em um País ainda bem apartado do ideal – e quase quimérico  mormente no que é relativo à atenção e ao cuidado em saúde humana. 

É fácil, genuinamente inteligível, a noção, expressa na sequência, ao se conjecturar pela atenção desmedida às idealizações literárias expendidas neste volume, maiormente por parte da vertente que aporta seus consultantes de mesma linha profissional e afins – facultativos e profissionais da saúde. Eis que o Autor, na largueza e no circuito das solicitações do seu mister vitorioso de cirurgião cardiovascular infantil e em permanente convivência com partícipes familiares, granjeou a obtenção de compreensões mais lúcidas e contíguas a outros ramos disciplinares do saber relativo, motivo por que os entendimentos expostos na produção sob comento denotam, meridianamente, a medrança de seus alcances intelectivos, consoante é verdadeiro nas moções, conducentes ao choro, ao lacrimejo, em particular de consulentes mais frouxos, do quilate deste rabiscador,  impressas, verbi gratia, nos segmentos A Humanidade em Suspenso e em A Fé, a Dor e a Ordem da Natureza.

Evidentemente, o crescimento espiritual ao abrigo da alusão imediatamente anterior, isto é, a dilatação do intelecto, não se ateve, tão-só, às observações do Escritor arrimadas na formação científica circunspecta nas universidades, sítios de caça investigativa e campos de prova, tampouco, singularmente, às realizações fáticas vinculadas às doenças, a situações estressantes sob sucessos inesperados, desordenamentos mentais dos grupos familiais, casos de má administração hospitalar, querelas invisíveis  conquanto  tangíveis demanda pelos “holofotes” por parte de oficiantes enfatuados, chefes presunçosos (...) e tantos estados de coisas domiciliados nos lugares das ocorrências. Destes, não é ocioso expressar, somente possuem a dimensão aqueles que se encontram na batalha, tanto sadia como (em certos casos) malsã, sendo que a peleja insana, muita vez, destroça a refrega salutar, se não houver a indispensável cautela, cumprida pelo Assinante de Entre Fios e Nós (Fortaleza, 2025) à proporção da sua caminhada vital-laborativa. 

Então, com o escopo de amanhar mais conhecimento, corrigir e aperfeiçoar suas ações, tão bem configuradas por Valdester Cavalcante Pinto Júnior no compêndio sob relação, ele, seus confrades e acólitos se mandam à cata de bens multidisciplinares dotados das respectivas certificações, a maioria dos quais tem suporte na prática, segundo sucede com o produtor das inspirações agora em cotejo, juntura saudável do tirocínio profissional com os teores da ciência, cujos resultados, com justeza, serão os melhores, mercê de sua elevada e induvidosa valoração.

Recorro, entrementes, neste momento, ao expediente do parêntese, incluindo a expectativa de que os eminentes leitores deste fruto literário e dotado de cientificismo não aguardem que, transpondo essas manchetes, notas principais respeitantes ao CONATUS  até onde a vida pede luta, eu informe o teor inteiro da obra. Este é propósito que a mim não me impende, porque não aspiro a surripiar do bem recepcionado leitor a satisfação de ver o conteúdo da escrita primeiro do que todo mundo, sem que subtraia nestas aligeiradas notações essa possibilidade de ele se enlear com a narração e as lições mostradas no volume, pois entendo ser preciso consagrar respeito ao futuro consultante de um escrito, ao não fornecer, sequer, manchetes de seu enredo, narrar passagens ou extrair ilações (as quais são passíveis de não corresponder à vontade expressiva do escritor e até induzir ao logro aquele que o descodifica), porquanto, compreendo que a pessoa, ao lê-lo, tenciona mesmo é conhecer in situ, sob o patrocínio direto do autor, suas compreensões a respeito dos eventos contados, sem a interferência de um terceiro, o qual é passível de larapiar-lhe a vontade de leitura. 

De tal jeito, prezadíssimo viajor dessa jornada literária: deixo ao seu querer o ensejo de ler, em primeira mão, sem minhas informações – as quais deneguei – esta conjunção ideativa de intenso vigor narrativo, produzido num horizontal modo de escrever, sem subir aos exageros linguísticos nem descer ao vulgo, em nenhuma ocasião, como sucede com escritores ainda aprendentes do ofício escritural. Expressas qualidades estampam o alteado proveito editorial cultivado pelo Prof. Dr. Valdester C. Pinto Junior – de quem me comprazo ser amigo e paciente revascularizado cardíaco há 20 anos  senhor do seu mister profissional e reprodutor das ideias excepcionais aqui socializadas, que não se esqueceu de contabilizar todos esses créditos ganhados à medida do tempo. 

Uma vez trancada a intervenção parentética há pouco exposta, cumpre remeter-me a um aspecto, extraordinário – específico – seminal, do interesse sob relação, certamente, na conceição pessoal, o ponto de saliência das posições por mim exprimidas nesta oportunidade, representado na maneira honesta e saudável de o Autor manifestar-se no que se conecta às compreensões imparciais de religiosidade e , no concerto da sua atividade facultativa feito cirurgião cardiovascular. 

Há-de se verificar, sem interferência de localização espaçotemporal, em todo o Orbe, peculiarmente nos meios de propagação coletiva, os media - neste passo insertada a obra literária - e a peça científica, nalgumas oportunidades, mesmo com a interdição do estrato do saber parcialmente ordenado (Filosofia da Ciência), o capricho e a birra de se amplificar sem medida certas ideações, sob o prisma, quer positivo, quer negativo, exagerando-se – sem necessidade, seja expresso – a axiologia e as cristalinas verdades localizadas nos centros dos pontos de vista cristalizados pela autenticidade e a razão. Daí, então, provêm as discussões, pendengas, arengas desazadas, intrigas pessoais e familiares, divisões grupais e sociais..., indo, muita vez, ter seu termo nos cemitérios. 

Insertos nestas condições, encontram-se, exempli gratia e entre muitos outros, os motes-partes de Política e Religião, os quais, haja vista seus desacertos e sem-razões, não ensejam a pacificação da Humanidade. Remansam, por conseguinte, os extremismos prejudiciais e desprovidos de razão, achegando-se às estremas (no âmbito da Política) esquerda/direita e Deus/Satanás. 

Exatamente neste lapso, encontrei o ponto de saliência, o qual adita valia qualitativa ao exemplar comentado, em decorrência do emprego da lógica, aplicação da inteligência e ajuntamento da prontidão intelectiva quando da eloquente e expedita menção aos vínculos vida/moléstia/religiosidade. No dito ensejo, o Autor, ao patentear os préstimos advindos desta excepcional coalizão, acolhe, defende e concede publicidade à ideia, com suporte no prisma científico e literário, fato garante de seu agasalho da banda dos seus mui especiais leitores, habitantes da senda onde estão os saberes da saúde humana. 

Encantou-me, demasiado, a ausência de alusões adocicadas, muito comuns na carolice dos “santinhos” e “santinhas” de mãos postas, execrada por este escrevinhador cristão-católico romano praticante, por ser atitude plenamente despropositada, aliás, avessa aos ensinamentos bíblicos. De semelhante modo, prezei de sobra o jeito humano natural de expor as concepções assuntivas sob pauta, desprendendo-se da rusticidade própria dos pseudossábios auto deificados, quando rebatem grosseiramente a assunção dos fiéis aos entendimentos do Santo Livro, e se louvam no chega-pra-lá a quem resolve habitar o ideário dogmático da Trindade. 

Impõe-se, a modo de remate destas ligeiras considerações, chamar sua atenção, leitor destacado, para o fato de que este escrito é de nobílima significação, tanto na condição de manifesto científico, adornado pela luminosa experiência do seu autor na senda da Cirurgia Cardíaca e suas ações afins,  quanto no concernente ao seu teor literário de basta categoria, principalmente no emprego utilitário, correto e vasto do código linguístico português, escrito com simpleza, porém sem descender à vala comum, tampouco intentar subir aos páramos da manifestação linguageira para se mostrar erudito. O ensaio é de uma largueza intelectual e prática impressionante, sem repetição de palavras e expressões, de sorte que aplica a Língua de Camões somente com o fito de ensejar leitura e descodificação inteiriça aos seus consulentes, sem abandonar, para servir aos ledores menos aprestados, os expedientes de um português castiço, o qual, isto sim, solicita de quem o intenta compreender o necessário aprofundamento, porquanto os escritos no valado comum não conduzem nada de pedagógico, insistindo, porém, naquilo que já se sabe. 

De tal maneira, esta neo produção do Prof. Dr. Valdester Cavalcante Pinto Junior constitui uma gema diamantina de peso para fazer parte do mealheiro da nossa cultura e servir como um depósito riquíssimo da herdade intelectual do povo cearense e brasileiro, configurando, com efeito, artefato singular a fim de adestrar os leitores no que tange às matérias de sua reprodução, pois volume a engrandecer a axiologia temática da Cirurgia Cardiovascular, da Medicina em geral e dos sub- ramos com os quais encerra contiguidade. 

Viajemos, pois, por esse périplo enriquecedor.

Feliz viagem. Vale a pena!

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

REFLEXÃO - O Para-brisa (PN)

 O PARA-BRISA
Pierre Nadie * 


Hoje, o dia pregou-me uma lição. Saí pela manhã, no meu carro, com o para-brisa bastante transparente, permitindo-me lucidez para conduzir com segurança. E fui dirigindo normalmente. A certa altura, sem nenhum aviso prévio, o sol resolveu me dar as caras. 

A sua possante luz abateu-se sobre o carro e, ao iluminar o para-brisa, a sua transparência, que me permitia trafegar em segurança, de repente, tornou-se opaca, com uma sujeira até então não percebida, que agora o sol denunciava. Tive, então, de acionar o ejetor de água para limpar o vidro e só então continuar seguindo no meu périplo diário.

Essa ocorrência transportou-me para dentro da minha vida, e a de todos nós. Quantas vezes, pensamos que tudo vai bem conosco, e de repente nos sentimos inseguros em nossa caminhada? Por nossas atitudes e nossos gestos, nossos sonhos se distanciam e nossos relacionamentos murcham, enquanto achamos que o nosso para-brisa está normal. Então encontramos justificativas para as dificuldades, para os desencontros, para os nossos bloqueios. 

Somente quando o sol de nossas vontade e determinação nos ilumina o interior, conseguimos enxergar claramente as sujeiras nossas, que nos estão atrapalhando a consecução de objetivos e impossibilitando relacionamentos mais saudáveis. E simulamos que o problema não está em nosso para-brisa, mas alhures. 

É, então, momento de coragem para acionar o ejetor da consciência e fazer o sol do autoconhecimento rebrilhar. 

E a viagem prosseguir...


domingo, 7 de setembro de 2025

NOTA ACADÊMICA - Evento Múltiplo da ACLJ

 EVENTO MÚLTIPLO
DA ACLJ
 
(ARCÁDIA – POSSE – SARAU)


Em grande evento cultural, a ACLJ realizou, no “Salão Luau” da sede do tradicional clube Náutico Atlético Cearense, na Av. Beira Mar, em Fortaleza, neste último 04 de setembro, a sua 8ª Reunião da Arcádia Alencarina, para dar posse ao acadêmico Franzé Façanha, que é tão “Bozoka” quanto Edson Arantes do Nascimento era “Pelé”, e como Graça Meneghel seria “Xuxa”.











 

Compondo a “Mesa Tau” os árcades fardonados Adriano Jorge, Luciara Aragão, Pedro Bezerra de Araújo, Reginaldo Vasconcelos, Rui Martinho Rodrigues, Sávio Queiroz Costa, Vianney Mesquita e Vicente Alencar.


Na galeria transversal da Mesa o Dr. Lúcio Alcântara, Membro Benemérito, que abriu os trabalhos; ao lado dele o jornalista Fernando César Mesquita, Membro Titular Fundador; além deles Linhares Filho, que é o Príncipe dos Poetas Cearenses, e o empossando, o Bozoka, Francisco José Cavalcante Façanha.

Presentes ainda os acadêmicos acelejanos Cândido Albuquerque, César Barreto, Gabriela de Palhano, George Tabatinga, Altino Farias, Geraldo Gadelha, Humberto Ellery, João Pedro Gurgel, Karla Karenina, Poty Fontenele, Roberto Bomfim e Ulysses Gaspar, além de convidados especiais: o empresário José Alves Brasileiro e a sua consorte Dona Maria Aparecida, o Dr. Nonato de Castro, o casal Engenheiro Ângelo Guerra e Dona Laenia, o casal Luciano e Joana Vasconcelos, e o empresário e músico Marcelo Melo, todos comendatários da ACLJ.

Também compareceram a dupla de cantores líricos Franklin Dantas e Samira Denoá, e a Advogada Liduina Lessa, viúva do saudoso Membro Benemérito Evaldo Gouveia, compositor da Canção da Academia – além de familiares e convidados do empossando, Franzé Façanha Bozoka.



Após a solenidade de posse, procederam-se às manifestações artísticas e poéticas, no 4ª Grande Sarau da ACLJ, momento em que apresentaram suas performances literárias, poéticas e musicais Reginaldo Vasconcelos, Presidente da ACLJ, Karla Karenina, César Barreto, Adriano Jorge, Gláucia Bomfim, Altino Farias, Linhares Filho e Humberto Ellery.





Abrindo a sequência de apresentações líricas, os cantores Franklin Dantas e Samira Denoá, em um belíssimo dueto, saudaram Silvano Serra e Paurilo Barroso, autores da opereta cearense “A Valsa Proibida”.


Bem como homenagearam Raimundo Arrais e Ayla Maria, intérpretes tradicionais daquela peça musical, executando a canção-tema daquele espetáculo. A mesma dupla cantante encerrou a festa interpretando lindamente a Ave Maria de Gounod. 

A opereta “A Valsa Proibida” foi objeto de um primoroso documentário do acadêmico Roberto Bomfim, que o idealizou e roteirizou, executado pela Zoom Digital para a ACLJ, patrocinado pelo Grupo M. Dias Branco, exibido na sua Assembleia Geral Ordinária de maio deste ano.

Esteve na condução do evento do dia 04 de setembro o acadêmico Vicente Alencar, Secretário-Geral da ACLJ, e o seu Mestre de Cerimônia oficial.

A cobertura foto-cinegráfica esteve a cargo da CL Produções (Cira e Rocélio), drone da Zoom Digital (Eduardo Pinheiro), imagem e som da Data Show Fortaleza (Elvis Bessa).



O bufê da Sawa Gourmet (Vander Abreu), o coquetel da Original Bartenders Cocktails (Thiago Oliveira) tudo sob o comando do assistente Daniel Vargas.

O apoio cultural foi da BSPAR (Beto Studart), da LCR Editora (Fábio Brasil) e da Haus Motors (Rogério Rangel), representante da BMW em Fortaleza, marca patrocinadora da atividade de moto-explorador, pesquisador e literato do Bozoka.

Finalizando o evento, conforme a tradição da ACLJ e da Arcádia Alencarina, levanta-se um brinde ao sucesso, com vinho do Porto.

  


DISCURSO DO PRESIDENTE
REGINALDO VASCONCELOS

“Eu nunca pensei que houvesse tanto / coração brilhando / no peito do mundo”, digo eu – numa paráfrase de uma letra do Caetano Veloso. 

De fato, sempre que um dos nossos percebe esse brilho estelar a reluzir na alma de alguém, que tira da multidão e nos apresenta para compor a Confraria, esse verso do artista sônico baiano me ocorre. 

Hoje, pelas mãos do confrade Roberto Bomfim, trazemos para o nosso perene abraço fraternal essa figura nobre do Bozoka, o qual, por trás do notório apelido paterno, traz os sobrenomes “Cavalcante Façanha”, que, profeticamente, qualificam alguém que sobre o seu cavalo de aço faz grandes proezas mundo a fora. 

Mas não pensem os incautos que seja apenas pela coragem e a estamina que possui, de percorrer caminhos infinitos e de galgar montanhas geladas com a sua máquina varonil, movida a testosterona, não pensem que é só por isso que Bozoka se destaca entre o comum dos mortais. 

Não. Além disso, Cavalcante Façanha é um brilhante humanista, um historicista arguto, um pesquisador obstinado, um refinado intelectual, que faz da sua vida pessoal um poema de cordialidade e de candura. Seja bem-vindo à nossa casa de letras, Bozoka, cujo dístico latino da bandeira é: non male sedet, qui bones adhaeret. Em tradução livre: “quem se junta aos bons se engrandece”.

E por falar em poema, após a cerimônia de posse, eu sugiro que repousemos as pelerines e afrouxemos as gravatas. As senhoras, em querendo, descalcem os saltos altos, para que procedamos ao nosso sarau interativo de música e poesia. 

Passaremos a festejar a existência, a comemorar a vida, a fazer um culto aos deuses da beleza e da alegria, produzindo uma experiência memorável, como fizemos nos nossos saraus anteriores, desta vez também em saudação ao novo acadêmico. 

E desta vez pisando o chão sagrado deste Náutico Atlético Cearense, palco de intensa convivência social por tantos anos, do qual o nosso mais longevo jornalista, Lúcio Brasileiro, retirou substrato jornalístico para a sua coluna setuagenária; em que foram nadadores juvenis Humberto Ellery e Beto Studart; no qual lancei alguns dos meus livros e vivi grandes eventos, notadamente animados carnavais. 

Abrindo o nosso sarau cultural o Franzé Façanha discorrerá rapidamente sobre o seu primeiro projeto literário na ACLJ, pesquisa que realiza para a biografia do grande cearense Euclides Pinto Martins, patrono da sua cadeira acadêmica, obra que em seguida ele editará. 

Como sabemos, Pinto Martins, que empresta seu nome ao aeroporto internacional de Fortaleza, foi o jovem aviador que pela primeira vez voou de Nova York ao Rio de Janeiro, em 1922, uma saga de muitos obstáculos, um feito heroico para a época. Em seguida ele iniciou tratativas para a exploração de petróleo no Brasil, mas morreu, misteriosamente, aos 32 anos de idade – mistério esse que Bozoka certamente vai deslindar nas suas pesquisas. 

Dando sequência ao sarau, a dupla de cantores líricos Franklin Dantas e Samira Denoá farão uma demonstração de sua magnífica performance na opereta A Valsa Proibida, de Silvano Serra e Paurilo Barroso, na qual eles substituíram Sebastião Arraes e Ayla Maria, nas últimas montagens da peça, em 2011, no Teatro José de Alencar.

A opereta “A Valsa Proibida”, a única peça de teatro clássico escrita e produzida no Ceará, por cearenses, e que obteve grande sucesso por muitos anos, foi objeto de um magnífico documentário produzido para a ACLJ pelo nosso confrade Roberto Bomfim, da Zoom Digital, em maio deste ano, sob os auspícios generosos do Grupo M. Dias Branco. 

A propósito, agradecer ao nosso Benemérito Beto Studart, que nos dá apoio, mas que não pôde comparecer por imperativo de sua concorrida agenda social. Como também ao Presidente Henrique Vasconcelos, que tem feito uma administração prodigiosa neste clube, grande patrimônio histórico e arquitetônico da cidade, bem como ao amigo Rafael Pordeus, o qual intercedeu pela cessão do espaço à ACLJ, para a produção desta mágica e feérica experiência cultural. 

Por fim, agradecer à Andréa, ao Iuri e ao Raimundo, do Bárbara’s restaurante, que também colaboraram para o êxito desta noite festiva. 

Tenho dito.