sábado, 24 de agosto de 2024

NOTA CULTURAL - "A Vida Como Obra de Arte".


 BETO E ANA STUDART
PATROCINAM A BIOGRAFIA
DE
LÚCIO BRASILEIRO 
 
E
RECEBEM AMIGOS COMUNS
PARA A NOITE DE AUTÓGRAFOS
DO LIVRO
“A VIDA COMO OBRA DE ARTE”

ORGANIZADO POR 
REGINALDO VASCONCELOS
DA
ACADEMIA CEARENSE
DE
LITERATURA E JORNALISMO














Imagens: Cira Leona Produções


VÍDEO COMPLETO
ACIONE O LINK ABAIXO



Vídeo: Cira Leona Produções

Praça BS - Fortaleza - 13.08.2024 


sexta-feira, 23 de agosto de 2024

RESENHA - Eutimia (VM)

 EUTIMIA
Vianney Mesquita*

 

Malgrado nos tenhamos reformado, há alguns anos e por tempo de serviço formal (emprego), vemo-nos de braços com mil quefazeres, na informalidade, no cuidado com as leituras e outras res do espírito, de maneira que, após alguns anos de publicado, somente agora tivemos o lance de nos deliciar com ler, sob vagar e meditação desvelada, Eutimia – o Segredo da Felicidade Essencial.

Desta feita, entretanto, ainda nos não impendeu comentar no que toca ao cerne teorético do livro, o qual detém nos seus haveres o pormenor da disrupção, porque interrompe o curso normal dos seus entendimentos, entrelaçando as compreensões, razão por que, sendo, assim, afeito à contra intuição, não agrada à pluralidade dos leitores, conforme atesta o autor. 

Nosso propósito, neste passo, resulta em fazer remissões ao Escritor, por quem detemos admiração muito singular, deixando remansar para lance posterior os comentários atinentes aos teores de Eutimia. 


Convém, todavia, de saída, atentar para a noção de que, no raciocínio do próprio R.V., a obra desagrada os agnósticos pelo fato de acatar o espiritualismo, enquanto os espiritualistas não se aprazem com sua obliquidade cientificista, exempli gratia, por não considerar a fé como algo místico, mas feita ocorrência saudável e necessária. Seus entendimentos insertam as Escrituras configuradas na elevada sabedoria, não expressas, porém, como simples revelação extraterrena. Algumas outras razões subsistem, pois, para inserção, a posteriori, em prováveis exegeses pelos meios para difusão maciça. 

Decidimos perfilhar como bordão, em tudo aquilo que nos é dado referir ou deixar de o fazer, quando impraticável, o anexim de procedência helena – Sapateiro, não passe do calçado! – correspondente na língua do Lacio à dicção Ne, sutor, ultra crepidam! 

Na informação extraída do Lello Universal – Dicionário Enciclopédico Luso-Brasileiro (Porto, 1983: 568), dita expressão, transposta para o latim, tem assento na obra História Natural, 35-36, do naturalista romano Caio Plínio Segundo, o Antigo (79 d. C), ao se reportar a um evento ocorrido com Apeles, o mais renomeado dos pintores da Hélade. 

Conforme a letra basta da História, Apeles, nascido em Cólofão, Lídia, teve existência no Séc. IV a. C, vivendo na casa de Alexandre Magno, de quem reproduziu retrato. Consoante retromencionada fonte librária, o Pintor se diferençou dos demais pelas cores brilhantes das figuras. 

Apeles era muito severo consigo. Aceitava sem se ofender qualquer crítica e até a provocava. Dizem que expunha seus quadros ao público, escondido atrás da tela, para ouvir as reflexões de cada qual. Certo dia, um sapateiro achou o que criticar na sandália de uma das figuras, representadas no quadro, e logo Apeles corrigiu o defeito. No dia seguinte, aquele chumeco audacioso entendeu que lhe era dado criticar igualmente outras partes do quadro, mas Apeles saiu do seu esconderijo e disse: – Não vá o sapateiro além da chinela. (IDEM, IBIDEM). 

Eis que, então, acedemos de imediato ao aconselhamento do Artista, referido por Plínio, o Antigo, pois não é cometido a quem não conhece enunciar opiniões em ultrapassagem aos chinelos do sapateiro apelesano. Assim acontece porque conceitos deste modo emitidos, sem substrato na verdade, recorrentemente, conduzem o leitor a penetrar a falácia e reproduzi-la por via da imensa força propagadora da comunicação massiva, exatamente em razão do despropósito do comunicador na transferência de mensagens de cujo teor não guarda certeza. 

Tal não intenta exprimir, porém, a ideia de que não haja lido e compreendido o conteúdo de Eutimia, absolutamente bem refletido pelo intelectual coestaduano Reginaldo Vasconcelos, senhor da facilidade de arrumar as palavras em todas as suas classes gramaticais e arranjos elocutórios e de quem somos admirante, desde a primeira vista d’olhos sobre um texto seu.

Consoante, muito apropriadamente, descreve o Dr. Arnaldo Santos, no antelóquio à Eutimia (Fortaleza: RDS Editora, 2013), o sentido de circunstância feliz da pessoa como destino da vida; a situação do ser humano e seus recontros; a realidade transcendental, considerando-se a relação das compreensões da atividade científica em seus decursos físico-químicos; bem assim a certeza da onipresença do Criador, configurado na Trindade Santíssima – entre outros temas saudáveis – constituem parte das abordagens do Autor de O passado não passa, agora também sob intelecções filosóficas acertadas e consistentes, a julgar pela clareza lógica com que explana suas certezas, postado (nós) na condição de imperito temático.

De acordo com o expresso nas obras lexicográficas de referência da língua portuguesa – e conforme o livro do Dr. Reginaldo ensina – em leitura livre, eutimia denota a exata tranquilidade espiritual, a sereníssima felicidade, conquanto tenham curso as intercorrências naturais da existência, como, num exemplo nosso, o advento inexorável da morte. Repisadamente, em situações vexatórias, estas fazem balançar o edifício eutímico, i. é, o endereço da pessoa feliz, embora, passada a borrasca, se retorne – após o lapso do nojo, o decurso penoso do luto – à circunstância de experimentação do bem-estar e da ventura. 

O étimo desse vocábulo é do grego euthumia/as = coragem, alegria, de eu = bom, bem + thumós/ = sopro, princípio vital, alma, vida, ânimo. Seu inaugural registro em livro de referência sucedeu em 1836, com a grafia euthimia, conforme demarcam os lexicólogos Antônio Houaiss e Mauro de Sales Villar, no Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa (2001). 

Consoante se depreende da doutrina de Reginaldo Vasconcelos, quando cuida, entre outras ideias e com distintas palavras, de fé, paz, morte e condição ideal, a noção científica de eutimia está inserta na ciência psicológica e na psiquiatria médica, como limite de equilíbrio entre a distimia (humor perenemente baixo e sua feição mais intensa, a depressão maior), como da hipotonia, a qual denota a disposição de espírito constantemente elevada, com seu perfil mais intensivo – a mania

Constitui, por conseguinte, noutra interpretação conotativa, o objetivo da terapia das desordens de humor, como ciclotimia (ou psicose maníaco-depressiva) e transtorno bipolar, psicopatologias de cuidado da psiquiatria médica e da psicologia clínica, cujos limites – onde termina um destes saberes e começa o outro – não é simples estabelecer e até mesmo resta inviável precisar. 

Aportadas às sandálias do Pintor, estamos dispensado de prosperar com escólios mais demorados, em decorrência das razões há pouco manifestas, muito embora se expresse clara a ideia de que qualquer bom decodificador de escritos deste mérito está habilitado a adentrar com sucesso o assunto, louvado nos argumentos consentâneos do Autor e dos ensinamentos por este expendidos, porém fora dos domínios de seus consulentes, em especial, dos jejunos (como nós) em relação à matéria, sendo-lhes interdito deitar cátedra, até que se aprontem convenientemente para tal. 

Desta maneira – mesmo para não subtrair dos leitores o tempero da novidade trazida por Eutimia – eximimo-nos de prosseguir com notas relativas à nossa descodificação do teor do volume, porém devemos esposar o fato de que somos admirador do escritor Reginaldo Vasconcelos, pela facilidade de muito bem se expressar, quer em língua prosa ou noutros expedientes artísticos – como a poesia e a pintura, por exemplo – porquanto, para isso, se prontificou nos desvãos da procura do saber, de custosíssima apreensão – e disto só têm certeza aqueles que sabem. 

Efetivamente, o consideramos pessoa eclética, haja vista a variedade argumentativa coberta por suas apreciadíssimas crônicas, os poemas, artigos, ensaios, pinturas e outros gêneros de expressão literária e artística, onde se demonstra o analista percuciente, o cronista romântico, o pintor ideativo, o poeta eutímico, o epistológrafo atilado, interessante e alegre. Tal sucede até mesmo nos correios eletrônicos, os conhecidos e-mails, endereçados aos seus pares, quando sugerimos, quase sempre, transformá-los em escritos para socialização pelos meios de propagação coletiva, de alteada axiologia no modo como resultam, ao ponto de não deverem ir para a sarjeta e posterior recolha, feitos ciscos indignos, descartes desprezíveis, rejeitos inservíveis, pois, no nosso sentir, aproveitáveis são como material literário de prima essência e deleite de quem aprecia composições de significados tão singulares e estésicos. 

Tomamos tento, ainda, em deixar de ir avante, não apenas em obediência à parêmia romana de que cuidamos no começo destas notas, mas, também, como revelado há pouco, para não subtrair do público ledor em potencial o hors d’oeuvre, o prato de entrada, precedente do repasto principal, configurado no exame do recheio de Eutimia, mesmo ao esposar juízos de pessoa laica nesse sub-ramo do saber ordenado. 

Impõem-nos, por conseguinte, a responsabilidade e a ética de comunicador de que devamos transmitir o sentimento veraz de que o autor do volume sob relação é um escrevinhador fecundo e facundo, conhecedor dos recursos estilísticos da língua portuguesa e de sua gramática, com larguíssimos haveres morais e faculdades intelectivas, habilidades a lhe permitirem versar, exempli gratia, sobre matéria de sublime elevação, como ocorre ser esta repassada em Eutimia – o Segredo da Felicidade Essencial. 

Isto porque foi transitado por excelentes escolas formais, bem assim pelas ensinanças dos exercícios prescritos na vida diária, do que se aproveita para conceder aos seus bens artísticos os requisitos da certeza e da estesia composicionais, que sequestram o consultante do início ao termo das suas produções. 

Conforma, sem dúvida, para nós, um regozijo ter a ensancha de expressar contentamento por privar do comparecimento, em cátedra de sodalício, de pessoa de tal modo agraciada pelo Alto, que, ao jeito de Camões, cantando, espalha por toda parte, se a tanto o ajudam engenho e arte.

 

POESIA - Ação Racional (VM)

 AÇÃO RACIONAL
Vianney Mesquita*


“Não te gabes nem te repreendas, pois, para isso, 
bastam tuas ações”.

[GEORGE HERBERT, poeta galês. Montgomery (UK),
03.04.1593; Bemeston-Salisbury (UK), 01.03.1633].

 


Do encômio jamais tu te revistas,
Tampouco acedas à autocensura,
Porquanto os devaneios intimistas
Agilitam-te até a desventura.
 
Ao vil aplauso – espero – subsistas.
E se assim procederes, porventura,
Desobrigada de pontos de vista,
Impende que a ideia assente pura.
 
No contexto de tal raciocínio,
De pronto, a ti se achega o tirocínio
Com vistas a te preservar seguro.
 
A seriedade não sobra em declínio,
E as ações transferem ao teu domínio
A densa circunstância de maduro.




quarta-feira, 14 de agosto de 2024

NOTA LITERÁRIA - Homenagem Biográfica

 HOMENAGEM
BIOGRÁFICA
A LÚCIO BRASILEIRO

 

Na noite desta terça-feira, dia 13 de agosto, o jornalista veterano cearense Lúcio Brasileiro completou 69 anos de militância jornalística ininterrupta, um recorde mundial. 

Antenor Barros Leal pesquisou em toda a mídia planetária e encontrou outros jornalista antigos – mas nenhum que ostente a proeza de contínua e quase septuagenária atividade. 

Chegando aos 85 anos em abril, Lúcio Brasileiro se iniciou na imprensa, como colunista social, em 1955, aos 16 anos de idade, e nunca mais parou de escrever e publicar, e de atuar na radiofonia e na TV, atualmente também na Internet.

Em face dessa grande efeméride natalícia, o empresário Beto Studart* resolveu homenagear Lúcio Brasileiro com a produção e a edição da biografia dele, às suas expensas, tarefa que incumbiu à ACLJ, na pessoa de seu presidente, Reginaldo Vasconcelos, obra que foi concluída em dois meses e que foi lançada exatamente no dia do Jubileu de Mercúrio do seu colunismo social. 

A noite de autógrafos teve lugar na Praça BS, no térreo do suntuoso edifício BS Design, entre a Torre Norte e a Torre Sul, com grande concurso de público.  Compondo a Galeria de Honra, ao lado de Lúcio Brasileiro, o casal anfitrião, Beto e Ana Maria Studart, Lúcio Alcântara*, Antenor Barros Leal, Pádua Lopes e o organizador da obra, Reginaldo Vasconcelos.



Falaram Beto Studart, Reginaldo Vasconcelos, Antenor Barros Leal, Pádua Lopes e Lúcio Alcântara, e, finalmente, o homenageado – todos discursos concisos e emocionais, mais intensos do que extensos.

 

Presentes na plateia os Membros Beneméritos Graça Dias Branco e Jório da Escóssia, José Augusto Bezerra e Minno Castelo Branco. Entre os jornalistas, Arnaldo Santos, Sabino Henrique, Fernando Maia, Pompeu Vasconcelos e Egídio Serpa, destacando-se entre os empresários Ivens Dias Branco Junior, Carlos Rubens, Ricardo Cavalcante, Edilmo Cunha, José Antunes e Luciano Cavalcante – dentre outros.


 

A quadraginta numerati da ACLJ estava representada pelo seu Presidente Reginaldo Vasconcelos, pelo seu Secretário-Geral Vicente Alencar, pelo seu Presidente Emérito Rui Martinho Rodrigues.

Bem como pelos Membros Titulares Sávio Queiroz Costa, Altino Farias, Marcos André Borges, George Tabatinga, PC Norões, Edmar Ribeiro, Dorian Sampaio, Ulysses Gaspar, Fernando César Mesquita, Totonho Laprovitera, Humberto Ellery, Vianney Mesquita e Luciara Aragão – além do já referido Arnaldo Santos.


ACIONE O LINK





Também membro da ACLJ o artista sônico César Barreto, que interpretou a música-tema do evento, escolhida pelo Lúcio Brasileiro, a canção “Tudo Foi Ilusão”, bolero gravado por Anísio Silva em 1956. Ao piano, acompanhou brilhantemente Felipe Adjafre. 

***Membros Beneméritos


DISCURSO DO PRESIDENTE 
REGINALDO VASCONCELOS

Meu caro Beto Studart,
Querido Lúcio Brasileiro,
Senhores convidados,
Prezados confrades da ACLJ
Minhas Senhoras e meus Senhores.
  

Eu sou antigo, e o sou com muito júbilo e muita honra. Especialmente com gratidão a Deus, que me trouxe até aqui e até agora são e salvo, conservando a vitalidade dos vinte, mesmo aos setenta, e com muito mais sabedoria, rodeado de pessoas queridas, algumas hoje já vivendo só aqui no coração, e, em espírito, me esperando lá do outro lado do arco-íris. 

Pois a vida profissional de Lúcio Brasileiro começou em 1955, o ano em que nasci, e em que circulou pela primeira vez a sua coluna social. Mas a história de Francisco Newton Quezado vem de antes, lá da infância dele, que eu e o Beto Studart fizemos questão de ir buscar para registro nesta obra. Lúcio Brasileiro quis resistir, mas aos poucos nós fomos resgatando a sua fase pueril, tão meiga e interessante. 

Trata-se do mais antigo jornalista em atividade ininterrupta, um recorde planetário, e um prodígio de sociabilidade entre os grandes da política e do empresariado locais, ao longo do tempo, bem como de afeto entre seus pares, celebridade absoluta para o público em geral. 

Era preciso mesmo registrar para os coetâneos e para os pósteros a passagem dessa criatura especial pelo jornalismo e pela sociedade cearenses, e imortalizar a sua personalidade excêntrica, para que não se perca na fumaça do tempo a sua vida e a sua obra, e para que as novas gerações possam sempre deparar aquela clássica inscrição de existência e de presença, que se costuma gizar nos sítios históricos visitados: “Um Dia, Lúcio Brasileiro Esteve Aqui”.  

A nossa previsão inicial era de que o livro tivesse apenas duzentas páginas, mas ele atingiu 318, porque, já concluído, revisado, diagramado, já no prelo da Expressão Gráfica e Editora do nosso amigo Chico Eulálio, a notícia sobre ele fez com que outros amigos do Lúcio Brasileiro fossem ligando para o Beto Studart e para mim requerendo a inserção de seus depoimentos entre os já selecionados, de modo que os leitores notarão a expansão da nossa expectativa inicial, o que mais ainda enriquece e enobrece esse trabalho. 

Tenho que registrar de público, enaltecer e agradecer a colaboração dos confrades da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo, o Dorian Sampaio Filho, o Vicente Alencar, o Adriano Jorge, o Geraldo Jesuino, o Vianney Mesquita, o Ricardo Guilherme e o Sávio Queiroz Costa. 

Especialmente ao confrade César Barreto – que interrompeu as providencias para o lançamento de seu próximo livro, intitulado Os Sons dos Rataplans, e vir aqui interpretar, acompanhado pelo grande pianista Felipe Adjafre, a música-tema deste evento, escolhida pelo Lúcio Brasileiro. 

César Barreto, a par de advogado como eu, é músico, cantor, compositor, radialista, apresentador de televisão e professor universitário. No livro referido ele descreve toda a trajetória dos conjuntos musicais cearenses a partir dos anos 60, que ele acompanhou desde menino, e de alguns participou. 

Mas, para não entediá-los, e não dar mais spoiler da obra, concluo esta fala, e o faço com uma citação adaptada do trecho de um livro que publiquei em 93, mensagem que cabe como uma luva ao protagonista deste livro, nesta noite memorável, neste mágico momento que vivemos: 

Se por muito mais não fosse, caríssimo Paco, bastar-nos-ia que te tivesses transformado em legenda, como de fato o fizeste. A História é feita de mitos, Lúcio Brasileiro, não de mortais bem comportados. 

O pré-homem que matou o mamute, assim como aquele outro que o pintou na parede da caverna, estão ambos imortalizados na gravura rupestre, pela sua obra, pela sua arte. Por isso Beto Studart e eu deixamos aqui o teu retrato”. 

Tenho dito. 

Muito grato.    


domingo, 11 de agosto de 2024

POESIA - Meu Pai (Vinícius de Moraes) GG

 MEU PAI
Vinicius de Moraes*

 

Meu pai,
dá-me os teus velhos sapatos
manchados de terra
dá-me o teu antigo paletó
sujo de ventos e de chuvas
dá-me o imemorial chapéu
com que cobrias a tua paciência
e os misteriosos papéis
em que teus versos inscreveste.
meu pai,
dá-me a tua pequena
chave das grandes portas
dá-me a tua lamparina de rolha,
estranha bailarina das insônias
meu pai, dá-me os teus
velhos sapatos
 
Vinicius de Moraes

 

Enviado por

POESIA - Meu Irmão, Meu Pai (BR)

 MEU IRMÃO, MEU PAI
Barros Alves*

 

Tantas vezes o vi ajoelhado
Em contrita e profunda devoção
Mandando aos Céus em sincera oração
Rogos de um pai ao Pai Santificado.
 
Sempre seguiu o Deus Crucificado
Com corpo e alma, mente e coração,
Meu pai na fé igualmente Abraão
E pai na vida, bom e dedicado.
 
Joca era um homem pleno de bondade,
Igual ao santo, batizado João,
Unia em si coragem e humildade.
 
Homem de fé, fervor; homem de ação,
Fez-se meu pai de Amor e de Verdade,
O "velho" Joca era meu irmão!
 
*Feliz DIA DOS PAIS!*