PINGOS DE ARTE
E CIÊNCIA
E CIÊNCIA
Vianney Mesquita*
A condição fundamental de uma boa prosa é ser ela natural
e rítmica como um movimento respiratório. (RÉMY DE GOURMON, poeta e
dramaturgo. YArgentan, 04.04.1858; †Paris, 27.09.1915).
Quase
diariamente, lavo a alma e enxagúo o espírito, regado com a pureza artística e
científica desta vertente informativa – o jornal eletrônico da Academia
Cearense de Literatura e Jornalismo – lida e apreciada por um número imenso de
pessoas de bom gosto. É uma variedade de conteúdos, expedida por apercebidos
autores, quer em seu ramo de atuação profissional ou em excursões a temáticas
alheias ao seu ofício, porém não interditas à visita de quem quer que seja,
desde que convenientemente procedidas por pessoas depositárias dos haveres intelectuais
imprescindíveis para tal.
Aqui
se cuida de artigos, notícias, comentários – muitas vezes polêmicos e críticos
– no concernente a ações culturais – literatura, teatro, esportes, cinema, em
seus variegados sub-ramos – Ciência Política, Economia, propagação científica e
exame de teores do feito comunicado. Têm maior curso – haja vista a
qualificação dos cronistas, cuja maior parte é de acadêmicos – o escrito
literário ligeiro, com urdiduras ordinariamente pouco demarcadas e móveis, de
costume aproveitadas do dia a dia instantâneo, e tantas outras razões cobertas
pela palavra, a crônica, gênero de
acepção plural no âmbito polissêmico da Língua Portuguesa.
Magnificamente
democrática no que diz respeito aos conceitos despendidos, e muito distante de
parecer censora, sua Editoria (1) é diligente na oportunidade da edição,
solícita na recepção das contribuições, zelosa no trato linguístico, cautelosa
com as susceptibilidades passíveis de alcance e aplicada no concernente às
possibilidades de sucederem fatos desagradáveis ocasionados pela mensagem a
expandir. Esses predicados estão jungidos a contatos com os colaboradores, prévios
à propagação comunicacional, e em todas as situações os raros eventos são
saneados pelas recíprocas ponderações, indo o recado mensageiro repousar no medium, a fim de ser bem apreciado por
uma recepção de qualidade, consoante acontece com os leitores aficionados, bem
no espírito dos estudos de Jesús-Martin Barbero e outros comunicólogos
brasileiros e do Exterior.
No
dia primeiro do julho entrante (2015), limpei a vista com Gotas da História, do cronista José Dilson Vasconcelos de Meneses, feito ponte cultural e científica da Academia Cearense de
Odontologia com este Sodalício, escrita para reunir em livro sobre a História
da Ciência de Fauchard, o qual já está com dezenove segmentos à procura de
perfazer vinte e cinco.
Examinei,
com detida atenção, a oportuníssima referência à maioridade do Plano Real (conforme leio com sofreguidão e de um
fôlego todos os produtos de seu preparo intelectual pouco comum), procedida
pelo escritor eclético, de superior essência, Reginaldo Vasconcelos, numa
queixa pesarosa relativa ao sentido irresponsavelmente concedido àquele
Programa, concebido em 1994, sob a destra do Presidente Itamar Augusto Cautiero
Franco, mui particularmente, nos derradeiros e lastimáveis doze anos, sob a
sinistra do Partido dos Trabalhadores.
Deliciei-me
com A Utopia, de Rui Martinho Rodrigues, oportunidade em que
aproveitei para reler outras professorais matérias de seu bem brocado e cuidado
roçado literário, sem tocos nem coivaras nem lagartas nem pais-luíses, tampouco
graúnas que lhe arranquem os grãos plantados, com determinação e sabedoria,
donde se extraem cereais, olerícolas e legumes de sabor excepcional para
deleite alimentar do espírito.
Vejo,
com sofreguidão e antegosto, as frequentes matérias do experiente e preparado
Wilson Ibiapina, mestre do batente e consagrado jornalista brasileiro, a
encantar os leitores com a narração de fatos atuais e transatos, aos quais
concede o condimento preciso, o tempero mais agudo, páprica mordente, o molho
picante ou o caldo-de-caridade, na dependência do que suporta o tema, alegre ou
tristonho, leve ou licencioso, encomiástico ou reprovativo.
Tenho
a carteira para entrada no auditório de Paulo Maria de Aragão, precioso associado
desta cooperativa de consumo intelectual, produtor de textos de suspendido
valor moral, intelectivo e literário, de teor quase sempre axiomático, com
profundidade arrimada na História de pessoas e feitos exemplares.
Aqui
goteia o colírio literário de Pedro Altino Farias, da graça, do burlesco, do
espírito e, principalmente, do espirituoso
– o velho etanólico C2H60, apreciado pela Roma e pelo mundo (urbi et orbi), leitores em profusão.
Onde
está, porém, o Dr. Aloísio Gurgel? Assoberbado de processos da vara que
encabeça, decerto, sobrecarregado de tarefas acadêmicas com suas turmas do
Curso de Direito. O fato é que os consulentes sentem saudade dos seus
comentários lúcidos, orientados para a correção e o bom caráter, em composições
de inconcusso valor.
E
o professor Geraldo Jesuíno da Costa, que é de? – Certamente, também, está por
demais atarefado com seu atelier preparatório de originais para publicação, nos
quais mergulha até lhe minguar o assopro. É preciso, entretanto, ele tirar uma
garrinha de tempo para vir pontificar neste lugar, com aquilo por mim chamado,
em artigo meu aqui editado, de Palavras
que Ensinam, em 18 de junho de 2014.
Estão
nesta folha, ainda, Cássio Borges e Assis Martins, concedendo seriedade e graça
ao blog, o primeiro falando acerca de
água e o outro conversando água, isto
é, a água que suas personagens
conversam, conquanto seus tipos e figuras, na maioria das ocasiões, deitem
lições judiciosas e prelecionem regras exatas de se viver, configuradas na sua
excecional personalidade humana e escritor de dotes escassos.
Aqui,
já vi e comprovei, em alguns lances, a indústria intelectiva da escritora
Iolanda Andrade, minha conterrânea de Palmácia-CE, imortal da Arcádia Nova
Palmaciana, com o nome arcádico de Iolanda Athena, ao debulhar ideias
originais, em contos, causos e versos brancos e rimados, como, por exemplo, a
magnitude do seu Bordados Literários.
Régis
Kennedy Gondim Cruz, cronista refinado, veio imagístico, utente dos mais
diversos tropos literários, a conceder beleza e perfeição de forma aos seus
escritos, alguns dos quais nesta folha expressos, faz falta à sede dos seus
leitores de alteroso nível, que reclamam de sua comparência quase bissêxtil ao
jornal, tendo sido a derradeira contribuição Lembrança Alegórica, em 18 de junho deste ano.
Outros
escritores, cujas graças não me ocorrem agora – por isso a eles peço desculpas – já honraram o roteiro deste periódico, e são, neste lance, convidados ao
retorno a modo de colaborações, a fim de ser cada vez mais enriquecido o acervo
deste já bem alentado repositório de conceições literárias e científicas que
aqui pingam, viram fluxos e se fazem torrentes de fluidez a desembocar na
enorme cisterna da História.
1. A Editoria do Blog é
feita pelos acadêmicos Vianney Mesquita, Wilson Ibiapina e Reginaldo
Vasconcelos, que selecionam matérias, revisam, ilustram, copidescam, redigem notas e
executam as postagens.
*João VIANNEY Campos de MESQUITA é Prof. Adjunto IV da UFC. Acadêmico Titular das Academias Cearense da Língua Portuguesa e Cearense de Literatura e Jornalismo. Escritor e jornalista. Árcade fundador da Arcádia Nova Palmaciana. Membro do Conselho Curador da Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura-FCPC-UFC.
Caro Vianney,
ResponderExcluirUm belíssimo passeio por entre as postagens de nosso blog, sempre com olhar atento e espírito receptivo às ideias expostas e narrativas as mais diversas. Leitor assíduo, colaborador atuante, sua participação engrandece mais ainda nosso blog.