terça-feira, 28 de junho de 2016

ARTIGO - O Plebiscito Britânico (RMR)


O PLEBISCITO BRITÂNICO
Rui Martinho Rodrigues*


Os britânicos escolheram um caminho economicamente desvantajoso. A indústria automobilística daquele país fica em desvantagem com a restrição ao grande mercado da União Europeia (UE). A indústria mais sofisticada, em geral, terá prejuízo. A restrição à entrada de imigrantes torna deficitária a substituição de idosos por jovens.

O Reino Unido tende, com a decisão em apreço, a agudizar a própria desunião. O separatismo doméstico ganhou força. A decisão tomada contraria os interesses econômicos. O desafio à lógica do mercado, todavia, está sendo respeitada, apesar de protestos. Acostumamo-nos a pensar que o interesse econômico é, em última instância, como diriam um pensador de grande prestígio, o fator decisivo na determinação dos rumos da sociedade.

O acatamento da voz das urnas, porém, lembra a força da tradição democrática dos anglo-saxões, respeitada em todos os países desta linhagem, sem interrupção há séculos.

É oportuno ressaltar que a saída dos britânicos da UE é um recuo da globalização. Os críticos do citado processo de integração internacional desaprovam de modo acrimonioso o obstáculo interposto no caminho do avanço da internacionalização das economias e das culturas nacionais.

A decisão do plebiscito britânico pretende defender as culturas nacionais dos povos que integram o Reino (não muito) Unido. Também expressa a percepção do povo simples e dos pequenos negócios e dos desprezados velhinhos. Os intelectuais, as pessoas das diversas elites e os grandes negócios também foram contra.

Os analistas “politicamente corretos” desta vez estão do lado dos grandes negócios e das elites em geral, a começar pela “aristocracia” intelectual. O povo simples perdeu o encanto? Ou as suas decisões só devem ser acatadas quando sintonizadas com o pensamento dos “esclarecidos”, herdeiros dos “reis filósofos” concebidos por Platão?

O nacionalismo, seja aquele do tipo econômico, seja do tipo preocupado com a conservação das culturas nacionais, influenciou a atitude separatista. Curiosamente os que até ontem combatiam a “famigerada globalização”, agora defendem a internacionalização das nações europeias.

O nacionalismo, do ponto de vista filosófico, expressa uma distinção injustificável entre seres humanos. Economicamente é a festa dos que se locupletam com as reservas de mercado. Politicamente é uma oportunidade ímpar para o populismo inescrupuloso. Mas isso só agora foi descoberto? Ser nacionalista deixou, de modo abrupto, de ser “politicamente correto”?

Caíram as bolsas de valores. Caiu a libra. Parece, porém, que nem tudo é mercadoria, quando se decide contrariamente a tão criticada “lógica dos mercados”. Curioso é que tantos analistas estejam contrariados com o desprezo por tal lógica, associado a uma tentativa de preservar uma cultura nacional, segundo um raciocínio semelhante aos argumentos em defesa do cinema, da música e da literatura brasileiras.

A mudança subitânea de valores e princípios, no caso, diz alguma coisa sobre o discurso “politicamente correto”.


CRÔNICA - Aula de Datilografia (TL)


AULA DE DATILOGRAFIA
Totonho Laprovitera*


asdfg asdfg asdfg asdfg... Era a primeira aula do curso de datilografia, para aprender a técnica de escrever à máquina, sem olhar para as teclas, e com velocidade.


Lembro bem, do professor nos orientando a manter os pulsos erguidos, ao invés de apoiá-los sobre a mesa, manter os cotovelos ao lado do corpo e levantar levemente as mãos sobre o teclado...

“O melhor jeito de datilografar é fitar os olhos no papel, para corrigir os erros na hora. Essa técnica é chamada de datilografia por toque. Nada de catar milho", repetia o magro professor, enquanto na cara ajeitava seus óculos fundo de garrafa.

Pois é, pratiquei datilografia em um curso que ficava na Avenida Dom Manuel, quase esquina com a Santos Dumont, em Fortaleza. Era meu colega de turma o danado menino Chiquinho Aragão, que, ao menor cochilo do professor, escondido, grelava os olhos no teclado e com seus dois ligeiros dedos, tacava o pau a preencher a folha para ser o primeiro a terminar a lição do dia, com mais de mil!






COMENTÁRIO:

O Curso Dom Manuel de datilografia a que o cronista se refere foi fundado, nos anos 40, por minha avó, que em seu diploma pessoal, obtido no Rio de Janeiro, exibido na parede do corredor em que alunos e máquinas se massacravam mutuamente, ela aparecia em foto de meio corpo, vestindo um modelo melindrosa, no auge da juventude, entre vinhetas vintage e assinaturas caligráficas dos seus professores cariocas.

Cursar datilografia era um imperativo para quem pretendesse ingressar em emprego público, fazer concurso, trabalhar em escritórios. Era mais importante do que seria hoje a desenvoltura em informática. Tanto assim que famílias emergentes promoviam festas, com pompa e circunstância, por ocasião da entrega do diploma de datilógrafo aos seus membros.

Eu mesmo, para ingressar em banco estatal, em 1976, além de apresentar o diploma como requisito da prova de títulos, tive que datilografar sob cronômetro, para demonstrar capacidade de produzir um determinado número de “toques” por segundo, com um grau de acerto razoável.

Estranhamente, a datilografia não era essencial a jornalistas, nem a escritores, nem a empresários, que esses aprendiam a teclar “catando milho”, com os dedos indicadores – porque o que escreviam lhes saía da cabeça. Funcionários públicos ou privados tinham que ser expertos, aptos a copiar documentos sem erro, sem olhar para o teclado, e com imensa rapidez.
                         
Reginaldo Vasconcelos


NOTA JORNALÍSTICO-LITERÁRIA - Novo Livro de Vianney Mesquita


NOVO LIVRO DE
VIANNEY MESQUITA


Estão sob editoração nas oficinas da Expressão Gráfica, casa publicadora de Fortaleza, os originais do vigésimo livro do imortal e titular das Academias Cearenses da Língua Portuguesa e de Literatura e Jornalismo, Vianney Mesquita, o qual ficará pronto ao cabo de trinta dias (25 de julho de 2016), conforme programado pela Editora. 

O volume Esboços e Arquétipos (Língua, Ciência e Literatura) encerra quatro módulos: um de Língua, com três capítulos, outro de Ciência, reunindo, também, três segmentos temáticos; o terceiro tem como recheio assuntos literários – nomeadamente crítica, com doze capítulos; a quarta seção compreende Literatura Passiva, envolvendo apreciações acerca da obra do Escritor, em quatro partes, assinadas pelos escritores coestaduanos Dimas Macedo, Edmar Ribeiro, Batista de Lima e Régis Kennedy G. Cruz.

As guarnições são da lavra do Prof. Régis Kennedy, o qual abre os comentários com a opinião do Prof. Dr. João Bosco Feitosa, da Universidade Estadual do Ceará, para quem Mesquita, [...] além de um arquiteto a posteriori, é um restaurador de ousadias, um educador de inspirações para quem teima em se comunicar por textos, em meio a contextos que desafiam e expõem nossa emoção e esforços de produzir ciência.

Régis Kennedy, a seu turno, expressa a ideia de que [...] Aprecio o elo por ele procedido da palavra com a Palavra, agora com este trabalho – Esboços e ArquétiposLíngua, Ciência e Literatura – ao trazer ensaios literários multivariados, porém alargando o temário de sua prosa, para cobrir conceitos, também, de teores da Língua Portuguesa e Filosofia da Ciência [...].

A capa, elemento que concede o ensejo de se apreciar a arte desemparelhada do professor, escritor, artista plástico e acadêmico cearense Geraldo Jesuino, homenageia três ícones do conhecimento mundial em todos os tempos – Isaac Newton (Ciência), Luiz Vaz de Camões (Língua) e James Joyce (Literatura) - ao lado de seus pares, em alcance intelectivo, constituídos por outro trio de próceres do saber – estes, cearenses:

– Doutor Manassés Claudino Fonteles, docente da Faculdade de Medicina da UFC, ex-reitor da Universidade Estadual do Ceará e da Universidade Mackenzie, de São Paulo, imortal-titular das Academias Brasileira e Cearense de Medicina, pesquisador de crase internacional e autor de centenas de textos científicos editados em magazines da área em todo o Mundo, no livro representando, com seu par Isaac Newton, o segmento da Ciência, no plano internacional, ali privilegiado;

– Professor Myrson Melo Lima, da UECE e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará - IFCE, docente dos mais latos conhecimentos e ilimitados recursos no que respeita ao Código Linguistico Lusitano, autor didático de renome (vejam O Essencial do Português - 6. ed., Fortaleza: ABC, 2007), posando com Luiz Vaz de Camões como embaixadores mundiais do módulo Língua, em Esboços e Arquétipos; e

– Escritora Giselda Medeiros, lídima representante, em matéria de qualidade, dos gêneros ficção, poesia e crítica, é componente imortal das Academias Cearenses de Letras e da Língua Portuguesa, das Academias Fortalezense de Letras e de Letras e Artes do Nordeste – ALANE, e da União Brasileira de Trovadores. Registra, entre outros trabalhos publicados, Alma Liberta (1986), Tempo de Espera (2000), Sob Eros e Thanatos (2002) e Crítica Reunida (2007). É detentora de muitos prêmios literários, pois escritora de fino veio, além de pessoa – a igual dos dois outros cearenses homenageados na capa - de alçada baliza moral e apurado traço amistoso e social. Giselda Madeiros está ao lado do romancista, contista e poeta irlandês (expatriado) James Joyce, investida, no novo trabalho de Mesquita, como representante global da Arte de Escrever.

O escritor agente destas notas, consoante expresso na quarta capa de Esboços e Arquétipos - Língua, Ciência e Literatura, recebeu da Professora Doutora Joseneide Franklin Cavalcante (in memoriam), o sequente comentário, reproduzido de Repertório Transcrito (MESQUITA, 2000) e respeitante ao trabalho do mesmo autor, sob o titulo de Resgate de Ideias (1996):

[...] Sobre o Vianney Mesquita escritor, agora mais maduro e profundo, repito minhas palavras de ontem: à semelhança de Michelangello, esculpe cada frase, cada construção. As palavras são seu mármore, a pena (agora, o computador) seu cinzel, a pureza das formas seu modelo, a busca da perfeição sua exigência. Seus escritos são Moisés que adquiriram a própria voz e dele se libertaram, ganharam autonomia. As palavras, artesanalmente trabalhadas, vão ganhando formas, muito suas, e que poderão ser tão variadas quanto ele as queira variar, mantendo, entretanto, a elegância e a pureza de uma língua nacional que, agonizante, deveria suplicar, em favor da sua sobrevivência, por um Vianney Mesquita que já quase não se consegue encontrar [...].


Esboços e Arquétipos – Língua, Ciência e Literatura (Expressão Gráfica), do escritor palmaciano, fundador e ocupante da Cadeira número 1, da Arcádia Nova daquela Cidade (Palmam qui meruit ferat), terá lançamento festivo em agosto deste ano, nas dependências da Universidade Federal do Ceará.

POEMA - São João da Leitura (ALC)


São João da leitura
Ana Luíza Chaves*



Vou pular na fogueira da leitura.
Nessa fogueira não me queimo não!
Aprecio textos de boa literatura,
Poesia, romance, contos de montão!

Vou provar da magia da leitura,
Leitura quente como água ardente,
Leitura doce como bata doce,
Leitura cativante como amendoim crocante.

Vou dançar a quadrilha dos autores,
Anavantur, anavantur, anarriê,
Fazendo a alegria dos leitores,
Bom é todo mundo ler.

Vou apreciar mistura de texto,
Com enredos bem diferentes,
Cada um em seu estilo e contexto,
Realismo, modernismo e outras correntes.

Movimento Armorial e peça teatral,
Com o grandioso nordestino Ariano,
Romance e contos do patrimônio cultural,
Com Jorge Amado baiano,

Memórias e crônicas prá lá de boas,
Com Graciliano das Alagoas,
Improvisos e toadas de fé,
Com o nosso Patativa do Assaré.

Vou soltar o balão da leitura,
Nele não tem fogo não.
Tem muita letra, história e cultura,
São memórias do nosso sertão.

Olha a chuva da leitura!
Não é mentira não!
É pura verdade pura,
Nessa chuva ninguém fica de fora não.

AnaLu

24/06/2016



COMENTÁRIO:

Bibliotecária brilhante, herdou o dom da literatura de Dona Concita. Mantém o blog Leitura e Contexto, sempre atualizado conceitos próprios e bem interessantes.

Altino Farias

sábado, 25 de junho de 2016

NOTA FÚNEBRE - Falece Ivens Dias Branco


FALECE

IVENS DIAS BRANCO


O empresário Ivens Dias Branco morreu aos 81 anos nesta sexta-feira, 24, às 18 horas, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. A causa da morte foi complicações cardíacas durante uma cirurgia.
Fransisco Ivens de Sá Dias Branco, o 8º Membro Benemérito da ACLJ, era presidente do Conselho de Administração do Grupo M. Dias Branco, fundado por seu pai, o português Manoel Dias Branco, em 1936, e será sucedido nos negócios pelo seu continuador, Ivens Júnior. Ele deixa viúva Dona Consuelo, com seus cinco filhos, netos e bisnetos. 

A Academia Cearense de Literatura e Jornalismo, que na sexta-feira anterior, dia 17, perdeu seu 6º Membro Benemérito, Dona Yolanda Queiroz, se declara de luto por três dias, e suspenderá por esse prazo todas as suas atividades administrativas e sociais, inclusive postagens de artigos neste Blog, exceto na hipótese de Nota Jornalística.

A Decúria Diretiva da ACLJ reunir-se-á neste sábado, dia 25, para deliberar sobre data e local da Sessão da Saudade em memória de cada um de seus membros falecidos neste mês. 

A Sessão da Saudade é uma reunião especial em que a confraria literária presta homenagem póstuma a um membro falecido, declarando ao final a vacância da cadeira acadêmica que ele ocupava. É uma tradição nas grandes entidades do gênero no Brasil, a partir da Academia Brasileira de Letras.   

sexta-feira, 24 de junho de 2016

APRECIAÇÃO LÍTERO-HISTÓRICA - Família Real Britânica (VM)


  FAMÍLIA REAL BRITÂNICA
 Novo Capítulo
Vianney Mesquita* 



É quase tão impossível criar-se um bom príncipe num mau palácio, como traçar uma reta com uma régua torta. (DIEGO DE SAAVEDRA FAJARDO, escritor e diplomata espanhol –YAlgezares – Murcia – 05.1584–VMadrid, 24.08.1648).



Maria José R. R. Botelho, pela terceira oportunidade e se reportando literariamente, percorre um périplo histórico pelos meandros e curiosidades do grupo real grão-britano, ainda hoje de franco renome, cuja figura principal, a Rainha Elizabeth II, detentora do cetro inglês desde 2 de junho de 1953, inteirou noventa anos no último dia 21 de abril (2016).

Após se remeter ao rei Henrique VIII e à rainha Vitória – “a avó da Europa” – em dois livros de eminente valor para a História e a Literatura, alarga com este volume o universo espaçotemporal de suas investigações, enriquecendo cada vez mais nossos haveres de conhecimento, ao saciar o recheio das bibliotecas, escaninhos e étagères cearenses.

Agora, vem a cobertura de novas personagens e injunções historiográficas desse longo período, oportunidade em que sobram, para o leitor estudioso, curioso ou simplesmente diletante, a fim de ajuntar às suas conclusões, as deduções extraídas da Autora quando de suas inferências, ao examinar a vasta produção mundial atinente a este riquíssimo e largo espectro de informações da Ciência Narrativa, ora conduzido à luz literária.

Neste volume, então, com o zelo que lhe emoldura o semblante de escritora esperta e a responsabilidade professoral a lhe guarnecer o caráter didático, a Escritora cuida do original enredo existencial do Rei Eduardo VIII, irmão do Príncipe Alberto (Jorge VI, pai da atual Rainha), o qual reinou por apenas 326 dias.

Ocorreu de que, por alternativa própria, Eduardo Alberto Cristiano Jorge André Patrício David dispensou o cetro em favor de sua paixão, amor desmedido, pela plebeia estadunidense Wallis Simpson, com quem dividiu a existência até o seu passamento, sucedido em Paris (onde viveu desde a união com a Duquesa de Windsor), em 28 de maio de 1972. 

Esta é, pois, uma história singular, expressa – também e principalmente - por ilações da Professora Maria José Rondon Régis Botelho, que os leitores terão a chance de apreciar, adicionando informações similares concedidas sobre o assunto nos outros dois compêndos há pouco mencionados, sob o mote do Reino da Grã-Bretanha e da Commonwealt.

A escrita, a igual do ocorrente com toda a sua produção literária, é manifesta em língua correta, simples, porém, não vulgar – sobre temática de relevância e para adição de nossos conhecimentos ou mudança de entendimento fixado por meio de leituras anteriores, tanto sobre as circunstâncias das majestades britânicas, como, em particular, a respeito do argumento interessante da passagem vital de Eduardo VIII pela Terra.
   
Acheguem-se!


quinta-feira, 23 de junho de 2016

NOTA ACADÊMICA - Voto de Congratulação da ALEC

CONGRATUALÇÕES RECEBIDAS DA
NOSSA ASSEMBLEIA LEGISTLATIVA


A Assembleia Legislativa do Estado do Ceara, sob a presidência do Deputado José Jácome Carneiro Albuquerque, de nome político Zezinho Albuquerque, comunicou voto de congratulação à Academia Cearense de Literatura e Jornalismo.
O ofício com a mensagem foi destinado à pessoa do presidente da ACLJ em exercício, Reginaldo Vasconcelos, extensivamente a todos os demais membros da entidade, pelo transcurso do primeiro lustro desta arcádia, completados no dia 04 de maio deste ano.

A Assembleia Aniversária comemorativa dos primeiros cinco anos da ACLJ teve lugar no Palácio da Luz, sede da Academia Cearense de Letras, na noite do dia 30 de maio passado, com a presença de todo o corpo acadêmico titular.

Na oportunidade foi projetada uma retrospectiva histórica e fotográfica do período, e se fez uma prospectiva sobre o futuro da instituição.

Ao longo da mesma Assembleia Aniversária foi descerrado, pelo Acadêmico Benemérito Beto Studart, o retrato de Guilherme Chambly Studart, o Barão de Studart, pintado a óleo em grande formato, para a Galeria dos Patronos Perpétuos da ACLJ, e foi formalmente empossado o acadêmico Descartes Gadelha.

Foi ainda concedido o título de Melhor Repórter Policial do Ceará no ano de 2015 ao radialista e Deputado Estadual Francisco Ely Aguiar Alves, na política e nas artes Ely Aguiar, pelo seu desempenho no programa Os Malas e a Lei, que vai ao ar pela TV Diário.

O honroso voto de congratulações foi proposto aos pares naquela Casa Legislativa pelo Deputado Ely Aguiar, votado na Sessão do dia 09 deste mês de junho, tendo como justificativa o entendimento de que a “ACLJ já ocupa lugar de destaque na história das academias literárias cearenses”, sendo essa a razão do “mais justo reconhecimento”.
A ACLJ recebe com surpresa e alegria o gesto de gratidão do deputado proponente dessa manifestação de regozijo, o que não reduz em nada o mérito do título que lhe outorgou o nosso silogeu, quando ele nem desconfiava que concorria e que terminou aclamado pela boa qualidade de seu trabalho jornalístico. 

Muito menos o nobre ato de reciprocidade do Deputado Ely Aguiar desdoura o preito dos parlamentares que, por iniciativa sua, a ACLJ recebeu, pois de fato esta instituição já rutila com excepcional fulgor entre as congêneres mais antigas, tendo atingido todo o desiderato traçado para os primeiros cinco anos, mercê do afinco de todos os seus membros, portanto fazendo jus, sem favor nenhum, ao reconhecimento recebido.






APRECIAÇÃO LITERÁRIA - Ativismo Judicial e Direitos Sociais (VM)



ATIVISMO JUDICIAL
E DIREITOS SOCIAIS
Vianney Mesquita*


O Direito é o conjunto das condições pelas quais o arbítrio de cada um pode coexistir com o arbítrio dos demais, segundo uma lei universal de liberdade. (Immanuel Kant)


Experimentei, muito recentemente, o lance feliz de percorrer a leitura do escrito subordinado ao título O Ativismo Judicial como Meio de Solução para Efetivação dos Direitos Sociais, da autoria do jovem causídico Vitor Macedo Monteiro, como tarefa acadêmica do Curso de Pós-Graduação lato sensu em Processo e Direito Constitucional da Universidade de Fortaleza, o qual culminou com a outorga do título de Especialista ao mencionado profissional.

Referido ensaio descansou na estimação dos direitos fundamentais de segunda dimensão, dirigidos às ideações dos direitos sociais, com o escopo de explicitar sua concretização, quando de sua omissão pelo Poder Judicante.

O relato foi ferido na conceituação dos direitos fundamentais, com o trânsito muito bem delineado por sua evolução, rematando com a aplicabilidade na contextura da Carta Cidadã Brasileira, vigente desde 5 de outubro de 1988. O módulo derradeiro teve por escopo o debate respeitante ao ativismo judicial como instrumento para garantir a efetivação dos direitos sociais.

No decurso de todo o texto, o autor procedeu ao exame detido dos conceitos expendidos pela Doutrina, nacional e alienígena, que patrocina o tema, arrimado em bibliografia de alteada qualidade acreditada em todo o Mundo, sem deixar de manifestar, porém, conhecimento de causa, de modo a não se permitir apadrinhar por nenhum deles, tampouco deslustrar o entendimento de outros, fato, aliás denotativo do seu preparo intelectual neste relevante esgalho do saber de ciência.

Inclusivamente, impende exprimir, ele o fez em linguagem escorreita, exata e clara, absolutamente respeitosa às regras do Código Linguístico Português, aportando à conclusão de que os direitos de fundamento são cruciais para que o Ente Estatal permaneça e evolua como protetor da sociedade, abduzindo, ipso facto, a marginalização. A modo de fecho, o doutor Vitor Macedo Monteiro chama atenção para o fato de ser curial – imprescindível, até – que a sociedade domiciliada no Estado esteja sempre munida de um meio para reclamar a efetivação dos direitos e liberdades essenciais ínsitos a estes, consoante apontado pela sua excelente relatoria de conclusão de curso, que se configura na movimentação hígida perfeita do chamado ativismo social. 

Merece ser lido e comentado o trabalho ora sob glosa, o qual dignifica as instituições de alto ensino da Ciência Jurídica no meio local, maiormente a Universidade de Fortaleza.


terça-feira, 21 de junho de 2016

NOTA JORNALÍSTICA - Oito Anos Pelos Bares da Vida


OITO ANOS
PELOS BARES DA VIDA

O movimento Pelos Bares da Vida e seu órgão de imprensa oficial, o jornal virtual de mesmo nome, comemoraram na manhã deste último domingo, dia 19 de junho, seus oito anos de fundados, ao longo dos quais vêm acompanhando e divulgando a boemia mais civilizada da Cidade.



A comemoração, capitaneada pelo acelejano Altino Farias e seu sócio Áttila Vasconcelos, com as respectivas consortes Gorete e Ediane, aconteceu no Flórida Bar, como já é tradicional. 

A data coincide com o aniversário da Maria, a famosa directrice sênior do Flórida, que na oportunidade também foi alvo de homenagens. 

Maria foi celebrizada pelas suas participações no programa Leruaite, do comediante Falcão, na TV Ceará. Na imagem, Maria com Fernanda Karla, uma das integrantes do movimento Pelos Bares da Vida.

Durante o evento, o PBV agraciou com diplomas três bares tradicionais da cidade, nas pessoas de seus fundadores, quais sejam a Dona Lúcia, do Bar Buraco da Lúcia, Seu Nonato e Enéas Murta, do Bar do Seu Nonato, e o célebre Seu Chaguinha, do bar homônimo, que funcionou por 43 anos na Gentilândia, no foco universitário da UFC.


Na imagem Seu Chaguinha e a poetisa Concita Farias trocam cumprimentos, ela que também aniversaria na neste mês (30.06), e que é a decana da ala feminina da ACLJ, de que é Membro Titular e Fundadora Emérita. 





COMENTÁRIO:

Algumas correções necessárias à matéria sobre os 8 anos do PBV, para que os leitores não encontrem incongruências.

1. Chaguinha e Nonato são irmãos. No início eram sócios, e adquiriram uma segunda casa na mesma rua, Depois acabaram a sociedade e cada um ficou com seu bar. O começo dessas atividades data do ano de 1957, há 59 anos, portanto.

2. Manoel Ventura também foi agraciado, mas não pôde comparecer. O amigo Juarez Matos recebeu as honras por ele. Ele era dono do Bar do Ventura, que funcionou por 43 anos e foi recentemente fechado. Ele é conhecido como o “garoto do placar”, pois era ele quem trocava os números do placar do PV manualmente.

3. A Lúcia sedia em seu bar uma boa atividade cultural. Musical, principalmente. Músicos, arranjadores e compositores batem ponto lá. Ele sedia, também, o bloco Sanatório Geral, grande sucesso de pré-carnaval e carnaval.


Considero a comemoração no Flórida um grande acontecimento, pois reuniu os irmãos Chagas e Nonato, ambos com uma longuíssima trajetória na vida cultural dos bares cidade em um bairro tradicional como o Benfica, especificamente, Gentilândia. Além deles, Lúcia também presente, uma rara oportunidade.

Altino Farias
  

ARTIGO - A Calamidade e a Festa (RMR)

A CALAMIDADE E A FESTA
Rui Martinho Rodrigues*


O governo fluminense decretou calamidade no Estado. A justificativa é a condição das finanças. O citado governo pede ajuda federal. Um dos motivos pelos quais a ajuda federal é apresentada como necessária, justificando tratamento diferenciado em relação às demais unidades federadas em situação igualmente difícil, é a realização dos jogos olímpicos na “Cidade Maravilhosa”.



A situação é de calamidade e promove-se uma grande festa. Os jogos olímpicos constituem um grande festejo, digno dos reis e potentados da Antiguidade ou da Idade Média, embora possam promover o turismo e deixar algum legado útil, caso estes não se convertam em elefantes brancos a exemplo da Copa Mundial de Futebol de 2014.

Outros estados enfrentam dificuldades financeiras, mas não estão promovendo um grande espetáculo, com muitos convidados internacionais. Não merecem a mesma ajuda, segundo a lógica do governo fluminense.



Os estados federados estão endividados. A União não se encontra em melhor situação. Os governos municipais, em sua maioria, também estão à beira da falência. Grande parte das empresas e consumidores enfrentam situação semelhante. A saída seria promover grandes festejos internacionais?



Não se fala em cancelar o grande espetáculo, sem embargo de alguns países terem se oferecido para receber o evento. A honra nacional cairia na lama, caso aceitássemos a transferência dos jogos em apreço. A mesma honra não sofre nenhum respingo se os nossos serviços de saúde, educação, segurança pública e tantos outros entrarem em colapso, principalmente se a falência dos serviços essenciais se der longe das vistas dos turistas, que ficarão circunscritos ao Rio de Janeiro.



O argumento para discriminarmos entre estados falidos, favorecendo o Rio de Janeiro, é o turismo e a imagem a ser projetada no exterior. Não se pensa nas atividades essenciais, que também contribuem para o aquecimento da economia. Investir em saúde pode melhorar a produtividade da força de trabalho, aquecer o setor de serviços e a indústria ligada à respectiva atividade. O setor de transporte, com ênfase na mobilidade urbana, pode diminuir o custo dos fretes, atenuando o chamado custo Brasil.

O turismo sofre os efeitos da sazonalidade, gerando empregos temporários, além de guardar relação com todos os problemas inerentes ao trânsito de pessoas, do que a circulação de doenças é apenas um exemplo.

Iludimo-nos com as cifras milionárias do turismo na França, na Itália e outros lugares. Esquecemo-nos de que estes campeões de atração de visitantes têm bons serviços essenciais, podendo investir em turismo sem que para tanto tenham de abandonar hospitais e outras prioridades. 

Desconsideramos a posição geográfica e a riqueza do patrimônio histórico, artístico e cultural da Itália, da França e mesmo do México, com um potencial de atração que nos falta. Não somos tão próximos de sociedades tão ricas. Não temos tanta História e a que temos não preservamos. O turismo sexual tem sido o veio explorado no Brasil. Será este o objetivo? 

Não se pense que eventos com obras milionárias sejam oportunidade para roubalheira.