AO PROF. DR.
HENRY DE HOLANDA CAMPOS
CARTA ABERTA – Por Vianney Mesquita*
Não manda bem quem anela
mandar. (John
Ruskin)

Malgrado já me haver liberado das atividades de
docência, pesquisa e extensão, ex-vi
de reforma (salvo o múnus exercido como conselheiro curador da FCPC-UFC),
desenvolvo diuturnamente a tarefa de revista em trabalhos científicos desta
Academia – mestrado e doutorado – no curso da qual visito todos os dias suas
dependências, de sorte que jamais me permiti escapar às ligações – agora mais
afetivas do que nunca - com essa Instituição.
Assim, acompanho e compartilho, pari-passu, sua notável evolução, tanto em crescimento físico como
em dignidade, nos aspectos relativos à sua posição no ranque brasileiro e na
contextura internacional de institutos afins. Este estatuto de grande academia
não ocorreria não fossem o descortino e a responsabilidade próprios dos nossos
dirigentes, os quais, hoje, conquanto muitas vezes embaraçados pelas dificuldades
de angária de verbas, e, entre outras coisas, pelas exageradas ingerências, em
grande parte das vezes, descabidas,
dos órgãos de controle, fazem a UFC se ressair vitoriosa nos seus desígnios e
pontificar na qualidade de organismo-padrão no concerto das suas congêneres
nacionais.
Até admira, principalmente às pessoas conhecedoras do
rol imenso das dificuldades arrostadas pelos mentores maiores dessa IES, como
no meu caso, haver, ainda, quem se disponha, com enormes prejuízos pessoais e
familiares, num País desafortunadamente em crise (máxime a de conteúdo moral),
a dirigir instituições desse gênero, fato demonstrativo da abnegação e do
desapego a projetos pessoais, o que eleva a distinção e nobilita o caráter de
quem o faz, servindo de lição àqueles postados na zona da mais absoluta
comodidade.

Sem me arvorar de representante de nenhum segmento,
pois sou apenas um docente reformado, ex-chefe de gabinete – geralmente um “abandonado
institucional”, embora assim me não considere – acho que, ao me dirigir a Vossa
Magnificência, Prof. Henry, manifesto o pensamento da maior parte do público
universitário, a respeito de sua determinação de continuar Reitor da
Instituição, e lhe digo que o sentimento é de orgulho de o ter como seu
dirigente maior.
Tal fato, evidentemente, decorre dos predicados de
que é detentor (herdados de seus ascendentes, em particular de seu pai, o
celebrado jornalista e intelectual Pádua Campos, e por mim acompanhados há
cerca de 30 anos), dos comportamentos já manifestos como dirigente da Faculdade
de Medicina e no exercício da Reitoria, da prontidão intelectual que porta como
médico de nomeada e cientista de crédito internacional, das características
próprias de homem reto, dirigente acessível, de delegação racional, discreto e
determinado, o qual, por seguro, se acercará convenientemente do adjutório das
melhores cabeças do Ceará, em boa parte pertencentes aos quadros da U.F.C.

Acumulando a certeza de que a reflexão ora manifesta
representa a pluralidade do pensamento ufeceano, mesmo na qualidade de
aposentado, que a sociedade ativa, esquisitamente, parece ter como molesto e
incapaz – repito – vaticino uma administração profícua, vazada no trabalho
tranquilo com a equipe que vai compor, sem contendas internas nem altercações
supérfluas, ao mesmo tempo em que o parabenizo – e também ao seu Vice-Reitor,
que não experimentei ainda a ventura de conhecer – pela assunção do grande
encargo a arrostar doravante e com o êxito proporcional ao enorme ente humano
que em si habita.
*João VIANNEY Campos de MESQUITA é Prof. Adjunto IV da UFC. Acadêmico Titular das Academias Cearense da Língua Portuguesa e Cearense de Literatura e Jornalismo. Escritor e jornalista. Árcade fundador da Arcádia Nova Palmaciana. Membro do Conselho Curador da Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura-FCPC-UFC.
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