quarta-feira, 29 de novembro de 2023

NOTA ACADÊMICA - Terceira Reunião da Arcádia Alencarina

 TERCEIRA REUNIÃO
DA
ARCÁDIA ALENCARINA

 

A Terceira Reunião da Arcádia Alencarina, que teve lugar à bordo da Escola de Aprendizes-Marinheiros (EAM-CE), a convite do seu Comandante, o Capitão de Fragata Daniel Rocha, na noite de plenilúnio desta segunda-feira, dia 27 de novembro, foi uma experiência mágica e memorável.


 

Durante o evento tomaram posse na Academia Cearense de Literatura e Jornalismo (ACLJ) o jornalista e poeta Barros Alves, e o memorialista, músico e compositor George Tabatinga, respectivamente na titularidade da Cadeira de nº 8, patroneada pelo Barão de Studart, e na Cadeira de nº 39, cujo patrono é o publicitário Tarcísio Tavares. 

Na oportunidade se comemorou ainda a reinauguração do “Navio de Pedra”, equipamento pedagógico e histórico da EAM-CE, inaugurado em 1947, restaurado sob os auspícios do Grupo Empresarial M. Dias Branco, por solicitação da ACLJ, que contou com a parcimônia e a generosidade da Dra. Graça da Escóssia e de Dona Consuelo Dias Branco, que são Beneméritas da nossa Academia.



Durante a reunião, presidida pelo anfitrião, o Comandante Daniel Rocha, e tendo como convidado especial o jornalista Edilson Araújo, se iniciaram as discussões para a escolha da “Palavra do Ano de 2023”, já tendo sido propostos os termos “resiliência”, que se tornou uma panaceia linguística para todos os usos, e “terrorismo”, muito articulado desde o dia 08 de janeiro, e depois em relação às escaramuças bélicas na Europa Oriental e no Oriente Médio, seja de forma correta, seja com semântica distorcida.

Entre os convidados o Casal Elizabeba e Rubem Rebouças, Promotores de Justiça, e o Procurador do Município Jacinês Luz, além das famílias dos árcades e dos acadêmicos empossandos. 

O acadêmico César Barreto executou com voz e violão a "Canção do Mar", de sua autoria, em parceria com o poeta pernambucano, Marcus Accioly, e o confrade Pedro Bezerra de Araújo, que leu um texto de Catherine Rabeth.

A experiência gastronômica, a cargo das culinaristas da  família Vasconcelos, servida magistralmente pelos competentes taifeiros da EAM, se constituiu em duas opções de campanha da categoria dos risotos, representando o mar e o sertão,  arroz de Carneiro e Arroz de Camarão, ambas muito apreciadas por cada um dos comensais.

O grupo de convivas foi brindado ao final com um desfile da Banda de Música da EAM-CE, que, entre outras canções, executou o Cisne Branco, Hino da Marinha Brasileira, e a Ode Alencarina, Hino da ACLJ.

Fotos: Cira Leona - CL Produções
Vídeo: Jô Nogueira  

terça-feira, 28 de novembro de 2023

CRÔNICA - Ateliê do Artista (TL)

 ATELIÊ DO ARTISTA
Totonho Laprovitera*

 

"A arte é um dos meios que une os homens." (Leon Tolstói)

 

Um ateliê é um espaço de trabalho utilizado por artistas, geralmente dedicado à criação, produção e desenvolvimento de obras de arte. Ele pode variar em tamanho e configuração, desde pequenos estúdios individuais até espaços maiores a acolher vários artistas. É ambiente onde a criatividade flui, e muitos o consideram como lugar fundamental para o processo de criação artística.

 

Certa vez, assisti a uma inesquecível conversa entre Max Perlingeiro e Flávio Shiró, com muitas boas histórias de conteúdo artístico.

 

Sobre o pintor Antônio Bandeira, Shiró contou uma passagem ocorrida em Paris, quando a seu pedido foi convidado a conhecer o ateliê do colega artista. Em seu pequeno apartamento, Bandeira recebeu Shiró e os dois se puseram a falar de suas artes. Regada a vinho, a prosa corria cada vez mais solta, enquanto as horas se avexavam. Lá pelas tantas, Shiró lembrou a seguirem rumo ao ateliê e ficou surpreso com o “é aqui” do Bandeira. Curioso, então, emendou:

 

– Mas suas obras, em geral, são de grandes dimensões...

 

– São, sim.

 

– Como consegue pintá-las aqui?

 

– Afasto os móveis de lugar.

  

– E com o respingar das tintas?

 

– Espalho folhas de jornal no chão.

 

Bem, o diálogo não foi exatamente reproduzido por mim, mas procurei guardar sua essência.

 

Diante da questão sobre a localização do meu próprio ateliê, dou o maior valor em responder: – Na minha cabeça! Ora, o espaço mais generoso para desenvolver ideias é o da imaginação. Infinito, crio cercados de projetos e tanjo inspirações para dentro deles. Consumada a arte, transponho a porteira da realidade e, em plano visível, registro a expressão artística em papel ou tela.

 

É desse jeito, embora muitas vezes desconheça, de imediato, a razão do rebento artístico. Abstraído, o gestual misterioso me conduz à regência do traço e as imagens surgem naturalmente e sem explicações.

 

Inegavelmente, a arte confere a cada artista seu próprio universo; resta-lhe apenas o dom de habitá-lo. Nômade em voos passarinheiros, prefiro seguir o rumo do vento, soprando e tocando sentimentos em todas as direções.

 

Agora, com licença, pois vou me retirar para sonhar na imensidão do meu ateliê.


sábado, 25 de novembro de 2023

NOTA ACADÊMICA

 ACADÊMICOS 
LAUREADOS 

A Academia Cearense de Literatura e Jornalismo (ACLJ) saúda seus integrantes Pedro Bezerra de Araújo e Antonio Vicente Alencar, pelas homenagens recebidas neste mês, o primeiro, pela Assembleia Legislativa do Ceará, no dia 17 de novembro, por ocasião do Dia da Literatura, e o segundo, no dia 24, pela Academia Maçônica de Letras do Estado do Ceará.



Pedro Araújo é médico, com especialização na Universidade de Paris, na França, historicamente Frade Capuchinho, na sua juventude, e depois oficial da Aeronáutica. Exímio latinista, detentor de grande cultura humanística – é merecedor de todos os encômios e homenagens.

Vicente Alencar, radialista veterano, estudioso da família Alencar do Ceará, um dos mais tradicionais e competentes homens de imprensa do Estado – timbre radiofônico, dicção perfeita,  amplo traquejo ao microfone, texto elegante, domínio absoluto do idioma, vasto cabedal informativo e desenvoltura na crônica social, desportiva e musical. 

A ACLJ se orgulha dos seus membros titulares que são merecidamente laureados, pois os reconhecidos méritos intelectuais dos que a compõem são naturalmente compartilhados pelos pares, pois enaltecem e exaltam a entidade como um todo.      

terça-feira, 21 de novembro de 2023

NOTA SOCIAL - Medalha Amigo da Marinha

SOLENIDADE DE OUTORGA
DA
MEDALHA AMIGO DA MARINHA

A Capitania dos Portos e a Escola de Aprendizes Marinheiros do Ceará promoveram, na manhã desta segunda-feira, a outorga anual da “Medalha Amigo da Marinha”, desta feita a 47 agraciados, dentre destacadas personalidades locais que, de alguma maneira, terão contribuído para a boa interação entre a Marinha e a sociedade cearense.


Dentre os laureados o Presidente da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo (ACLJ), Reginaldo Vasconcelos, pelo bom relacionamento institucional estabelecido, desde o ano passado, entre a entidade cultural que ele preside e a Escola de Aprendizes Marinheiros.


 


Notadamente por ter a instituição intercedido junto ao Grupo Empresarial M. Dias Branco pelo patrocínio da restauração do chamado “Navio de Pedra”, equipamento pedagógico da Escola de Aprendizes-Marinheiros, aporte que foi concedido por deferência da sua Vice-Presidente Financeira, a Dra. Graça Dias Branco da Escóssia, Membro Benemérito da ACLJ. 

A solenidade, que teve lugar na Capitania dos Portos, no bairro Mucuripe, em Fortaleza, transcorreu nos moldes das cerimônias militares, com pontualidade e organização absoluta. 

Agraciados de pé em um dispositivo,  execução reverente do Hino Nacional por Banda de Música ao vivo, discursos concisos e breves do Almirante Elis Treidler Öberg e do Capitão dos Portos, Anderson Valença, entrega de medalhas,  cumprimentos e aplausos, tudo seguido por um lauto coquetel.

 

Antes do início da solenidade, enquanto anfitriões, recipiendários e convidados se congraçavam no salão, a Banda de Música da Escola de Aprendizes-Marinheiros executou a Ode Alencarina, Hino da ACLJ, uma distinção concedida pelo Capitão de Fragata Daniel Rocha, Comandante daquela instituição de ensino militar. 


No texto abaixo, Reginaldo Vasconcelos descreve o seu sentimento em relação a essa homenagem recebida, bem como o seu apreço para com a Marinha Brasileira.    

Quando uma pessoa simples como eu recebe a notícia de que será alvo de uma homenagem como esta, a primeira sensação que lhe assoma ao espírito é de que não tem méritos para tamanha deferência, e de que os que lhe a concedem devem estar equivocados quanto ao seu valor intrínseco, e quanto à sua importância social. 

Intimamente não se escapa de sentir-se vaidoso e horado, é claro, tomado de ternura e gratidão pelos que distinguiram o seu nome, porém, sempre desconfiado de que é da generosidade deles que lhe vem o galardão, sendo o brilho deles e a sua grandeza moral que se refletem no seu gesto, especificamente o caso do Comandante Daniel Rocha e do Capitão Anderson Valença, bem como dos demais integrantes da sua corporação. 

Porém, o nome desta comenda que recebi não transporta equívoco algum, porque, para mim, esse nome expressa uma verdade absoluta: eu me sinto de fato um amigo da Marinha, a Rainha das Forças Armadas Brasileiras – a mais antiga, a mais intrépida, a mais estética, a mais romântica. 

A Marinha é casa de patriotas, detentores de minha admiração e reverência, como os Almirantes: Tamandaré, um gaúcho; Almir Garnier; um carioca; e Marcos Sampaio Olsen, um cearense, para citar apenas três grandes Comandantes da Armada Brasileira. 

E o meu confrade Barros Alves, grande intelectual, que também foi agraciado com a Medalha Amigo da Marinha, adverte que o Tenente-Coronel Costa Barros, cearense do Aracati, que foi Presidente da Província do Ceará entre 1824 e 1828, tinha sido Ministro da Marinha Brasileira até o ano anterior.   

O meu estimado amigo General Pinto Sampaio, Comandante da 10ª Região Militar, que não pôde comparecer à solenidade de outorga por força maior, não fique ele com ciúme, porque eu também tenho grande apreço pelo Exército de Caxias, um infante que sou, um dos fundadores da Sociedade de Amigos do 23 BC, no ano 2000. 

Também fundador daquela entidade o grande empresário Ivens Dias Branco, que prestara o serviço militar naquele Batalhão de Caçadores, saudoso Membro Benemérito da nossa Academia Cearense de Literatura e Jornalismo, cujo grupo empresarial que criou, o M. Dias Branco, atendeu o nosso apelo e patrocinou a restauração do Navio de Pedra da Escola de Aprendizes-Marinheiros do Ceará. 

Aliás, grandes famílias cearenses nos dão orgulho, algumas umbilicalmente ligadas à nossa Academia. A família Sampaio do Ceará, por exemplo, tem uma extensa folha de serviços prestados às Forças Armadas Brasileiras como um todo. Por exemplo, além do Coronel Adyr Sampaio, com Dona Ana e sua prole de fardados ilustres, o grande Antônio de Sampaio, Patrono da Infantaria, e o referido Almirante Marcos Sampaio Olsen, atual Comandante da Marinha. 

A Medalha Amigo da Marinha, que tanto me honra e engrandece, eu divido com a nossa Academia, representada na solenidade de outorga pelos acadêmicos Rui Martinho Rodrigues, Arnaldo Santos, Sávio Queiroz Costa, Pedro Bezerra de Araújo, Adriano Vasconcelos, George Tabatinga, Humberto Ellery, além do insigne Barros Alves. É a serviço dela que me mobilizo, e foi através dela que o Grupo M. Dias Branco concedeu o mencionado patrocínio.

Faço aqui especial menção remota ao acadêmico Stenio Pimentel Gomes, cearense residente no Rio de Janeiro, que serviu à Marinha de Guerra por seis anos, e que a ela credita os princípios morais que o fizeram tornar-se o homem digno e o profissional vitorioso que seria no futuro, como advogado especialista em câmbio e comércio exterior. 

Enfim, de minha parte, garanto que pelo resto da minha vida farei jus de merecer a Medalha Amigo da Marinha – ainda que até hoje tenha tido poucas oportunidades de fazê-lo – mas ciente de que, por mínimas e raras que tenham sido as chances de glorificar a Marinha Brasileira, como homem de letras, fiz por onde aproveitá-las. 

Reginaldo Vasconcelos


Cobertura fotográfica e cinegráfica da CL Produções, do casal Cira Leona e Rocélio.

ACIONE O LINK PARA ACESSAR O VÍDEO

https://drive.google.com/file/d/164NCqVUhIBv17z4q-uRaRHdWIDat0Hzp/view?usp=sharing


A cobertura de televisão da TV Fortaleza, com o Produtor Leonardo Pedreira.



sábado, 18 de novembro de 2023

ARTIGO - Guerras e Guerra - Parte 2 (RMR)

 GUERRAS E GUERRA
Parte 2
UMA GUERRA

Leste do Mediterrâneo

Falar sobre uma guerra em sua singularidade encontra o primeiro desafio na definição dos seu início e fim, depois para identifica as partes envolvidas. Isto é: (i) Quem são os litigantes; (ii) quais condutas devem são atos de guerra; além de (iii) quais os objetivos ou interesses e paixões mais poderosos envolvidos devem ser considerados quando se queira demarcar os limites de uma conflagração. A II Guerra Mundial começou em setembro de 1939, com Alemanha versus França, Inglaterra e Polônia? Isso era uma guerra mundial? Ou em junho de 1941, quando a Alemanha invadiu a URSS? Quando o Japão atacou os EUA que assim entrou no conflito? Em julho de 1937 quando o Japão atacou a China? Em julho de 1936, com a internacionalizada Guerra Civil Espanhola? Todos estes conflitos se relacionam intimamente. Não podemos separá-los. A conexão entre eles poderia ensejar um acalorado debate sobre a definição do início da II Guerra Mundial. Prevaleceu, todavia, a invasão da Polônia pela Alemanha, em setembro de 1939, como o começo do grande conflito.

Quando começou a guerra entre árabes e judeus? O sionismo começou em 1896, com o livro O Estado Judeu, do jornalista áustro-húngaro Theodor Hezl (1860 – 1904), como um movimento que pretendia viabilizar um Estado. A imigração de judeus para a parte do Império Otomano, onde mais tarde seria refundado o Estado de Israel, foi intensificada. Uns poucos judeus haviam permanecido ali, refugiados nas montanhas, para onde fugiram seguindo conselho dado por Jesus (Lucas 21; 21). As duas tentativas do Império Romano de expulsá-los, nos 70 e 132 do séc. I, não haviam exterminado todos eles. Tal imigração se intensificou a partir de fins do Século XIX. 

Registre-se que: (i) imigrantes não são invasores; (ii) o território era do Império Otomano e nunca houve um Estado palestino; (iii) havia judeus no local, embora fossem minoritários, cuja cultura havia sido preservada; (iv) alguns dos imigrantes judeus chegaram financiados pelos sionistas, com dinheiro para comprar terras, fato que não se confundi com tomá-las; (v) outros povos que habitavam na área e venderam para os imigrantes judeus terras ruins por preços superiores ao que valiam, subestimando os judeus por comprarem terras de má qualidade por alto preço; (vi) o choque cultural causado pelos costumes do imigrantes judeus; a comparação dos costumes árabes com os dos judeus ensejou conflitos entre os dois povos que até então conviviam em paz. Kibutz era a organização social, política e econômica dos imigrantes judeus. Tudo isso é relatado no romance histórico Exodus, de Leon Uris (1924 – 2003). 

A I Guerra Mundial ensejou a cooperação dos judeus com os britânicos e franceses, que prometeram viabilizar a restauração do Estado de Israel. A derrota dos impérios centrais causou o desmoronamento do Império Otomano. O território onde hoje estão a Síria e o Líbano ficou sob controle da França, por mandato da Liga das Nações. A parte onde se encontram a Cisjordânia, Israel e a Faixa de Gaza ficou sob controle dos britânicos, que restauraram o nome Palestina, dado pelos romanos quando devastaram a Judeia e mudaram o nome como castigo aos judeus pela rebeldia deles. Britânicos e franceses não honraram a promessa de restaurar o Estado de Israel. Começou então a luta pela independência de Israel. 

Os britânicos reprimiram os judeus. Chegaram a afundar a tiros navios com imigrantes judeus. Veio a II Guerra Mundial e o holocausto. A sensibilidade causada pelo extermínio de judeus e a promessa, reiterada durante a II Guerra, de restaurar o Estado judeu, quando a ajuda dos hebreus era oportuna e conveniente para os britânicos, mais uma vez foi descumprida. A guerra de independência, porém, levou ao reconhecimento de Israel pela ONU, com o voto favorável da URSS. Egito, Arábia Saudita, Jordânia, Síria Líbano e Iraque atacaram Israel. Os judeus não tinham propriamente um exército, mas um povo precariamente armado. Lutou e venceu, usando um equipamento em parte fornecido pela socialista Tchecoslováquia. Desde então a guerra continua, de modo intermitente, como uma longa guerra. 

O conflito global e o antissemitismo 

Na competição entre grandes potências todos os meios são usados. Os líderes sionistas, em sua maioria, eram comunistas ou socialistas, como os líderes socialistas e comunistas, no Século XIX e na primeira metade do século XX, eram majoritariamente judeus, contrariamente a tese segundo a qual Israel é uma cunha do capitalismo no Oriente Próximo. Até a guerra do Yom kipur (1973) Israel era governado pelo partido socialista. A URSS votou favoravelmente a criação do Estado de Israel. A Tchecoslováquia forneceu armas ao Estado judeu quando os EUA se negavam a fornecê-las. Tudo mudou quando a Guerra Fria e a riqueza do petróleo tornou conveniente, para os soviéticos, apoiar os árabes. 

Kibutz era uma fazenda coletiva, a comunidade mais completamente comunista que já existiu. Nele tudo era coletivo: dormitórios, armários, roupas, talheres, tudo. Tudo era usado por todos. Isso foi tolerado pela geração dos sobreviventes do holocausto. Durante algum tempo Claude Lévi-Strauss (1908 – 2009) e Spiro Melford (1920 – 2014) chegaram a pensar que a família acabaria no kibutz, conforme a obra Família: Origem e Evolução. Hoje propagam que Israel é uma cunha do capitalismo no Oriente Próximo. O antissemitismo multissecular ajuda a propaganda contra Israel. Examinemos algumas falácias antissemitas desta propaganda. 

As falácias da guerra midiática 

Acusam os judeus de invadir a palestina, embora (i) nunca tenha havido tal Estado; (ii) imigrantes não sejam invasores; (iii) judeus tenham fortes laços históricos com aquelas terras; (iv) e sempre tenha havido judeus na região. (v) A falácia da opressão ignora que árabes residentes em Israel têm cidadania, frequentam escolas junto com judeus e exercem direitos políticos, votam, são votados e têm representantes no Parlamento. Os que moram na Cisjordânia ou em Gaza podem trabalhar em Israel e milhares o fazem, com salários muito mais altos do que nos territórios palestinos. Podem entrar e sair da Faixa de Gaza. Evidentemente que são submetidos a algum controle para evitar a entrada de meios potencialmente ofensivos. 

As falácias da guerra midiática 

Acusam os judeus de invadir a palestina, embora (i) nunca tenha havido tal Estado; (ii) imigrantes não sejam invasores; (iii) judeus tenham fortes laços históricos com aquelas terras; (iv) e sempre tenha havido judeus na região. (v) A falácia da opressão ignora que árabes residentes em Israel têm cidadania, frequentam escolas junto com judeus e exercem direitos políticos, votam, são votados e têm representantes no Parlamento. Os que moram na Cisjordânia ou em Gaza podem trabalhar em Israel e milhares o fazem, com salários muito mais altos do que nos territórios palestinos. Podem entrar e sair da Faixa de Gaza. Evidentemente que são submetidos a algum controle para evitar a entrada de meios potencialmente ofensivos. 

É falácia, do tipo falsa equivalência, confundir mortes que são objetivo de uma ação terrorista, atingindo civis, semeando o terror ou provocando reação que enseje discurso de vitimização, com mortes causadas involuntariamente por ações cujos objetivos eram atingir combatentes, mas involuntariamente atingem civis, como perdas colaterais. Combate em zona urbana, inevitavelmente atinge civis, principalmente quando não há distinção aparente de combatentes. Usar civis como escudo é crime. Indiferenciar perdas colaterais e mortes propositais é falácia. 

A imigração fez crescer a população de Judeus na Palestina, surgiram conflitos entre judeus e árabes. Quem começou é uma pergunta semelhante à questão sobre quem surgiu primeiro, se o ovo ou a galinha. Ambos os lados praticaram violência, inclusive terrorismo. A ONU reconheceu Israel e dividiu o território até então sob mandato britânico. Quem se recusou a aceitar a divisão, recusando-se a admitir a existência de Israel e iniciando uma guerra foram os Estados árabes contíguos ao ressurreto Estado Judeu. Não há dúvida quanto a quem é o agressor a partir de então. 

Assentamentos judaicos na Cisjordânia não são etapas de anexação de território. São comunidades de imigrantes que poderiam conviver pacificamente com os árabes em um futuro Estado palestino, como árabes convivem com judeus no Estado de Israel, se os palestinos aceitassem a existência de Israel. Os assentamentos judeus que existiam em Gaza foram retirados e Gaza foi desocupada sem nenhuma exigência de reciprocidade. O outro lado “agradeceu” construindo túneis, sacrificando o próprio povo ao desviar recursos vultosos para preparar as agressões contra Israel. Não houve um só gesto, por parte dos inimigos de Israel, com algum sentido de conciliação. 

A situação perigosa 

As partes na etapa atual da guerra dificilmente encontrarão solução pacífica. Um acordo com o inimigo satanizado durante tanto tempo destruiria lideranças árabes. Anwar Al Sadat (1918 – 1981), líder egípcio, foi assassinado por militares do seu próprio país por ter feito a paz com Israel. Deixar de esmagar o Hamas, na atual circunstância, destruiria todas as lideranças da coalisão que governa o Estado judeu. Yitzhak Rabin (1922 – 1995), primeiro-ministro de Israel, foi morto por um judeu radical pelo mesmo motivo que Sadat foi assassinado. 

As grandes potências vivem o momento da armadilha de Tucídides. A China desafia a hegemonia americana. A vergonhosa retirada dos EUA do Afeganistão exige, agora, da Casa Branca, atitude afirmativa. Os avanços de Pequim no Mar do Sul da China exigem a mesma atitude. O avanço russo enviando tropas para a Moldávia objetivando separar a região da Transnistria (1994), proclamando que onde houver russos étnicos a Rússia os protegerá; o avanço sobre a Geórgia, tomando a Ossétia do Sul (2008), roubando a Crimeia Ucrânia (2014) alarmaram os europeus. A invasão da Ucrânia pela Rússia (2022) despertou o Ocidente para a necessidade de resistir à agressividade Russa. 

Tão grande foi o temor, em razão do expansionismo russo, que os países do extinto Pacto de Varsóvia correram para se abrigar na OTAN. As ameaças da Coreia do Norte, por sua vez, são graves. Ela afundou uma corveta da Coreia do Sul (2010) e ficou impune. O Irã atacou navios americanos com lanchas suicidas (2020) e ficou impune. O Ocidente teme fazer concessões. As eleições americanas pressionam o presidente Joe Biden. Os EUA têm pouco espaço para fazer concessões em uma negociação. 

A Rússia perdeu prestígio por não conseguir derrotar a Ucrânia em duas semanas, como proclamava. Não pode fazer concessões. A China sofre grave crise na construção civil e no setor bancário; tolerou inerte a visita da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan, depois de declarar que não permitiria tal coisa. Não pode ser concessiva. O povo chinês ferve de ódio nacionalista com a memória das humilhações sofridas pela China como as guerras do ópio, dos boxers e agressões japonesas. A situação é difícil de contornar. 

A guerra global cada vez fica mais complicada na Ucrânia, no Oriente Próximo, na África subsaariana, no estreito de Taiwan e na Coreia, seja a guerra de tiros, ou, como no Ocidente em geral, guerra de palavras, de favorecimento do tráfico de drogas, de catequese ideológica ou no aparelhamento e desmoralização das instituições. Tudo isso é guerra e há rumores de guerras. Israel não pode recuar sem renunciar à própria existência. Os soldados judeus juram que Massada não voltará a cair e Israel é uma potência nuclear.

sexta-feira, 10 de novembro de 2023

NOTA SOCIAL - Ricardo Cavalcante Recebe Amigos na Fiec

 RICARDO CAVALCANTE
RECEBE AMIGOS NA FIEC

O empresário Ricardo Cavalcante, Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), e Vice-Presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), comemorou aniversário, recebendo os amigos na tarde-noite do dia 09 de novembro, na sede da Fiec. 

Ricardo Cavalcante – eleito “Cearense do Ano 2023” pela ACLJ, nosso 21º Membro Benemérito – em seu belo discurso de aniversário, que teve passagens comoventes, descreveu os seus esforços na excelente gestão que desenvolve na entidade que congrega os industriais cearenses, grande parte deles presentes à festa. 

Em sua fala, fez referência a um antigo comentário depreciativo de que o Ceará, na sua pobreza geográfica, só teria sol, vento e pedras. Registrou então que, ironicamente, com o advento da captação de energias eólica e solar, e com o pujante mercado de granito na pauta de exportação, sol, vento e pedra se converteram em importantes fontes de riqueza para o nosso Estado.



A ACLJ esteve representada pelos Acadêmicos Titulares Reginaldo Vasconcelos, Totonho Laprovitera e Cândido Albquerque, e pelo Membro Benemérito Beto Studart, que sendo ex-presidente da Fiec e grande amigo do aniversariante, também proferiu-lhe, do púlpito, uma expressiva saudação.


O Capitão dos Portos do Ceará, Capitão de Mar e Guerra Anderson Valença, e o Comandante da 10ª Região Militar, General Pinto Sampaio prestigiaram o evento aniversário de Ricardo Cavalcante. Neste flagrante, posam com o jornalista Reginaldo Vasconcelos.

Também aniversariou na mesma data o Diretor Financeiro da Fiec, Edgar Gadelha, que dividiu com o Presidente Ricardo os cumprimentos pelo coincidente decurso da efeméride natalícia. Edgar também falou aos convidados sobre os seu sentimento de gratidão pelas felicitações que recebeu. 

Na imagem, Ricardo e Rosângela Cavalcante, Jaque Maia e Edgar Gadelha.

A reportagem fotográfica é da Coluna Balada In, do jornalista Pompeu Vasconcelos.