quarta-feira, 1 de julho de 2015

CRÔNICA (RV)

O TRISTE ANIVERSÁRIO 
DO REAL
Reginaldo Vasconcelos*

Na data de hoje, há 21 anos, era lançada no Brasil uma nova moeda – o Real. Em 01 de julho de 1994 terminava uma longa e sofrida fase de desequilíbrio financeiro e inflação, debelada no final do Governo Itamar Franco, tendo Fernando Henrique Cardoso como Ministro da Fazenda.

Um vice que assumiu o Governo após um traumático processo de impeachment do Presidente, no último ano de sua gestão, em plena ebulição eleitoral, um grupo de economistas composto por André Lara Rezende, Pérsio Arida e Gustavo Franco elaborou um plano de estabilização que seria bem-sucedido, depois de vários que haviam fracassado.

Passados 21 anos, 12 dos quais entregues à sanha populista dos governos petistas, a inflação volta, e o País novamente enfrenta dificuldades gravíssimas em sua política econômica. Data em que se poderia comemorar a maioridade absoluta do Real, a Nação lamenta o imenso retrocesso, a nos apresentar um futuro incerto e nebuloso.


Na imagem, o cronista, entre amigos, em 1º de julho de 1994, uma sexta-feira, mostra a primeira cédula de real que defrontara, prevendo o longo período de equilíbrio financeiro, neste momento ameaçado por corrupção e ineficiência administrativa. Que Deus se apiade de nossas almas.

*Reginaldo Vasconcelos
Advogado e Jornalista
Titular da Cadeira de nº 20 da ACLJ




NOTA DO EDITOR:

Na última frase deste texto o cronista usou a expressão “Que Deus se apiede de nossas almas”. Providencialmente, o Prof. Vianney Mesquita, acadêmico da ACLJ, gramático e latinista de escol, corrigiu a palavra grafada “apiede”, que segundo ele deve ser “apiade”, pelas razões que fundamenta:

Nas três pessoas do singular do presente do subjuntivo desde verbo, são empregadas as formas rizotônicas, enquanto, nas do plural, as arrizotônicas. Então,  ‘...que Deus se apiade’".

A nota se impõe para que o leitor não estranhe a correção, tendo em vista que a forma errada que fora aplicada está no domínio do senso comum. O difícil idioma lusitano tem usos equivocados consagrados de que somente os filólogos conhecem a forma correta, e é atribuição desta Academia prestigiar a língua culta. 

Além do exemplo acima, tome-se, verbi gratia, os casos dos termos “magérrimo” e “agilizar”, que todos aplicam por erro de hiperurbanismo – e estão inclusive dicionarizados – quando, com base na origem etimológica latina dessas palavras, o correto seria dizer “macérrimo” e “agilitar”.


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