O TRISTE ANIVERSÁRIO
DO REAL
DO REAL
Reginaldo Vasconcelos*
Na data de hoje, há 21
anos, era lançada no Brasil uma nova moeda – o Real. Em 01 de julho de 1994 terminava
uma longa e sofrida fase de desequilíbrio financeiro e inflação, debelada no
final do Governo Itamar Franco, tendo Fernando Henrique Cardoso como Ministro
da Fazenda.
Um vice que assumiu o
Governo após um traumático processo de impeachment do Presidente, no último ano
de sua gestão, em plena ebulição eleitoral, um grupo de economistas composto
por André Lara Rezende, Pérsio Arida e Gustavo Franco elaborou um plano de estabilização
que seria bem-sucedido, depois de vários que haviam fracassado.
Passados 21 anos, 12 dos
quais entregues à sanha populista dos governos petistas, a inflação volta, e o
País novamente enfrenta dificuldades gravíssimas em sua política econômica. Data
em que se poderia comemorar a maioridade absoluta do Real, a Nação lamenta o
imenso retrocesso, a nos apresentar um futuro incerto e nebuloso.
Na
imagem, o cronista, entre amigos, em 1º de julho de 1994, uma sexta-feira,
mostra a primeira cédula de real que defrontara, prevendo o longo
período de equilíbrio financeiro, neste momento ameaçado por corrupção e
ineficiência administrativa. Que Deus se apiade de nossas almas.
*Reginaldo Vasconcelos
Advogado e Jornalista
Titular da Cadeira de nº 20 da ACLJ
NOTA DO EDITOR:
Na última frase deste texto o cronista
usou a expressão “Que Deus se apiede de nossas almas”. Providencialmente, o Prof.
Vianney Mesquita, acadêmico da ACLJ, gramático e latinista de escol, corrigiu a palavra
grafada “apiede”, que segundo ele deve ser “apiade”, pelas razões que
fundamenta:
“Nas
três pessoas do singular do presente do subjuntivo desde verbo, são
empregadas as formas rizotônicas, enquanto, nas do plural, as arrizotônicas.
Então, ‘...que Deus se apiade’".
A nota se impõe para que o leitor não
estranhe a correção, tendo em vista que a forma errada que fora aplicada está
no domínio do senso comum. O difícil idioma lusitano tem usos
equivocados consagrados de que somente os filólogos conhecem a forma correta, e é atribuição desta Academia prestigiar a língua culta.
Além do exemplo acima, tome-se, verbi gratia, os casos dos termos “magérrimo”
e “agilizar”, que todos aplicam por erro de hiperurbanismo – e estão inclusive dicionarizados – quando, com base na origem etimológica latina dessas palavras, o
correto seria dizer “macérrimo” e “agilitar”.
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