quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

NOTÍCIA COMENTADA - Lula na Operação Duplo X

MINISTROS CObraM tratamento mais respeitoso a Lula

Agência o Globo


O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, disse na noite desta quarta-feira, ao comentar a 22ª fase da Operação Lava-Jato, que mira na investigação de ocultação de patrimônio adquirido com recursos desviados da Petrobras, batizada de Triplo X, que há uma “obsessão” em criminalizar o ex-presidente Lula.

Wagner disse que é preciso esperar o fim das investigações “antes de colocar carimbos” em quem quer que seja. E disse que Lula prestou inestimáveis serviços à sociedade, tem um carisma enorme e por isso virou “objeto de desejo” dos que querem vê-lo investigado, mas que por tudo que fez em benefício do País, é preciso que tenha um tratamento mais respeitoso.

(Lula) Deu uma contribuição, independente da convicção de cada um que considero inestimável à sociedade brasileira e ao Brasil e eu acho que sinceramente deveria ter um tratamento mais respeitoso — defendeu o ministro.

CARDOZO: “ESPECULAÇÕES INDEVIDAS”

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, classificou nesta quarta-feira de “especulações indevidas” as análises de que a fase Triplo X da Operação Lava-Jato mira o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele ressaltou que o juiz Sérgio Moro, responsável pelas investigações em Curitiba, já afirmou que não há qualquer procedimento em relação ao ex-presidente.

— Até onde sei, essa investigação está sob sigilo. Apenas posso dizer de situações que são públicas. Recentemente, o juiz Sérgio Moro disse que o ex-presidente Lula não é investigado e eu não recebi nenhuma informação de qualquer ato investigativo em relação à essa pessoa do juiz Sérgio Moro. Isso está claro pelo Judiciário. O ex-presidente não está sendo investigado e nem me parece que tenha sido determinada qualquer medida na investigação de hoje. Quaisquer outras situações são especulações indevidas — afirmou Cardozo.

COMENTÁRIO:

O ex-presidente Lula, que se diz a “alma viva mais honesta do País”, deveria ter interesse em ser investigado pela Operação Lava Jato, para, enfim, provar à Nação a sua pretensa honestidade.

Ser objeto de investigação não representa desrespeito aos honestos, quando haja fundadas suspeições contra eles, das quais se queira o cabal esclarecimento.

E as suspeitas contra Lula são fundadas, pelo fato de que a imensa corrupção no País durante as administrações petistas é incontroversa, e há uma legião de correligionários, aliados políticos, amigos, ex-colaboradores de seu governo e parentes seus condenados, presos ou investigados.

Por fim, alegar que o ex-presidente mereceria um tratamento jurídico especial é querer subverter o preceito democrático de que “todos são iguais perante a lei”.

Demais disso, tentar minimizar as acusações brandindo acertos pontuais de governo e virtudes que o acusado ostente pode ser entendido com antecipação de argumentos de defesa, e portanto como admissão tácita do envolvimento de Lula nos escândalos. 

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