MINISTROS CObraM tratamento mais respeitoso a Lula
Agência o Globo
O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, disse na
noite desta quarta-feira, ao comentar a 22ª fase da Operação Lava-Jato, que
mira na investigação de ocultação de patrimônio adquirido com recursos
desviados da Petrobras, batizada de Triplo X, que há uma “obsessão” em
criminalizar o ex-presidente Lula.
Wagner disse que é preciso esperar o fim das
investigações “antes de colocar carimbos” em quem quer que seja. E disse que
Lula prestou inestimáveis serviços à sociedade, tem um carisma enorme e por
isso virou “objeto de desejo” dos que querem vê-lo investigado, mas que por
tudo que fez em benefício do País, é preciso que tenha um tratamento mais
respeitoso.
(Lula) Deu uma contribuição, independente da convicção
de cada um que considero inestimável à sociedade brasileira e ao Brasil e eu
acho que sinceramente deveria ter um tratamento mais respeitoso — defendeu o
ministro.
CARDOZO: “ESPECULAÇÕES INDEVIDAS”
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo,
classificou nesta quarta-feira de “especulações indevidas” as análises de que a
fase Triplo X da Operação Lava-Jato mira o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva. Ele ressaltou que o juiz Sérgio Moro, responsável pelas investigações em
Curitiba, já afirmou que não há qualquer procedimento em relação ao
ex-presidente.
— Até onde sei, essa investigação está sob sigilo.
Apenas posso dizer de situações que são públicas. Recentemente, o juiz Sérgio
Moro disse que o ex-presidente Lula não é investigado e eu não recebi nenhuma
informação de qualquer ato investigativo em relação à essa pessoa do juiz
Sérgio Moro. Isso está claro pelo Judiciário. O ex-presidente não está sendo
investigado e nem me parece que tenha sido determinada qualquer medida na
investigação de hoje. Quaisquer outras situações são especulações indevidas —
afirmou Cardozo.
COMENTÁRIO:
O
ex-presidente Lula, que se diz a “alma
viva mais honesta do País”, deveria ter interesse em ser investigado pela
Operação Lava Jato, para, enfim, provar à Nação a sua pretensa honestidade.
Ser objeto
de investigação não representa desrespeito aos honestos, quando haja fundadas
suspeições contra eles, das quais se queira o cabal esclarecimento.
E as
suspeitas contra Lula são fundadas, pelo fato de que a imensa corrupção no País
durante as administrações petistas é incontroversa, e há uma legião de correligionários,
aliados políticos, amigos, ex-colaboradores de seu governo e parentes seus condenados,
presos ou investigados.
Por fim,
alegar que o ex-presidente mereceria um tratamento jurídico especial é querer subverter
o preceito democrático de que “todos são iguais perante a lei”.
Demais
disso, tentar minimizar as acusações brandindo acertos pontuais de governo e
virtudes que o acusado ostente pode ser entendido com antecipação de argumentos de defesa, e portanto como admissão tácita do
envolvimento de Lula nos escândalos.
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