O GÊNIO E O CAOS
Rui
Martinho Rodrigues*
“Só os estúpidos se organizam. Os gênios controlam o caos”.
(Albert
Einstein Y1879 †1955)
Eu não sei bem o
que seja um gênio, mas certamente não é uma coisa homogênea. Creio que se pode
falar em diferentes tipos de gênios, analogamente às inteligências múltiplas.
Deve haver uma genialidade que se desenvolve, se expressa e fertiliza em meio às
organizações sociais, pois grandes centros de pesquisa são organizações, e alguns
desses institutos são muito produtivos.
Mas certamente haverá um
tipo de gênio avesso ao comportamento de manada – sempre presente nas
organizações – que se desenvolve no vácuo deixado pela falta de conexões, por
não ter as respostas dadas pelas organizações, por não se sujeitar aos seus
controles.
Existem organizações
e organizações. Algumas podem ser esterilizantes. Outras podem favorecer ao
desenvolvimento dos gênios ou talentos, que, conforme a teoria que se adote,
podem ser coisas diferentes.
Levando a exclusão ao
extremo, eu diria não pode haver genialidade solipsista. Ninguém começa
nada do zero. A convivência, o debate e a cooperação fertilizam o pensamento e
estimulam a criatividade. Sempre nos apoiamos nas descobertas e contribuições
de alguém, sempre nos apoiamos em alguém. O choque de ideias favorece a
criatividade.
Sem levar ao extremo,
afastar-se da manada libera a originalidade. O comportamento de grupo tende a
ser medíocre, tanto quanto o isolamento extremado. A identificação com grupos
limita a divergência, o que limita a criatividade. Nenhum dos autores das grandes revoluções científicas da história, como, por exemplo, Galileu Galilei, teria feito o que fez se não fosse um sujeito
do contra, franco atirador, lobo solitário.
*Rui Martinho Rodrigues
Professor – Advogado
Historiador - Cientista Político
Presidente da ACLJ
Titular de sua Cadeira de nº 10
Nenhum comentário:
Postar um comentário