Guilherme Neto foi
procurado há quatro anos para integrar o grupo inaugural da ACLJ, mas então se
constatou que uma doença senil lhe suprimira a memória inteiramente,
incapacitando-o de tomar posse como Acadêmico Titular.
Assim, Guilherme
foi um dos dois únicos jornalistas cearenses a integrar ainda em vida o rol dos
nossos Patronos Perpétuos, sendo o último deles a falecer, tendo sido Armando
Vasconcelos, acometido de enfermidade semelhante, o primeiro dos dois a nos deixar, em 2011.
Desde os anos 40, e
por mais de seis décadas, Guilherme exerceu as mais diversas funções em rádio, televisão, jornal e publicidade, tendo se notabilizado entre os grandes
cronistas cearenses, gênero da literatura ligeira e jornalística em que
brilharam os conterrâneos José Martiniano de Alencar (1829-1877), Carlos Cavalcante,
de pseudônimo Caio Cid (1904-1972),
Ciro Colares da Penha (1923-2002) e o médico Airton Monte (1949-2012).
Guilherme começou
como cantor na antiga emissora de rádio PRE-9, tornando-se ídolo em programas
de auditório, nos quais lançou repertórios dos compositores locais Lauro Maia,
Mozart Brandão, Aliardo Freitas e Luís Assunção.
Na década de 1950, depois de uma passagem como assistente de direção da Rádio Tamandaré, de Recife, voltou a Fortaleza para dirigir a Ceará Rádio Clube, tarefa que lhe foi confiada pela direção dos Diários e Emissoras Associados do Brasil, empresa à época comandada por Almeida Castro, João Calmon e Paulo Cabral de Araújo, em nome do empreendedor Assis Chateaubriand.
No período
compreendido entre 1954 e 1960, na pioneira emissora PRE-9, fez-se autor de inúmeros
textos do radioteatro. Em novembro de 1960, surgiu a Televisão no Estado do Ceará e
Guilherme Neto foi escolhido para dirigir a equipe de
implantação do novo veículo de comunicação: a TV Ceará Canal 2.
No final da década
60 – depois que o sistema de rede nacional de TV, por intermédio do vídeo-tape,
concentrou no Rio e em São Paulo os centros de produção de televisão –
Guilherme Neto tornou-se editor e diretor comercial, respectivamente, dos
jornais Unitário e Correio do Ceará.
No início da década
de 70 Guilherme Neto voltou à direção da
TV Ceará Canal 2, e a sua gestão foi marcada por três acontecimentos históricos
para a televisão cearense: a implantação do sistema de transmissão em cores, a edição do primeiro telejornal vespertino e a realização de dois programas de variedades na TV, apresentados por Gonzaga Vasconcelos e Augusto Borges, em que foram lançados em âmbito local os integrantes do "Pessoal do Ceará" - Belchior, Fagner, Ednardo, Rodger Rogério.
Em 1974 surgiu a Televisão Educativa Canal 5 e, outra vez, Guilherme Neto foi convocado para coordenar artisticamente mais uma emissora.
Na década 80 –
quando a Universidade Federal do Ceará decidiu criar a Rádio Universitária –
novamente Guilherme Neto, assumindo a direção artística da então nova emissora
FM, integrou-se à equipe fundadora.
Guilherme Neto era tio e mentor do grande jornalista, poeta, radialista, ator, dramaturgo, apresentador de TV e professor de teatro Ricardo Guilherme, membro da ACLJ.
Guilherme Neto era tio e mentor do grande jornalista, poeta, radialista, ator, dramaturgo, apresentador de TV e professor de teatro Ricardo Guilherme, membro da ACLJ.
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