terça-feira, 23 de dezembro de 2014

APRECIAÇÃO LITERÁRIA (VM)

Beleza e Forma Inusitadas
nos Versos do Conterrâneo
José Rebouças Macambira,
meu Patrono na Academia
(Segunda Parte)
Vianney Mesquita*


Um soneto impecável vale, sozinho, um grande poema. (Nicholas Boileau Despréaux, crítico literário e poeta. *Paris, 01.11.1636; 13.03.1711).


Vida e Obra de Zé Rebouças

Ao retomar o tema, recorro neste lance a Raimundo Girão e Maria da Conceição Sousa (Dicionário da Literatura Cearense, de onde também, honrosamente, sou verbete), para validar o registro consoante o qual JRM, havendo nascido em 17 de novembro de 1917 (+Fortaleza, 17.01.1992), foi bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da UFC, bem como licenciado e bacharel em Letras Neolatinas pela precitada Faculdade Católica de Filosofia. Atuou como regente de Linguistica (UFC), professor de Grego, Latim e Francês no Liceu do Ceará e docente de Língua Latina no Colégio Municipal Filgueiras Lima.

Diversamente de outros palmacianos de seu tempo, conforme expressei há pouco, teve larga produção literocientífica – o que o ajudou a acessar a Academia Cearense de Letras, como detentor da Cadeira 39, cujo patrono é o Visconde de Saboia, bem como assentar-se na Cátedra de número 15 da Academia Cearense da Língua Portuguesa (patroneada por Joaquim Matoso Câmara Junior e hoje ocupada pela imortal Professora Doutora Maria Elias Soares, da Universidade Federal do Ceará), onde o encontrei em 1988, quando assumi a Cadeira de número 37 daquele sodalício, protegida pelo filósofo e gramático Estêvão Cruz.

Publicou Estrutura do Vernáculo (1986); Estrutura Morfossintática do Português (1978); A Estrutura da Oração Reduzida (1971); Gênese e Desenvolvimento da Interrogação Latina (1951); Estrutura Musical do Verso (1977); Diátese Verbal (1979); Fonologia do Português e Musa de Aquém e de Além (ambos de 1981) – de onde pincei o soneto logo mais reproduzido e comentado.

José Rebouças Macambira é, sob o prisma da história de nossa terra, o escritor nascido em Palmácia com o maior quantitativo de publicações de excepcional qualidade conteudística, convindo acrescer, no entanto, o fato de que tal informação é válida somente entre aqueles já postados em plano distinto da existência corporal, pois há hoje quem o supere, na extensão de edições librárias, também de cariz literário e teor acadêmico, com chancela de casas publicadoras. Esse autor palmaciano já cuida, para edição até maio de 2015, dos originais de Retirados do Etagére – Notas de Crítica.

JRM, como mestre da Língua Portuguesa e emérito ensaísta no terreno da Ciência de Ferdinand de Saussure, Roland Barthes e Rogério Bessa, foi e continua bem recepcionado, apreciado em todo o Ceará culto, transpondo até os lindes do Brasil.

No começo dos anos 1960, já era eu admirante da forma poética do soneto, em especial de Augusto dos Anjos, dos escritores do chamado mal do século e parnasianos em geral, como Raimundo da Mota Azevedo Correia, Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac, Antônio Mariano Alberto de Oliveira e Vicente Augusto de Carvalho.

CONTINUA EM 26.12.2014  - (José Fernandes Sampaio, o Zé Sampaio)




*Vianney Mesquita 
 Docente da UFC 
Acadêmico Titular da Academia Cearense da Língua Portuguesa  
Acadêmico Emérito-titular da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo 
Escritor e Jornalista

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