A VERDADE TARDA,
MAS NÃO FALTA
Cássio Borges*
Participei, nos dias 20 e 21/6, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), do 2º Seminário ÁGUA INNOVATION, no qual ouvi palestras abordando temas relacionados às soluções para a problemática hídrica do nosso estado.
É mais do que evidente, e já venho dizendo isso há décadas, que não se pode pensar em fazer gestão dos recursos hídricos se não houver plena e total convicção da real disponibilidade de água do nosso Estado, onde o Açude Castanhão é a sua principal fonte de abastecimento para fins agrícolas, industriais, humanos e animais.
A principal conclusão que tirei desse seminário foi verificar que, finalmente, a vazão regularizada do Açude Castanhão está sendo reconhecida como sendo de 10 m³/s, em vez de 30 m³/s, conforme questionamentos que venho fazendo desde o ano de 1985, quando a referida obra surgiu no cenário cearense, proposta pelo extinto Departamento Nacional de Obras de Saneamento (DNOS) que tinha sua sede no Rio de Janeiro.

A esse respeito, eu me questionava: “Como se pode fazer a gestão dos recursos hídricos no Estado do Ceará, se não se conhece a vazão regularizada do seu principal reservatório, o Açude Castanhão”?

É lamentável que se tenha desprezado o excelente planejamento do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) para o vale do Rio Jaguaribe, um total desrespeito à tradição e ao conceito desse Órgão, em toda a região Nordestina.
Aos poucos, os erros estão sendo reconhecidos, os quais foram cometidos por falta de conhecimento da Ciência Hidrológica e da realidade do nosso semiárido, por parte da instituição que o concebeu, como acima disse, o extinto DNOS. Não se deve desprezar a História, pois só assim aprendemos com os bem-sucedidos acertos e com os erros do passado.
Em outubro do ano anterior, participei de um seminário, em âmbito nacional, na cidade de Itajubá-MG, no qual também esteve presente a elite dos técnicos que lidam, atualmente, com a questão dos recursos hídricos no nosso País, como a Agência Nacional de Águas (Ana), a Codefasf, o Dnocs, Universidades, entre outras entidades do gênero.
Uma das conclusões daquele encontro foi a seguinte: “Nas regiões do semiárido brasileiro, que o Dnocs passe a ter a relevância que teve no passado na gestão dos recursos hídricos”.
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