A RUPTURA
Rui Martinho Rodrigue*
Rupturas, tratando-se de sistemas políticos
acompanhados do respectivo ordenamento jurídico, são traumáticas. Evitá-las nem
sempre é possível. Há momentos em que o desgaste dos líderes, partidos e
instituições provoca o desmoronamento da ordem estabelecida. A Primeira
República caiu quando a chamada “política de governadores”, da aliança do “café
com leite”, conduzida por paulistas e mineiros, exauriu-se.


O mundo avançou no controle da corrupção.
Contas secretas nos paraísos ficais deixaram de ser secretas. Registros
indeléveis nos bancos, telefones e computadores em geral, aliados a presença
universal de câmeras guardando imagens, com o reforço do Direito Premial,
induzindo a colaboração de cúmplices, somados a ampla divulgação nas redes
sociais desmascaram líderes, desacreditaram partidos e abalaram os poderes da
República. Todos os escaninhos do Estado e da sociedade foram alcançados pelos
escândalos. O presidencialismo de cooptação, analogamente ao que aconteceu com
a “política de governadores”, encontra-se em estado terminal.
Rupturas são momentos de suma gravidade. Quando existem estadistas na ocasião, tornam-se oportunidades. Não parece ser este o caso do momento. A Netflix fez um seriado – mais documentário do que arte – descrevendo a degradação generalizada, com foco na Lava Jato. A síntese de tudo foi expressa com a palavra “mecanismo”. O mecanismo da política foi desnudado. É Crise. É impasse e oportunidade. Temos eleição. O que fará o Macunaíma? Teremos agonia prolongada ou ruptura, ainda que conduzida sem muita elegância.
Rupturas são momentos de suma gravidade. Quando existem estadistas na ocasião, tornam-se oportunidades. Não parece ser este o caso do momento. A Netflix fez um seriado – mais documentário do que arte – descrevendo a degradação generalizada, com foco na Lava Jato. A síntese de tudo foi expressa com a palavra “mecanismo”. O mecanismo da política foi desnudado. É Crise. É impasse e oportunidade. Temos eleição. O que fará o Macunaíma? Teremos agonia prolongada ou ruptura, ainda que conduzida sem muita elegância.
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