sábado, 16 de abril de 2016

CRÔNICA - Bravos Covardes e Luz no Fim do Túnel (RV)


BRAVOS COVARDES
Reginaldo Vasconcelos*


Assistindo, nesta quinta-feira, ao julgamento dos malfadados mandados de segurança do Governo e de partidos aliados que intentavam de última hora “melar” o processo de impeachment, que fez o Supremo Tribunal Federal trabalhar pela noite adentro, eu entendi porque Lula da Silva disse, em interceptação telefônica, que aquela Egrégia Corte, pelo seu grotesco critério pessoal, estaria “acovardada”.

Segundo a mentalidade de cimento armado que caracteriza aquele apedeuta, faltaria aos Ministros a necessária coragem de afrontar o bom direito para atender aos interesses do Governo – o que bate com o que disse em delação premiada o Senador Delcídio do Amaral.

Delcídio revelou que Ricardo Lewandowski, Presidente do STF, aos ser instado por proteção pela Presidente Dilma Rousseff, no seu encontro secreto em Portugal, ponderou que não poderia ultrapassar certos limites. Certamente pelo santo temor a Deus, porque somente a justiça divina está acima do Augusto Pretório.  

Todavia, ao que parece, depois da reprimenda de Lula, Lewandowski  superou o medo. Porém, de maneira quase totalmente solitária – não fosse a “bravura” do colega Marco Aurélio Mello, que com ele enfrentou o ridículo de advogar pelo mau direito. Todos os outros Ministros continuaram “acovardados”... segundo o discernimento canhestro do ex-presidente da República.     


A LUZ NO FIM DO TÚNEL


Um dos oradores que proferiram discursos no Congresso, nessa maratona de ontem e de hoje, cujo nome não memorizei, deu uma resposta mágica aos que usam o medo do Michel Temer, e do PMDB, entre os argumentos da esquerda para justificar o “Fica Dilma”.

Ele disse precisamente que em se depondo a Presidente Dilma não sabe como será o dia seguinte, mas, de toda sorte, ele está no escuro e a possibilidade do impeachment representa uma luz no fim do túnel.

Foi muito claro. Imagine-se que alguém esteja perdido na selva mais medonha, mas não siga a única trilha salvadora que apareça, pela perspectiva de que esta não o leve ao paraíso. Ora, como se diz no Brasil profundo, “afogado não escolhe barranco”.

Fora Dilma! fora PT! Qualquer alternativa, se não for ótima, deverá ser menos má.


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