BRAVOS COVARDES
Reginaldo Vasconcelos*
Assistindo,
nesta quinta-feira, ao julgamento dos malfadados mandados de segurança do
Governo e de partidos aliados que intentavam de última hora “melar” o processo
de impeachment, que fez o Supremo
Tribunal Federal trabalhar pela noite adentro, eu entendi porque Lula da Silva disse,
em interceptação telefônica, que aquela Egrégia Corte, pelo seu grotesco critério
pessoal, estaria “acovardada”.
Segundo
a mentalidade de cimento armado que caracteriza aquele apedeuta, faltaria aos
Ministros a necessária coragem de afrontar o bom direito para atender aos
interesses do Governo – o que bate com o que disse em delação premiada o
Senador Delcídio do Amaral.
Delcídio
revelou que Ricardo Lewandowski, Presidente do STF, aos ser instado por
proteção pela Presidente Dilma Rousseff, no seu encontro secreto em
Portugal, ponderou que não poderia ultrapassar certos limites. Certamente
pelo santo temor a Deus, porque somente a justiça divina está acima do Augusto
Pretório.
Todavia,
ao que parece, depois da reprimenda de Lula, Lewandowski superou o medo. Porém,
de maneira quase totalmente solitária – não fosse a “bravura” do colega Marco
Aurélio Mello, que com ele enfrentou o ridículo de advogar pelo mau direito.
Todos os outros Ministros continuaram “acovardados”... segundo o discernimento
canhestro do ex-presidente da República.
A LUZ NO FIM DO TÚNEL
Um
dos oradores que proferiram discursos no Congresso, nessa maratona de ontem e
de hoje, cujo nome não memorizei, deu uma resposta mágica aos que usam o medo
do Michel Temer, e do PMDB, entre os argumentos da esquerda para justificar o “Fica
Dilma”.
Ele
disse precisamente que em se depondo a Presidente Dilma não sabe como será o dia
seguinte, mas, de toda sorte, ele está no escuro e a possibilidade do impeachment representa uma luz no fim do
túnel.
Foi
muito claro. Imagine-se que alguém esteja perdido na selva mais medonha, mas
não siga a única trilha salvadora que apareça, pela perspectiva de que esta não
o leve ao paraíso. Ora, como se diz no Brasil profundo, “afogado não escolhe
barranco”.
Fora
Dilma! fora PT! Qualquer alternativa, se não for ótima, deverá ser menos má.
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