BYE BYE BRASIL
Reginaldo Vasconcelos*
(Lord Cigano, por José
Wilker, no filme Bye Bye Brasil - 1979)
“Na casa em
que não tem pão todos gritam e ninguém tem razão” – este é o ditado popular
que explica os desentendimentos no Governo, o "fogo amigo", ministros
que discordam, medidas anunciadas e logo depois renegadas, culminando com a
apresentação de um orçamento negativo ao Congresso Nacional.
Essa situação
patética acaba de provocar o rebaixamento do grau de investimento no Brasil,
por agência de risco internacional. Saquearam a despensa, secaram o pote,
e o País está desidratando sob o sol da recessão.
Dilma Rousseff
agora admite que seu governo cometeu erros, e o faz, certamente, com “um
puxando e dois tangendo”, pois, por ela, jamais confessaria. Ela conhece o
mantra do bom mentiroso: “Tudo que é bem negado nunca é bem sabido”.
Todavia, os
conselheiros credenciados, que são muito poucos, devem tê-la convencido a duras
penas de que reconhecer as evidências, neste momento, seria menos mau do que
continuar negando o inegável, com essa história de colocar a culpa na crise
mundial, ou na falta de chuvas. Como se diz, “a desculpa do amarelo é comer
barro”.
Mas ela não diz
quais foram os erros que “possivelmente” cometeu, além de declarar que até o
fim do ano passado não percebia os descalabros em que estava metida, e que
resultaram na falência do seu Governo e do País. Então, nós vamos dizer quais
foram os erros.
Errou quando se
comportou de maneira imperial durante todo o primeiro mandato, a motivar o
comentário da jornalista palaciana: “Nunca Dilma foi tão Dilma!” –
expressão ilustrada com uma cara de ódio e um bico de arrogância.
Errou quando se
fez passar por graduada, brandindo um diploma duvidoso – essa a segunda grande
mentira, pois a primeira falsidade ideológica foi timbrada pela mitologia do
partido: a de que teria lutado pela democracia no passado, quando na verdade
lutou por uma ditadura comunista, contra o advento da qual se armou a
lamentável e vintenária ditadura militar que a prendeu e torturou.
Como “o
cesteiro que faz um cesto faz um cento”, as mentiras se sucederam a
mancheias, desde a afirmação de estar lendo um determinado livro, de que na
verdade nunca ouvira falar, enquanto a assessora lhe soprava o título, pela
técnica dos ventríloquos, ao vivo, durante entrevista coletiva, em rede nacional
de TV.
Mais grave,
quando sustentou que, Ministra de Minas e Energia, depois Presidente do
Conselho Diretor da Petrobrás, finalmente Presidente da República, jamais
soubera dos negócios ruinosos e do propinoduto que ligava a administração da
petroleira ao partido do Governo e seus aliados.
Claro que também
não foi nada esperto da parte dela ter-se mantido alinhada ao comunismo
moribundo dos Castros e ao bolivarianismo rastaquera das republiquetas de
bananas, em que tristes lideres populistas ensaiam uma farsa de democracia, e
que conduzem o seu povo à indigência, passando ridículo ante o resto do mundo.
Outro erro crasso.
Por fim, as
mentiras fiscais, as tais “pedaladas”, que configuram crime de responsabilidade
e podem ser consideradas fundamento para o seu impeachment – já que “fazer o
diabo” para se reeleger, prometer o paraíso, gastar fortunas em doações legais
de campanha com origem duvidosa, mentir, mentir, mentir, para se desmentir
completamente logo que reeleita – todo
esse estelionato eleitoral ainda não está contemplado entre os tipos penais dos
nossos códigos. Mas são erros notórios.
Errou, quebrou o
País, e ainda assim se mantém agarrada ao mandato, sabedora de que, se
renunciar, dá um abraço de afogado no seu partido político, que perde milhares
de empregos graciosos na máquina pública, perde o dízimo que estes prestam aos
cofres partidários, expõe os correligionários à devassa moral que certamente
sofrerão, o que vai revelar muito lixo sob o tapete e muitos esqueletos nos
armários da Nação.
Ela e o seu
partido levantam a honrada bandeira da democracia para manterem-se no poder,
chamando de “golpe moderno” o pedido de afastamento da Presidente pelo rito
republicano constitucionalmente prescrito, encabeçado pelo jurista Hélio Bicudo, fundador do Partido dos
Trabalhadores. Age novamente sob o pálio roto da mentira, enquanto pede
sacrifícios ao povo, para que a economia do País “siga crescendo”.
Quer recriar e
aumentar impostos para corrigir seus disparates, e diz que o Governo, para
fazer a sua parte, pretende “cortar na própria carne”. Dizendo assim,
imagina-se que ela vá cortar mordomias, reduzir para no máximo 15 os 39
ministérios, para 2.000 0s 22.000 cargos federais comissionados, que vá taxar
os bancos que enriqueceram exponencialmente na era petê, que vá reinternalizar
o capital de brasileiros mantido no exterior, que vá confiscar as fortunas que
o filhotismo político produziu.
Sim, filhos de
Lula, de Mercadante, de José Dirceu (certamente de muitos outros petistas),
adquiriram formidável capital eleitoral ou tiveram uma vertiginosa evolução
patrimonial durante os governos petistas, fenômeno que deve ser examinado com
uma lupa pelo Ministério Público, e revertido pela Justiça Federal.
Mas não. O que
Dilma chama de cortar na própria carne é sangrar o funcionalismo federal,
reduzir os direitos trabalhistas, as verbas da educação, os programas sociais.
Assim, ela pretende “fazer cortesia com o chapéu alheio”. Se esse estado
de coisas perdurar, não vai me causar estranheza se começarem a aparecer barcos cheios de
brasileiros aportando nas praias da Europa, engrossando as hordas de refugiados
em busca da Alemanha, o novo país do futebol. Que Deus se apiade de nossas
almas!.
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