DELÍRIO EM FREUD E JUNG,
NA CIÊNCIA DE FILIPE JESUINO
Vianney Mesquita*
A loucura que me exalta vale a
verdade que me abate
(Christoph Martin Wileland, poeta iluminista. YAchstetten, 05.09.1733 - †Weimar, 20.01.1813).
Certamente, não foge da
normalidade o fato de um consulente, não afeito de todo ao trato desta matéria,
manifestar estranheza em relação à ideia de alguém se afanar ainda no estudo de
dois mentores da investigação psicológica, cuja finalidade é fazer sobrevir à consciência
as sensações obscuras e adormecidas ou longínquas – no caso o austríaco
Sigismundo Freud e o suíço Carlos Gustavo Jung.
Pensamento equívoco, decerto,
o de arguir a possibilidade de se haver esgotado toda a angulação da
Psicanálise, sob o argumento de já terem sido recorrentemente ensaiados os dois
principais da chamada Teoria da Alma, porquanto não se há de cogitar, por
impossível, em esvaziar toda a insondável repleção de fatos a descobrir sob a
destra segura da Ciência, nos seus diversificados quadrantes, meios de cultura
e terrenos para testes.
Quando, então, aquele a buscar
o conhecimento se posta na dimensão intelectiva do jovem autor, psicólogo e
docente em disciplinas jungidas a esse crucial esgalho do saber ordenado, o
feito científico, incontroversamente, é tributário da verdade mais fidedigna.
Isto porque, magnificamente teorizado nos enredos do saber escolhido para seu
ofício, não poderia deixar de empregar métodos e técnicas compadecidas a
investigações de tal natureza, ao exceder em muito a communis opinio, sem, contudo, deixar de a ela afluir quando
necessário.
Desta sorte, ex-chatedra, Filipe de Meneses Jesuino,
já qual escritor madurado na lonjura dos anos – ainda, felizmente, não contados
– recolheu e esmiuçou sistemas e vertentes teórico-práticas, uns admitidos,
outros revisados e alguns até rejeitados, haja vista o acurado exame dos
conceitos de outrem e, principalmente, daqueles de sua lavra, fato auspicioso
como fenômeno para nobilitar sempre mais o acervo do Conhecimento, agora
acrescido dos qualificados e até então inéditos aportes deste estudioso de
competência inconcussa.
Este ensaio acerca da
psicopatologia do delírio (certeza equivocada, arrimada em conclusões falsas
extraídas da realidade externa, conservada por uma pessoa, mesmo se a maioria
do seu grupo pense o contrário e se possa mostrar certa) sob a óptica de Freud
e a perspectiva de Jung, traz pontos de atinência e registos de dessemelhança
relativos ao modus operandi
conceitual dos dois estudiosos investigados. Sem dúvida, o exame procedido pelo
Prof. Dr. Filipe Jesuino na Universidade Federal do Ceará, onde se graduou, é
contribuição pessoal de monta, para o recheio teórico, e luz historiográfica a
fim de delinear e aprofundar estudos psicanalíticos em patamares teoréticos de
vanguarda.
A aproximação pessoal e
afetiva com o autor e seu grupo familiar não me retira o humo da honestidade
nem o fermento da verdade, pois, longe de ser aquele magistrado, o qual,
julgando com amor, distingue alvura no corvo e, o fazendo com ódio, divisa o
negrume da garça, honro meu compromisso com a verdade e a exatidão, para,
obrigatoriamente, asseverar este livro – O
Delírio Segundo Freud e Jung – como
de qualidade inconteste e alcance científico induvidoso.
Confira-se, também, o crédito,
neste passo, à firme orientação do Prof. Dr. Ricardo Lincoln Laranjeira
Barrocas, cientista do melhor naipe, espécie de preceptor acadêmico do Dr.
Filipe Jesuino, a quem acolheu e deu guarida durante sua derrota pelos mares de
clínico, e agora docente de Psicologia, fadado ao mais absoluto sucesso também
como ensaísta.
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