QUERO APENAS IR
E VIR
Candidatos
maquiados demoradamente, propostas de governo maquiadas na base do improviso.
Francos atiradores contrapostos a péssimos defensores. Posições invertidas logo
depois. Mídia comprometida à esquerda e à direita. Difícil mesmo ficar
imparcial com tantos interesses em jogo, afinal, o objeto da disputa é o Brasil.
Educação
em tempo integral, punição exemplar aos corruptos, transporte bilhete único,
rede de saúde exemplar, manutenção e ampliação da rede de assistência
governamental. São muitas emoções, mas pergunto: se os favoritos já estão aí há
tempos, por que esse país maravilhoso ainda não é realidade?
Em
meio a planos ambiciosamente irreais dos candidatos, desejo apenas o básico, e
o direito de ir e vir, literalmente, é um deles. Poder caminhar pela rua,
qualquer rua e não apenas nas regiões nobres das cidades, é aventura arriscada
nos dias de hoje, assim como utilizar transporte público, sacar dinheiro no
caixa eletrônico, estacionar o carro numa via pública, comprar jornal numa
banca.
Vivemos
situações absurdas, surreais, risíveis, patéticas. Estamos à mercê do
banditismo e da mais reles malandragem sem poder de reação. As instituições
responsáveis pela segurança estão imóveis. Quando agem em defesa do cidadão são
duramente criticadas como se vilãs fossem.
Honestamente,
nada mais entendo quando se chega ao ponto de negar ao cidadão a legítima
defesa e o direito à propriedade. Embora sejamos livres na poesia, não temos
mais o direito de ir e vir na vida real.
Pedro Altino Farias, em 01/10/2014
www.oponiaoemperspectiva.blogspot.com
*Altino Farias
Engenheiro Civil - Cronista - Blogueiro
Titular da Cadeira de nº 16 da ACLJ
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