quinta-feira, 2 de outubro de 2014

CRÔNICA (AF)

QUERO APENAS IR E VIR
Altino Farias*



Candidatos maquiados demoradamente, propostas de governo maquiadas na base do improviso. Francos atiradores contrapostos a péssimos defensores. Posições invertidas logo depois. Mídia comprometida à esquerda e à direita. Difícil mesmo ficar imparcial com tantos interesses em jogo, afinal, o objeto da disputa é o Brasil.

Educação em tempo integral, punição exemplar aos corruptos, transporte bilhete único, rede de saúde exemplar, manutenção e ampliação da rede de assistência governamental. São muitas emoções, mas pergunto: se os favoritos já estão aí há tempos, por que esse país maravilhoso ainda não é realidade?

Em meio a planos ambiciosamente irreais dos candidatos, desejo apenas o básico, e o direito de ir e vir, literalmente, é um deles. Poder caminhar pela rua, qualquer rua e não apenas nas regiões nobres das cidades, é aventura arriscada nos dias de hoje, assim como utilizar transporte público, sacar dinheiro no caixa eletrônico, estacionar o carro numa via pública, comprar jornal numa banca.

Vivemos situações absurdas, surreais, risíveis, patéticas. Estamos à mercê do banditismo e da mais reles malandragem sem poder de reação. As instituições responsáveis pela segurança estão imóveis. Quando agem em defesa do cidadão são duramente criticadas como se vilãs fossem.


Honestamente, nada mais entendo quando se chega ao ponto de negar ao cidadão a legítima defesa e o direito à propriedade. Embora sejamos livres na poesia, não temos mais o direito de ir e vir na vida real.


Pedro Altino Farias, em 01/10/2014  
www.oponiaoemperspectiva.blogspot.com


*Altino Farias
Engenheiro Civil - Cronista - Blogueiro
Titular da Cadeira de nº 16 da ACLJ

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