Reforma Ortográfica
Wilson Ibiapina*
O omem disse que oje vai xover. É assim que passaremos a escrever
se forem aprovadas as mudanças sugeridas para na nova reforma ortográfica da
língua portuguesa.
A proposta de mudança,
feita pelo professor Ernani Pimentel, dono de uma rede de cursos preparatórios,
inclui também outras alterações. Por exemplo, palavras grafadas com “Ç”, “SS” e
“XC” passariam a ser escritas com um “S”. A simplificação do idioma inclui a
extinção do H no inicio das palavras, bem como do “CH”, que seria substituído
por “X”.
Professores de
português de todo o país já se manifestaram contra. Alguns acham uma besteira
sem tamanho o argumento de Pimentel de que a simplificação facilitaria o
aprendizado. A dificuldade de alfabetizar não diz respeito à grafia das
palavras, mas, sim, ao método de ensino do professor.
O assessor do Museu da
Língua Portuguesa e professor da USP, Ataliba de Castilho, diz que “é preciso o
professor ajudar o estudante a compreender as diferenças entre língua falada e
escrita. Mudar as letras não muda esse processo.” O professor Ernani Pimentel
faz parte do grupo de trabalho técnico do Senado criado no ano passado para
revisar o acordo ortográfico de 2009.
O senador goiano Cyro
Miranda, presidente da Comissão de Educação e Cultura do Senado diz que as
ideias do professor Pimentel não representam a opinião do grupo formado também
pelo professor Pasquale Cipro Neto e pelos senadores Cristovam Buarque e Ana
Amélia Lemos.
Essas mudanças
propostas lembram-me a história do cara que pede que a secretária redija uma
convocação de todos os empregados para uma reunião na sexta-feira. A moça para
de escrever e levanta sua dúvida: “Chefe, sexta é com s ou com x? E o chefe: “...transfere
pra quinta”.
O novo acordo
ortográfico, assinado em 2008 só entrará em vigor em 2016. Até lá, vão tentar
fazer mais mudanças na “última flor do Lácio, inculta e bela”, como diria Olavo
Bilac.
*Wilson Ibiapina
Jornalista
Diretor da Sucursal do Sistema Verdes Mares de Comunicação
em Brasília - DF
Titular da Cadeira de nº 39 da ACLJ
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