ODE AOS AÇUDES DO SEMIÁRIDO
NORDESTINO
MARES DO SERTÃO
Cássio Borges*
Um dos mais empolgantes temas abordados sobre recursos
hídricos pelo Jornal O Povo, de Fortaleza-CE, em Caderno Especial, sob o
título “Mares do Sertão”, foi publicado no dia 30.08.2007. A matéria
mostrou o papel dinamizador dos açudes construídos pelo DNOCS no Estado do
Ceará, de onde se concluía que, sem eles não teria sido possível construir
uma civilização, como a que existe nesta inóspita e seca parte do nosso
país. E, por extensão, em toda a região nordestina, onde
aquele departamento federal vem exercendo as mais variadas ações (açudes,
estradas, poços profundos, irrigação etc.) desde os primórdios de sua
existência no ano de 1909, portanto há 105 anos.
A importância de um açude naquela matéria foi bem definida
nas palavras do barraqueiro do Açude Orós, Pedro da Silva: “...Mas se não
fosse o Orós do Presidente Juscelino (Kubitchek) não existia rico e nem
pobre. Não tinha nada, nem cidade”.
E na análise dos jornalistas que elaboraram essa
reportagem: “Ele, a exemplo dos habitantes do semiárido, é um dos que usam
o açude para sustentar a mulher e dois filhos”.
A matéria ainda faz referência ao programa da Açudagem em
Cooperação que pessoas mal informadas, ou que pretendiam denegrir a imagem
do DNOCS, diziam, de forma simplista, “que o DNOCS construía açudes em
propriedades de particulares”, o que não é verdadeiro. O que existia era
um programa sério do Governo Federal que para “combater a fome, a miséria e
viabilizar a vida no sertão, construía açudes de até 10 milhões de metros
cúbicos de água armazenada em parceria com a iniciativa privada”.
Esse programa foi concebido desde os primórdios da existência do DNOCS , em 1909, no qual os interessados entravam com a metade dos recursos destinados à obra e o Governo Federal com a outra metade. Mas os proprietários eram obrigados a deixar “corredores de acesso” para as populações circunvizinhas se abastecerem de água para usos domésticos. Infelizmente, este vitorioso programa foi extinto no Governo do Presidente Jânio Quadros.
Apesar dos atuais três anos de seca, é importante destacar que o Açude Orós, ainda está com cerca de 54% de sua capacidade de acumulação, cuja água mantém até agora os projetos de irrigação e ainda dispõe de água para a Região Metropolitana de Fortaleza, como fez na seca, também de três anos, de 1991 a 1993, quando foi construído o Canal do Trabalhador. Viva a Açudagem em Cooperação. Viva o Açude Orós. Viva o DNOCS, que muitos pseudotécnicos cearenses desejam a sua extinção.
Publicado no Jornal O Povo em 20.10.14
Publicado no BLOG
InfoBRASIL em 22.10.14
Engenheiro civil formado pela Escola Politécnica de Pernambuco, com cursos de especialização em Hidrologia e recursos hídricos, pela Escola Nacional de Engenharia e Pontifícia Universidade Católica-PUC, ambas do Rio de Janeiro. É Membro Honorário da ACLJ.
Ex-Diretor do DNOCS
Membro da ACLJ
Membro da ACLJ
Engenheiro civil formado pela Escola Politécnica de Pernambuco, com cursos de especialização em Hidrologia e recursos hídricos, pela Escola Nacional de Engenharia e Pontifícia Universidade Católica-PUC, ambas do Rio de Janeiro. É Membro Honorário da ACLJ.
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