AMÁLGAMA,
de Cristiane
Almada
Vianney
Mesquita*
Cristiane Almada,
Amada,
amalgamada, numa gama de amor.
Amor
que gama, se funde e flama,

Evidentemente,
assistia razão ao enorme Escritor e patriota, em decorrência da supercopiosa
produtividade de versos de gosto desabrido e estro somenos derramados por todos
os quadrantes do País.
Se
vivesse hoje († 1948), a decepção se teria proporcionado, por certo, haja vista
a pletora poética de má qualidade no ativo fixo de nossa Literatura, somente
perdendo feio, felizmente, para o metro de boa essência, bem mais substancioso
no recheio literário contabilizado no Brasil.

O
traçado das suas estrofes é inteligente, nalgumas passagens sobra cristalino;
noutras circunstâncias, porém, parece cifrado ao leitor menos perspicaz, o
qual, ao insistir na demanda de descodificá-lo, sem dúvida obterá sucesso, pois
lábil dissimulação estilística.
Sua
temática é genérica, indeterminada, gravita, porém, em particular, como é
costumeiro, à órbita do amor, divisa de todos os versejadores da Terra. A arte
da qual se reveste, contudo, é demonstrativa não apenas do depurado influxo,
mas também de seus haveres intelectivos e perspicácia elocutória, conducentes a
uma poesia revestida da especiosidade própria dos versos bem consoados empós
colhidos do interior anímico.

Cristiane Almada, com toda a convicção, não é barda comezinha, nas palavras e na expressão inspirativa, mas poetisa ilusória do leitor, pois, se o poeta não ilude – sugere Giacomo Leopardi (1798-1837) – não conduz esse nome; e falar em poesia pensante é igual a referir-se a animal falante.
Eis, por conseguinte, à disposição do
público este conjunto de bons versos para deleite do espírito e floração da
alma, num tempo tão difícil, de cataclismos, tsunamis e conflitos de toda
ordem, não apenas no terreno secular, como também, principalmente, na
circunscrição dos eventos espirituais.
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