PARA SERVIR DE
CONSOLO?
Aluisio Gurgel*
Em 1966 o Brasil foi eliminado na primeira fase.
Classificaram-se Portugal e Hungria, rodamos nós e Bulgária. Pode parecer texto
de consolo, mas não é. Os craques da época enchiam os olhos de qualquer
torcedor.
O goleiro era Gilmar(SAN), A zaga tinha Paulo
Henrique(FLA), Altair(FLU), Bellini(SAO) e Djalma Santos(PAL). Pelo meio
jogavam Lima(SAN), Pelé(SAN) e Denilson(FLU). No ataque Garrincha(COR),
Alcindo(GRE) e Jairzinho(BOT).
Após o desastre vieram as frases, a pior delas de Ernesto
Santos, olheiro da Seleção de 1966: "Se os brasileiros encararem a
realidade, vão perceber que o tri só virá por um milagre."
Em 1970 o milagre aconteceu nas férias do terceiro ano
primário. Minha professora era a dona Margarida (nessa época, tia ainda era a
irmã dos nossos pais), no Colégio Cearense do Sagrado Coração.
Depois disto, ainda embolsamos mais dois campeonatos
mundias e, agora, em 2014 ficamos em quarto lugar jogando em casa. É um texto
de consolo? Parece, mas não é. É texto de amadurecimento, de preparação para o
que virá.
Falem os arautos da derrota, deem a conhecer as frases com
as quais julgam demonstrar sapiência, à exemplo do pobre Ernesto Santos, que
muito cedo engoliu o dito.
Como diria um verso de "Only Yesterday", dos
Carpenters, the best is about to be!. O certo é que de futebol, quem
mais sabe, sabe que ora é tempo de ganhar, ora é tempo de perder; e sempre é
tempo de aprender, com vitórias e derrotas.
*Aluisio Gurgel do Amaral Jr
Juiz de Direito – Professor – Escritor
Titular da Cadeira de nº 14 da ACLJ
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