ÁRABES E JUDEUS
ÓDIO MILENAR
Adriano Vasconcelos*
Esse atual conflito
entre Israel e palestinos é somente mais um, dentre muitos que já ocorreram, e
outros que ainda virão. Como a coisa é antiga, e envolve interesses bilaterais
de matizes variados, fica difícil descontextualizar, isolar e atribuir somente
à morte de três adolescentes judeus pelos palestinos, inicialmente, com o
revide judeu de outro garoto. Esse é só o estopim, sendo a bomba toda uma
história passada.
Há, por parte de
Hamas (a facção palestina mais radical, que simplesmente não concebe a
existência de um país judeu, e que domina a Faixa de Gaza), uma completa e
expressa indisposição para o diálogo. Já para o Fatah, grupo majoritário mais
chegado ao diálogo, e que governa a Cisjordânia, área geograficamente apartada
de Gaza, sobra ter que aguentar as consequências dos impensados atos de
seu irmão menor. Isso sem falar em outras facções menores, como a Jihad
Islâmica, até mais radicais que o Hamas.
Assim, fica impossível em um artigo analisar isoladamente
e em profundidade o que vem ocorrendo por lá. O que é certo é que, para
o mundo ocidental, as partes são "adotadas" pelo pensamento político
polarizado pela Esquerda (os palestinos e sua causa, por serem minoria) e pela
Direita (Israel, representante do "demônio capitalista americano",
como afirmam os socialistas de plantão).
Esquecem os opositores, porém, que Israel é a única
democracia em todo o Oriente Médio, e que o sistema agrário é todo de terra
coletiva (kibutzim e moshavim, um preceito socialista que só funcionou lá). E
que há milhares de palestinos que vivem pacificamente em Israel, têm cidadania
israelense, usufruindo de tudo de bom que a sua democracia e capitalismo
proporcionam.
Depois de dois mil anos de perseguições pela Cristandade,
os judeus puseram novamente os pés na terra de seus ancestrais, através de
autorização da ONU, isto é, observado o devido processo legal. Isso nunca foi
aceito pelos árabes, que simplesmente querem "varrer os judeus para o
mar". Como dialogar com quem não admite a sua própria existência? Israel
não briga por mais terra, mas pela manutenção da que já tem.
Quanto à desproporção do poderio bélico utilizado por
Israel, essa é a linguagem deles (judeus e árabes). Israel sempre ofereceu
respostas desproporcionais às agressões perpetradas pelos árabes, e isso nunca
resolveu o problema de vez. Eles sempre se rearmam clandestinamente e voltam à
carga. Imagine se Israel for mais moderado em suas reações!
Interessante é que ocorrem massacres muito maiores em
várias partes do Mundo, como na África (Darfur, no Sudão, por exemplo, onde
árabes exterminaram milhares de não-árabes), e o mundo não se sensibiliza. Mas
quando Israel reage a ataques, defendendo seus cidadãos e cidades, toda a mídia
o censura. Acho sintomático.
*Adriano Vasconcelos
Advogado e Pesquisador
Especialista em Oriente Médio
Titular da Cadeira nº 18 da ACLJ
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