terça-feira, 15 de julho de 2014

ARTIGO (AV)

ÁRABES E JUDEUS
ÓDIO MILENAR
Adriano Vasconcelos*



Esse atual conflito entre Israel e palestinos é somente mais um, dentre muitos que já ocorreram, e outros que ainda virão. Como a coisa é antiga, e envolve interesses bilaterais de matizes variados, fica difícil descontextualizar, isolar e atribuir somente à morte de três adolescentes judeus pelos palestinos, inicialmente, com o revide judeu de outro garoto. Esse é só o estopim, sendo a bomba toda uma história passada.

Há, por parte de Hamas (a facção palestina mais radical, que simplesmente não concebe a existência de um país judeu, e que domina a Faixa de Gaza), uma completa e expressa indisposição para o diálogo. Já para o Fatah, grupo majoritário mais chegado ao diálogo, e que governa a Cisjordânia, área geograficamente apartada de Gaza, sobra ter que aguentar as consequências dos impensados atos de seu irmão menor. Isso sem falar em outras facções menores, como a Jihad Islâmica, até mais radicais que o Hamas.

Assim, fica impossível em um artigo analisar isoladamente e em profundidade o que vem ocorrendo por lá. O que é certo é que, para o mundo ocidental, as partes são "adotadas" pelo pensamento político polarizado pela Esquerda (os palestinos e sua causa, por serem minoria) e pela Direita (Israel, representante do "demônio capitalista americano", como afirmam os socialistas de plantão).

Esquecem os opositores, porém, que Israel é a única democracia em todo o Oriente Médio, e que o sistema agrário é todo de terra coletiva (kibutzim e moshavim, um preceito socialista que só funcionou lá). E que há milhares de palestinos que vivem pacificamente em Israel, têm cidadania israelense, usufruindo de tudo de bom que a sua democracia e capitalismo proporcionam. 

Depois de dois mil anos de perseguições pela Cristandade, os judeus puseram novamente os pés na terra de seus ancestrais, através de autorização da ONU, isto é, observado o devido processo legal. Isso nunca foi aceito pelos árabes, que simplesmente querem "varrer os judeus para o mar". Como dialogar com quem não admite a sua própria existência? Israel não briga por mais terra, mas pela manutenção da que já tem. 

Quanto à desproporção do poderio bélico utilizado por Israel, essa é a linguagem deles (judeus e árabes). Israel sempre ofereceu respostas desproporcionais às agressões perpetradas pelos árabes, e isso nunca resolveu o problema de vez. Eles sempre se rearmam clandestinamente e voltam à carga. Imagine se Israel for mais moderado em  suas reações! 


Interessante é que ocorrem massacres muito maiores em várias partes do Mundo, como na África (Darfur, no Sudão, por exemplo, onde árabes exterminaram milhares de não-árabes), e o mundo não se sensibiliza. Mas quando Israel reage a ataques, defendendo seus cidadãos e cidades, toda a mídia o censura. Acho sintomático.
  

*Adriano Vasconcelos
Advogado e Pesquisador
Especialista em Oriente Médio
Titular da Cadeira nº 18 da ACLJ

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