SAUDADES
DE RIO BRANCO
Rui Martinho Rodrigues*
Barão do Rio Branco |
Política internacional é jogo pesado. Exige o
reconhecimento do próprio peso relativo. Mussolini pegou na rodilha sem poder com
o pote. Perdeu. Franco, mais sábio, permaneceu neutro e ganhou. China, Índia,
Rússia, potências nucleares muito mais influentes, mostram-se mais moderadas do
que o Brasil na questão de Gaza. Os países árabes não demonstram tanta
sensibilidade quanto ao conflito citado. Egito, Síria, até o “partido de Deus”
permanecem distantes do Hamas, grupo político havido como terrorista.
O Brasil foi o único país a retirar o embaixador de Israel.
Perdeu status de neutro e de possível
mediador. Sem força militar, sem influência, entramos no jogo sem ficha. Nem na
América do Sul lideramos. Bolívia, Equador, Argentina e Uruguai são
influenciados é pela Venezuela. Somos uma economia voltada para dentro. Pouco
importamos ou exportamos. Temos menos de dois por cento do comércio mundial.
Não podemos ameaçar com embargos. Israel mantém com o Brasil programas de
cooperação tecnológica e industrial, como é o caso do projeto de um míssil. O
Hamas nada tem a oferecer.
A tese da “desproporção” da força é falsa.
Desproporcional é o uso continuado da força após cessada a agressão. Os disparos
contra Israel não cessaram. Os bombardeios de Israel são antecedidos de avisos.
O Hamas não aceita um cessar fogo, quer apenas uma pausa para ultimar novos
ataques. Mostra indiferença com o sofrimento do próprio povo, que usa como
escudo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário