sábado, 17 de junho de 2017

CRÔNICA - O PSDB e o Muro (HE)


O PSDB E O MURO
Humberto Ellery*


Tenho uma tese que explica porque os “tucanos” nunca (ou raramente) descem do muro.


Para mim é muito claro o dilema deles, que, ao menos no nome, são socialistas e democratas: em um lado do muro está o Socialismo, que eles defendem, e do outro lado está a Democracia, que eles não entendem. Se entendessem já teriam observado que Socialismo e Democracia não podem subsistir juntos, não dá para retirar o muro e juntá-los.

A Liberdade é o ar que a Democracia respira, não pode viver sem ela; ao passo que a Liberdade é um gás venenoso para o Socialismo, não sobrevive em um ambiente onde as liberdades individuais de trabalhar – onde, como e quando quiser. A liberdade de ir e vir e de empreender (verdadeiro palavrão para os socialistas) são completamente incompatíveis com uma economia centralizada, planificada pelo Estado, onde os meios de produção são estatais, se extrai de cada qual segundo sua capacidade e se distribui a cada qual segundo sua necessidade.

Antes que algum apressadinho venha contestar essa afirmação, adianto que esta é a definição (resumida) de Karl Marx para o Socialismo, que é a fase anterior, onde ainda existe a luta de classes, que prepara o alvorecer radioso do Comunismo. Tchan-tchan-tchan- thcaaaannnn...

Para quem não sabe, o FHC tentou filiar o PSDB à Internacional Socialista, só não conseguiu seu intento porque o Leonel Brizola, do alto de seu espírito democrático, não permitiu, pois queria ser o único grande líder do "socialismo moreno" no Brasil.

Para usar um termo da Físico-química (minha praia) Socialismo e Democracia são líquidos não miscíveis, tipo água e óleo. Quando colocamos água e óleo em um recipiente, o mais denso, a água, fica embaixo, e o óleo, menos denso, flutua. Se o recipiente for fechado e imprimirmos uma forte agitação no recipiente (fornecendo energia cinética) eles formarão uma emulsão (parece até que misturou); mas a emulsão é instável termodinamicamente, e, ao ser colocada em repouso,  os elementos lentamente irão se separar, restando ao final a água embaixo e o óleo sobrenadante.

Agora vem a parte mais cômica do dilema tucano. Eles resolveram embarcar na nau do Temer (navio também é minha praia, porque sou marinheiro). Segundo afirmam estão embarcados para apoiar as Reformas, o rumo está certo, mas, ao primeiro sinal de perigo, ameaçam pular fora.


Como navio não tem muro eles subiram na amurada (sem ironia, deve ser coincidência), colocaram todos os seus coletes salva-vidas, e estão aguardando para ver o estrago que o aguardado torpedo do Janot vai fazer no casco da embarcação para, só então, pularem n’água. 

Houvesse um mínimo de hombridade, ao invés de assumirem uma covarde posição de “abandonar o navio”, deveriam “guarnecer postos de combate”, e prepararem-se para defende-lo, já que demonstram acreditar em um bom comando e navegar no rumo certo. 

Agora que o submarino do Janot foi atingido em cheio por uma “bomba de profundidade” lançada pela Revista Isto É, vamos ver qual será a decisão dos tucanos. Devem estar atônitos.

E pensar que já fui acusado de ser tucano...


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