QUEM
SALVA OS PROFESSORES?
João
Soares Neto*
“O homem não é nada além do que a educação faz
dele”. Immanuel Kant
Sábado passado foi dia chuvoso. Tempo de ler.
Debrucei-me sobre um caderno especial da Folha: “Inovação Educativa”. O que
isto quer dizer? Passo a vocês parte do que li. Desculpem pelos números. São
necessários ao entendimento. Se é que assimilei.

Quando se fala em licenciatura é preciso dizer
que cursos a integram. Pela ordem, são: Pedagogia (44% do total), Educação Física
(11,4 %), História (5,9%), Matemática (5,6%), Ciências Biológicas (5,3%),
Geografia (3,5%), Química (2,3%), Letras/Língua Portuguesa (1,3), Letras/ Português e Inglês (1,9%) e Letras/Inglês
(1,7%).
Os cursos dividem-se em presenciais (63,6%) e
a distância (34,6%). Embora 74,6% sejam originários de escolas públicas de
ensino médio, há uma escolha majoritária dos estudantes na área por cursos
superiores de licenciatura privados (61,3%), talvez por serem noturnos, baixos
preços e pouco exigirem de conteúdo. Só 38,7% optam por universidades e
faculdades públicas.

Por que nós temos um nível baixo de ensino nos
cursos médios? Muitos professores desistem de ensinar, 20% alegam o desrespeito
dos alunos. O baixo salário desestimulam outros 17%.
Priscila Cruz, fundadora e executiva do
movimento “Todos pela Educação” diz que “a sociedade precisa superar a ideia de
que professores se equiparam a sacerdotes, que devem trabalhar por amor. Temos
de tratá-los como profissionais”.
os salários dos professores ficam bem abaixo
do que o mercado paga a outros profissionais com a mesma escolaridade, em
outras áreas. Em tempos de crise só se fala em cortes, mas se os professores
não forem valorizados a situação não melhorará e o Brasil não produzirá
eleitores com senso crítico para avaliar candidatos. Logo, tudo voltará.

Data venia. Peço permissão para responder a
Sra. Teresa Pontual. O que não se consegue garantir é que os professores ganhem
o suficiente para manter as suas famílias e, um pouco, para aprimorar os seus
conhecimentos. O resto é consequência da baixa remuneração. O cadeado do saber
só se abre com motivação e salários justos.
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