quinta-feira, 29 de junho de 2017

ARTIGO - Memoriol (HE)


MEMORIOL
Humberto Ellery*



Questionam o meu posicionamento a favor do Temer em meio a esta crise política, desencadeada pelas denúncias do Joesley Safadão. Perguntam com frequência se é por causa da recuperação dos fundamentos da economia que se observa, em menos de um ano de seu mandato efetivo (sua interinidade durou mais de três meses). Respondo sempre que me ocupo mais das causas, pois essa recuperação do País é consequência.

Como assim?

Explico: o presidente Temer começou a ganhar o meu respeito quando desempenhei a função de Assessor Técnico da Liderança do PMDB em Brasília (2005/2011). Nessa época ele era Presidente do PMDB, e várias vezes o encontrei na liderança, principalmente quando o Líder era o Henrique Eduardo Alves (2007/2013), seu amigo, e comecei admirando o político atencioso, bem educado e elegante que nos cumprimentava a todos com muita distinção.

Nessa época os comentários lhe eram sempre muito favoráveis por parte dos meus colegas com mais tempo de Casa, que o citavam como exemplo de político sério e honesto. Foi então que passei a acompanhar sua trajetória política, e soube de seu ingresso na vida pública pelas mãos honradas do Governador Franco Montoro, que o nomeou Procurador-Geral de São Paulo em 1983, e Secretário de Segurança Pública em 1984, onde se houve com especial competência, criando, entre outros feitos, a primeira Delegacia de Defesa da Mulher do Brasil.

Em 1986, instado por Franco Montoro, candidatou-se a Deputado Federal, mas não logrou eleger-se, ficando apenas na suplência; posteriormente assumiu o mandato, exercido com excepcional brilho durante a constituinte de 1988. Afinal trata-se de um dos mais respeitados constitucionalistas do País, autor do livro Elementos de Direito Constitucional, que se encontra em sua 24ª edição e já vendeu mais de 240 mil exemplares.

Por três vezes foi presidente da Câmara dos Deputados, sempre exercendo uma liderança discreta e firme, respeitado e admirado por seus pares.

Para encurtar conversa, vou sair dos entretantos direto para os finalmentes, como diria Odorico Paraguaçú. Em 13 de Maio de 2016 (dia abençoado) começou sua interinidade na presidência (que se estenderia até 31 de Agosto).

Ainda na interinidade, não esperou sequer ser efetivado na presidência em 1º de setembro, já  começou a mostrar sua preocupação em “colocar o país nos trilhos” ao nomear, para os cargos mais importantes e sensíveis, técnicos brilhantes e respeitados por uma história de vida pautada pela seriedade e honradez no trato com a res pública.

A causa dos êxitos visíveis na recuperação da economia são consequência dessas suas escolhas, eu já esperava. Fosse desonesto, como o Lula teria nomeado outros palocis, mantegas, coutinhos, gabrielis, mercadantes, vacaris, pois bandido é o que não falta na praça. É verdade que alguns não poderiam tomar posse pois estão presos...

No entanto, os adversários do Temer, que estão desesperadamente tentando derrubá-lo, têm em sua história fatos altamente desabonadores, como o Ministro Fachin, que:

a) certa vez, numa corte internacional, defendeu o Paraguay contra os interesse do Brasil;

b) defendeu o MST em questões de invasão de propriedades;

c) foi pedir votos no Senado Federal (para ser nomeado ministro do STF) de braços dados com Ricardo Saud, propineiro do Joesley;

d) fez campanha abertamente pela Dilma pedindo votos em nome dos “juristas que têm lado, o lado do PT”;

e) participou de um regabofe na mansão do Joesley em Brasília, já empossado Ministro do STF, celebração esta que varou a madrugada, e, ao amanhecer, voou no avião do bandido/açougueiro para Curitiba;

f) constantemente viola preceitos constitucionais e regimentais na ânsia de incriminar o Temer, mancomunado com o Janot, que pediu a prisão do Aécio, enquanto pedia apoio em sua atividade parlamentar, e arquivou a denúncia de obstrução da Justiça, muito mais grave, contra o Mercadante;

g) persegue colegas que demonstraram simpatia pela candidatura da Raquel Dodge, para favorecer seu candidato, o comunista Nicolau Dino. São muitas ignomínias, vou poupá-los da lista completa.

Mas não posso encerrar sem alertar aos que se deixam pautar por uma parte da Imprensa, a mesma que:

a) com provas falsas, criadas pelo Valdomiro Diniz (aquele assessor do Zé Dirceu), numa fraude cruel e mentirosa, destruiu a carreira do Deputado Ibsen Pinheiro. Lembra?;

b) calcada em mentiras, destruiu a escola e a vida do casal Aparecida e Icushiro Shimada, proprietários da Escola Base em São Paulo. Lembra?;

c) insuflou o povo a apedrejar a casa dos infelizes professores. Lembra?;

Eu, feliz ou infelizmente, tenho uma boa memória, e lembro de tudo isso e muito mais, e “a memória é a consciência inserida no tempo”, como dizia Fernando Pessoa.


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