“JUS ESPERNIANDI”
A DESORAS
A DESORAS
Vianney Mesquita*
Em todos os tempos, os prudentes sempre venceram os audazes. (Pierre
Jules Theophile Gauthier.*Tarbes, 31.08.1811; +Paris, 23.10.1872).
À boca pequena, têm
curso no concerto dos diversos círculos sociais, bem assim nos veículos de
propagação coletiva – máxime na rede mundial internet – rumores de que, no decorrer da Copa do Mundo, sucederão
manifestações coletivas, tendo por leitmotiv
reivindicações de grupos de várias bandeiras, insatisfeitos com o estado de
coisas ora experimentado no País, relativamente à negação de certos direitos
constitucionalmente garantidos, exigências não satisfeitas (conquanto
prometidas) e insatisfações de natureza vária.
Alguns importantes
motos paredistas, com profundos rebatimentos na normalidade vital da nossa
Nação, incluindo a reverberação nas famílias e o desdobramento nas pessoas, já
foram feridos em pontos nevrálgicos, como as capitais. Este constitui, sem
dúvida, fato a transferir insegurança, até em tempo ordinário, jamais numa
quadra em que a vigia do Mundo converge para nosso mapa, cuidadosa em todos os
sentidos, esperando que o certame suceda consoante o figurino da paz e da
concórdia, somente emoldurado por vibração e regozijo.
O ideal, como consentâneo,
lógico e civilizado, assenta em os nacionais, mormente neste mês de exceção,
ajustarmos fugazmente os procederes reivindicativos, no abrandamento do
transporte patriótico e na redução do arrebatamento cidadão dirigido às
instâncias por direitos negados, a despeito de insertos no Grande Documento, a
fim de nos voltar, por enquanto, apenas para a conquista do hexacampeonato.
Tal se justifica até
pelo fato de, conforme a experiência indica, resultarem impossíveis
manifestações sob flâmulas brancas, sem que os depredadores bárbaros interfiram
criminosamente e comprometam a cidadania e, ainda por cima, tragam chances de
assestar as autoridades constituídas na direção do povo, como se seus inimigos
sejam.
Ao nosso sentir,
revela-se absolutamente indispensável conceder esse entreato na decisão de ir às
ágoras – no que não se incluem as expressões silentes e engenhosas – o que significa
proteger ajuntamentos ordeiros, famílias e pessoas do possível (muito provável)
confronto com os responsáveis pela ordem, bem como asserir e defender o
prestígio mundial do Brasil, ora como paredro de um megaevento internacional,
bem assim na qualidade de Nação com emergência notória na contextura universal
dos Estados modernos.
Decerto, ainda, e tal
é excessivamente temerário, as autoridades nacionais têm em conta a máxima
maquiavelista – Si vis pacem para bellum –
e, com a máxima certeza, exercitarão suas obrigações de
obstar os excessos e, assim, poderá suceder de também os cometer, possibilidade
sobejamente inquietante.
Modus concludendi, parece diafanamente expressa,
neste trintídio a se iniciar, efetivamente, no dia 13 de junho – cujas
preliminares já ocorrem agora com a chegada das delegações – a necessidade de
que se acalmem os brasileiros, pacientem-se por enquanto os ativistas, torçam
os aficionados do futebol pelo conjunto pentacampeão – e os selvagens bárbaros
ponham defensões na cabeça, pois se quiserem, não temos a menor dúvida, irão
receber.
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