quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

POEMA - Na Indefinição dos Verbos (AGA)


Na indefinição dos verbos
Alana Girão de Alencar*


Em versos nada decassílabos
decanto o que ainda afeta.
Sílaba após sílaba meu amor por você se manifesta...
meu arder por você me inquieta...
Tal qual a concha do mar
Tal qual o vento, que forasteiro arrebenta ideias...
e nos leva… e ambiciona.
Ah! Meus versos tão vulgares... longe das delicadezas de qualquer métrica
(só quer canção)…
e lhe navegam a saciar desejos
a procurar palavras... a vasculhar esconderijos.

Em versos nada decassílabos
desdobra-se assim minha paixão mal comportada
na tentativa inútil de ajustar-se às parábolas sutis…
quase sempre indecentes
quase sempre às madrugadas.
Ah! meus versos que sílaba após sílaba lhe descrevem num querer febril…
Tal qual o tempo que sequer existe
Tal qual a noite, que permanece divinamente intacta.


5 comentários:

  1. Ler os seus poemas de amor dá vontade de amar, Alana!!!

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  2. Em cada verso, em cada poema seu, uma poesia que fere na carne, que rasga o peito de quem os lê e dilacerado sente a inevitável suavidade do amor.

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  3. Minha amiga poetisa tem o dom da palavra 'amar'. Que lindo, Alana!

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