quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

REUNIÃO NA TENDA ÁRABE - MOMENTO LITERÁRIO (05.02.19)

REUNIÃO 
NA 
 TENDA ÁRABE
E MOMENTO LITERÁRIO
DA EMBAIXADA


Na noite da última terça-feira (05.02.19), reuniram-se na Tenda Árabe os acadêmicos Arnaldo Santos, Altino Farias, Reginaldo Vasconcelos, Dorian Sampaio, Paulo Ximenes, Alana Alencar,  Adriano Jorge, Dennis Vasconcelos, Geraldo Amâncio e os convidados Dennis Nalim, Júlio Soares e Guilherme Nobre.


Durante a reunião, a acadêmica Alana Girão apresentou o projeto intitulado Das Coisas de Dentro – um grande sarau literário a ser realizado no próximo mês de abril, alternativamente em salão do Ideal Clube ou do Iate Clube, evento da ACLJ que Alana concebeu e que se dispõe a organizar, iniciativa plenamente aprovada pelo coletivo da Decúria. 

O confrade Geraldo Amâncio, o maior poeta popular cearense vivo, grande cantador de viola e cordelista, por seu turno, apresentou à Decúria Diretiva a proposta de um convite oficial da ACLJ dirigido ao professor, físico, pesquisador e conferencista português Antônio de Abreu Freire, estudioso da nossa Literatura de Cordel, matéria sobre a qual publicou livro em Portugal, para que venha à Fortaleza, para participação no sarau literário organizado pela Alana. 

  
A experiência gastronômica desta vez foi de evocação hibérica, Galinha à Cabidela, após entrada de Consumê de Batatas com Tutano de Vaca, especialidade do repertório culinário da Família Vasconcelos. 


Seguiu-se à reunião a sessão de leitura de poesia e de prosa poética, o “Momento Literário da Embaixada da Cachaça”.


Essa prática artística e performática, internacionalmente designada como poetry slam,  nasceu em Chicago, na Green Mill Tavern, em meados dos anos 80, por inciativa do escritor Marc Kelly Smith, disseminando-se por todo o país e depois pela Europa, e por outras partes do mundo. A palavra inglesa slam refere a poesia produzida para ser lida em público.






Roberto Paiva, cliente da casa, sempre presente entre os partícipes, abriu a sessão de leituras. Seguiram-se os oradores Altino Farias, Luciano Maia, Paulo Ximenes, Dennis Vasconcelos, Romeu Duarte, Guilherme Nobre, Geraldo Amâncio, Nirton Venâncio, Alana Girão, Roberto Bomfim e Wagner Castro.

Reginaldo Vasconcelos, este fez leitura da crônica carnavalesca Simbora Amar, do seu livro Traços da Memória  Laços da Província  Volume II, a primeira das três crônicas de tema momino que ele pretende ler até o carnaval.


Luciano Maia leu poema, traduzido por ele mesmo, da obra do armênio Daniel Varujan, poeta que foi vítima do genocídio promovido pelos turcos, aos 31 anos de sua idade, em 1915. E a pedidos declamou o seu próprio poema Pacto, de seu livro Autobiografia Lírica, linda peça poética que ele tem de cor. 


Vai, poesia / até os ermos da minha pobre terra... / Dá um abraço de orvalho às madrugadas poentas do sertão... / Dá-lhes alento. / Vai, calmamente pede aos passarinhos que emudeçam ao menos um momento. / Não mereço a alegria dos seus cantos. / Adentra a noite e o sono dos meus pais / e pede-lhes, por Deus, ainda uma benção. / Beija as suas frontes cheias de saudade. / Diz-lhes que eu aprendi mal a lição / copiada no meu caderno Avante / e até as pedras choram meu destino. / À minha doce mãe, que me perdoe / pelas vezes que a fiz chorar. Por lágrimas / derramadas por seu poeta menino. / E diz ao meu irmão que não sou puro / como ele sempre quis acreditar. / Que o castigo e o remorso têm morada / em meu desconsolado coração. / Que a saudade me acorda e me golpeia / em meus sonhos de exílios e distâncias. / Diz às minhas pretéritas amantes / que a elas, na verdade, eu nunca amei. / Que só lhes presenteei de despedidas / e que as trai por nada, o inconstante. / Vai, poesia. / À minha dor não tens que regressar. / Nossa aliança agora se desfaz. / Não fazemos, por certo, um belo par. / Não venhas ver-me, amiga, nunca mais


Completando o mixing  cultural do Momento Literário da Embaixada da Cachaça, o poeta Wagner Castro anunciou o lançamento de um CD musical, de cuja capa leu a letra de uma das canções, narrando antes a sua gênese.

Segundo ele, chegou certa vez, portando o seu violão, a uma mesa boêmia, numa madrugada de Fortaleza, a que se assentavam Luciano Maia e Romeu Duarte, dentre outros poetas, que lhe pediram que tocasse. Cansado, ele recusou-se, mas se prontificou a mostrar uma melodia que compusera, mas que ainda não tinha letra. Os bardos se arregimentaram imediatamente, muniram-se de papel e caneta, e a letra da música foi composta. 





O poeta cearense Nirton Venâncio, artista multifacetado – poesia, música, cinema – longamente radicado em Brasília, veio à Fortaleza lançar seu mais recente livro, no dia 15 de fevereiro, na Livraria Lamarca. Ele fez dramáticas declamações de seus poemas. Na imagem, Nirton, entre os amigos Romeu Duarte e Galileu. 


Ao final, o sociólogo, historiador e fotógrafo Luizinho Ferreira exibiu a 2ª Edição de seu livro Quando éramos felizes... nem tanto”, que acaba de lançar, cuja 1ª Edição é de 2008. Com ele, a amiga Chrystiane.  

Um comentário:

  1. Rapaz! Os declamadores estão aumentando!
    O lanche foi muito bom!
    Saudades de vocês.
    LUIZ REGO

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