sábado, 12 de dezembro de 2015

CRÔNICA - A Pistola de Ouro e a Bala de Prata (HE)

COLABORAÇÃO PREMIADA
A PISTOLA DE OURO
Humberto Ellery*

Quando ainda adolescente eu ficava intrigado com algo que via nos filmes americanos que envolviam julgamentos. Em dado momento do filme a Promotoria fazia acordo com os bandidos para, assim, abreviar o trial e chegar logo aos culpados, amenizando as penas dos colaboradores.


A mim soava como um despropósito a deusa Justiça tirar a venda dos olhos, encostar a balança em um canto e pactuar com delinquentes. Onde já se viu?

Eu nunca estudei Direito e nunca me preocupei muito com essa “peculiaridade” que eu creditava ao pragmatismo americano. Com a chegada ao Brasil da (impropriamente) chamada “delação premiada” fui pesquisar sobre o assunto e deparei-me com essa assertiva do  jurista alemão Caspar Rudolf von Ihering (avô do cientista gaucho Rodolpho Theodor Wilhelm Gaspar von Ihering, pesquisador que desenvolveu o método de hipofisação em piscicultura, que dá nome ao Centro de Pesquisa do DNOCS em Pentecoste).

Diz o grande jurista:   “...um dia os juristas vão se ocupar do Direito Premial, e farão isso quando pressionados pelas necessidades práticas conseguirem introduzir matéria premial dentro do Direito, isto é, fora da mera faculdade ou arbítrio, delimitando-o com regras precisas, nem tanto no interesse do aspirante ao prêmio, mas, sobretudo, no interesse superior da coletividade.

E pensar que foi a Dilma que sancionou a lei da colaboração premiada...

IMPEACHMENT
A BALA DE PRATA
 
Enfrentar a dura realidade é fácil; difícil é assistir ao suave evanescer dos nossos sonhos. Desculpem o tom lamentoso. Eu normalmente  sou um otimista incorrigível, pois acredito que se o otimismo não melhora a realidade, o pessimismo, com certeza, a piora.

Sempre acreditei, como bom marinheiro, que se o pessimista lamenta os ventos contrários, e o otimista espera o vento mudar, eu prefiro ajustar minhas velas e navegar com o vento que temos. Mas a situação do nosso País tem me deixado acabrunhado, o estado brasileiro está completamente aparelhado por um bando de corruptos, e, o que é pior, incompetentes.

A Academia (principalmente as universidades federais) está completamente dominada por esquerdistas arcaicos, presos a um marxismo rastaquera que ficou aferrado ao Século XIX, repetindo slogans bolorentos (“por uma escola pública, gratuita e de qualidade” – como se isso existisse), enquanto a qualidade do Ensino, e da Pesquisa, despencam ladeira abaixo, e sua terceira coluna, a Extensão, que dá às escolas superiores o seu caráter de universalidade, que as permite chamar-se Universidades, simplesmente inexiste.

Ainda por cima debocham dos verdadeiros intelectuais do País, distribuindo baciadas de títulos de “Doutor Honoris Causa” ao apedeuta, o homem que se gaba de nunca ter lido um livro sequer, que criou a política das “Unisquinas”, uma universidade em cada esquina – a quantidade em detrimento da qualidade.

Vou, por enquanto, me ater apenas à Academia, sem falar na verdadeira destruição do setor produtivo, em que a Petrobras é o  símbolo maior do descalabro que tem sido esses miseráveis treze anos de desgoverno petista.

Mas minha preocupação hoje se deve ao fato de que a presidente só precisa de 172 (ou 171, número mais adequado ao PT) votos na Câmara dos Deputados para barrar o impeachment.

Quando eu trabalhei na Câmara dos Deputados, em Brasília, nós costumávamos dizer, maldosamente, que para conseguir alguns votos a mais para aprovar algum projeto de lei, ao Poder Executivo bastava “atirar uns grãos de milho no terreiro” (emendas parlamentares, por exemplo). Eu vejo agora que, embora tenham quebrado o País, eles ainda têm muito milho no paiol. 

Se nós não formos para o meio da rua, todos nós, exigirmos o Impeachment, o PT vai sair mais fortalecido desse embate e então: ADEUS. Não haverá otimismo que resolva.




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