O POVO MERECE
Reginaldo Vasconcelos*
Os gatos magros da esquerda brasileira
assumiram o poder quando da primeira eleição de Lula da Silva, a grande maioria
deles adeptos da “ideologia da inveja”. São os esquerdistas fisiológicos, fracassados
na vida pessoal que ambicionam a gloria atacando o butim dos abastados.
Mas uma minoria dos esquerdistas estava
mesmo imbuída do sonho marxista da plena justiça social, sem pobreza digna
nem fortunas pessoais, que era a bandeira de todos eles, cultuando a ideia
distorcida e paralógica de que a causa da miséria é a riqueza.
Uma vez no Planalto, a esquerda descobriu
que na prática a teoria é diferente: não havia outra maneira de se manter no
topo senão adotando a mentira e a
impostura, cooptando a direita impura, formada pelos gatos gordos da corrupção
histórica, e com eles continuar enganando o populacho.
Então a esquerda aparelhou todos os estamentos da República
com os apaniguados do Governo e montou uma máquina mafiosa para lhes garantir a
manutenção dos privilégios, matando a fome felina de seus militantes,
engordando assim com cargos gratuitos milhares de bichanos vagabundos, alguns
deles eleitos para governos dos Estados – o caso mais emblemático no Distrito
Federal, que sob o Petê foi levado à bancarrota.
O País restou politicamente sequestrado
pelo grupo de partidos atrelados ao Petê, formando a sua base de apoio, que
então cuidou de sodomizar a cidadania,
de sangrar as estatais, de vampirizar as
verbas públicas, com incrível desfaçatez, conforme têm evidenciado a grande
imprensa, o Ministério Público e a Polícia Federais.
A esquerda manteve o patrimônio eleitoral
praticando o mais desvairado assistencialismo popular e promovendo campanhas
milionárias alimentadas por verbas desviadas do erário, por meio das empresas
públicas, e até do uso direto da máquina administrativa aparelhada, como no
caso dos Correios, que se diz sabotaram correspondência
opositora nas campanhas.
Aqueles esquerdistas ideológicos
sonhadores, que a princípio acreditavam na salvação da pátria pelo trucidamento
das elites ricas e pela promoção de uma hegemônica classe média, esses parece
haverem adotado a máxima do Barão de Itararé: “Já que não podemos moralizar a República, locupletemo-nos todos!”.
Da esquerda original sobraram alguns poucos
que se aferraram às teorias puristas e deixaram o Petê quando este se revelou
prostituído – ou dele foram expungidos – para fundar o Pêssol, que se dividiu
depois com a chamada Rede Silva.
Enfim, a esquerda arrogante instalada no
poder se divide hoje entre os que sofrem persecução criminal e estão presos e
os que continuam pintando o cenário nacional, que é lúgubre e sombrio, com as
tintas psicodélicas da ilusão e da mentira.
Agora a Nação virou um caos – inflação de
volta, juros e dólar em alta, empregos em baixa, empresas estatais em pandarecos,
combustíveis e tarifas subindo de preços, rebaixamento da nota do Brasil nas
agências de crédito internacionais, ameaça de falta d’água e de energia por não
terem havido os investimentos necessários, orçamento negativo em bilhões de
reais, aprovado no Congresso...
O País acéfalo, o ex-presidente da República
investigado no Exterior e no Brasil, a presidente atual denunciada como incursa
em crimes de responsabilidade, em fundamentado pedido de impecahment, diante de contas flagrantemente reprovadas pelo
Tribunal de Contas da União.
Então se instala uma barganha nojenta entre
ela e o Presidente da Câmara, também envolvido em denúncias, no sentido de que
este rejeitasse a petição pelo seu afastamento, em troca de apoio do partido do
governo no Conselho de Ética, em que ele responde por falta de decoro. O acordo naufragou, os deputados do Petê se
negaram a proteger o parlamentar no Conselho de Ética, e este enfim recebeu e
deu seguimento ao pedido de impeachment.
Aí uma briga de gangues acontece diante das
gambiarras da TV, com presidentes de poderes da República, tornados zumbis pela
Justiça Federal, atirando lama um contra o outro, em espetáculo lamentável.
Enfim, dias depois do arrombamento da represa
de rejeitos da indústria extrativa em Minas Gerais, poluindo o Rio Doce e o mar
do Espírito Santo, as barreiras políticas estouram em Brasília e a torrente de rebotalho
moral se espraia pelo território nacional.
No caso de Minas, o mídia e o governo gritam
contra a mineradora, deslembrados de que aquela empresa dava milhares de
empregos e sustentava economicamente a região que vitimou.
Ninguém se adverte de que o destino
daquelas represas de sílica, alimentadas ao infinito, era mesmo esse desastre,
de modo que aquele barro deveria ter sido objeto de um programa de
aproveitamento industrial, quem sabe na fabricação de tijolos e pré-moldados de cerâmica,
em vez de se admitir a sua perigosa acumulação ilimitada.
Sobre o desastre no Distrito Federal, por
sua vez, o povo se revolta, esquecendo que vota de maneira irresponsável e
coloca no Planalto Central o que há de pior na sociedade.
Elegeu um apedeuta amoral para o comando
da Nação, e repetiu a dose quando o escândalo do mensalão já explodira.
Reincidiu por duas vezes para colocar a faixa presidencial numa falsa
heroína, rainha da ninguendade, marcada pela boçalidade em quintessência.
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