O ÓBVIO E AS PROVAS
Humberto Ellery*
Sempre que ouço dizerem “que não existe
nada provado contra a Dilma”, não sei por qual associação de ideias me vem ao
pensamento a biografia do famigerado Alphonse
Gabriel (Al) Capone, o Scarface.
O
indigitado sujeito foi nada mais nada menos que o maior, mais cruel, mais sanguinário
gangster dos Estados Unidos, durante os anos 20 e 30 do século passado.
Explorava a venda de bebidas proibidas pela (estúpida) Lei Seca, o contrabando,
a prostituição, o jogo clandestino, matava gente como quem mata moscas.
Por exemplo, o massacre da noite de São
Valentino – dia dos namorados – quando seus capangas dizimaram impiedosamente a
quadrilha de Bugs Moran. Em suma, era um criminoso da pior qualidade, e
nunca o agente federal Eliot Ness, nem seus Untouchables, conseguiram provar nada contra ele.
Foi preciso que seu advogado, Edward
Joseph O´Hare, conhecido como Easy Eddie, resolvesse, num rasgo de
arrependimento, “entregá-lo”, por conta de sua sistemática evasão do imposto de
renda. O delator pagou caro pela ousadia: foi impiedosamente metralhado em
seguida.
Aliás, recomendo a biografia do herói da USAF,
Butch O’Hare, filho daquele advogado, que dá nome ao aeroporto de
Chicago. Trata-se de uma das mais belas histórias de amor de um pai pelo seu
filho, que não vem ao caso contar agora.
Concluindo, lembro que Scarface (cicatriz no rosto) morreu de
infarto, em 1947, demente e sifilítico, em sua mansão em Palm Beach, e até hoje
não existe nada provado contra o coitado do Al Capone.
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