DEUS EXISTE
Reginaldo Vasconcelos*
Há muito tempo eu
conclui que Deus existe – e o fiz raciocinando, e não pela via mística da
crença ou pelo dogma da fé. A minha convicção é pragmática, quântica, lógica,
cartesiana. E, se Deus existe, Ele é justo, por Sua própria definição, pois do
contrário Ele não seria Deus.
Mas para mim a
existência de vida espiritual depois da morte ainda não havia tomado ares de
obviedade, sempre cheirando a dúvida, soando como fantasia. Com a morte de
Eduardo Campos, entretanto, a esta altura da vida passo a acreditar na
sobrevida moral, porque do contrário teria havido uma injustiça imensa, e isso Deus não admitiria.
Eu não era eleitor de
Campos, mas agora que não se pode provar o contrário estou certo de que ele
seria a grande solução para a nossa agonia, nessa gangorra do “nós contra eles”,
nessa cabala de marqueteiros que se especializaram em hipnotizar e iludir eleitorados.
Estou convicto agora, Eduardo Campos, a terceira via, teria sido a melhor
saída.
Resta-me a dúvida sobre
se com essa tragédia Deus tirou Eduardo Campos de cena para que triunfe, pela
mão de um terceiro, o seu projeto, somente agora evidenciado com clareza, ou se
pretendeu Ele, com isso, nos infligir mais longo castigo, caso entenda a Sua
inteligência suprema que ainda não merecemos redenção, devendo continuar submetidos
a demiurgos malsãos e a processos viciosos.
Não sei quanto a vós
outros, mas eu, que tenho bom nariz e estômago fraco, tenho tido terríveis
engulhos em face da política nacional – mormente neste momento de campanha eleitoral,
quando então os abutres revolvem entre si a podridão que eles mesmos produziram,
referindo sempre às mais puras e assépticas intenções.
Um nauseante caldo
imundo de traições e perfídias, de interesses escusos e de cínicas mentiras, de
sórdidos sofismas e de acordos espúrios escorre pelas mídias. Enfim, uma luta esganiçada de hienas
carniceiras sobre os despojos da República – esse é o espetáculo de horrores que
o palco da política nos revela.
Mas – estou
convencido – Deus existe, e está no controle. Eduardo Campos, em estado físico,
fez apenas uma retirada estratégica para campos mais etéreos. Ao fim e ao cabo,
para prêmio dos bons ou para castigo dos incautos, tenho certeza, o justo plano
divino, que sempre prospera, vai avante. Amém.
*Reginaldo Vasconcelos
Advogado e Jornalista
Titular da Cadeira de nº 20 da ACLJ
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