quarta-feira, 18 de março de 2020

POEMA - Há Tempos Não Nos Víamos (AA)

HÁ TEMPOS NÃO
NOS VÍAMOS.
Alana Alencar*

(Ao Júlio, ao João e ao Alison)


E quem nos dirá qual das luas,
qual das ruas, em qual som?
Quando tudo aconteceu...
Qual dos profetas... dos poetas dos cabarés?
No Abaeté há tantos “Lu's”, tantos homens nus...
tanta gente vazia... tanta gente vestida de roupa, poesia.
Há sempre uma primeira vez... uma enésima.
Encontros do acaso e encontros marcados... desencontros.
Há quem queira filhos... quem tenha gatos.
Quem não consiga se equilibrar sobre o mesmo piso liso... 
quem seja de Áries e quem não goste de Caetano.
E Deus?




COMENTÁRIOS
 
Esse é um poema-crônica, desses que se produzem em guardanapo numa noite de esbórnia entre amigos prediletos. A autora conta que, há alguns anos, revogada por qualquer motivo a reunião de origem para um slam de poesia, o grupo saiu em busca de um ambiente lírico para exercer a boemia, e na mesma noite dois garçons chamados “Lu”, um conviva sem querer “caetanear”, um outro com cisma ideológica... e a noite deliciosa, anárquica e caótica, se converteu em literatura lindamente.
Reginaldo Vasconcelos


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E a Yolanda, suspendeu o salto agulha e não caiu ao caminhar pelo piso liso do Iguatemi rs rs rs. Noite excêntrica e inesquecível!
Júlio Soares

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Fico tão honrado e envaidecido pela lembrança. Mas mais feliz ainda de conseguir vê todas as histórias de uma noite colocada em uma poesia. Obrigado.
JoãoDAP

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Tudo começou, de fato, com a lua. Subia por trás dos prédios aquela imensa bola de ioga, branca e com manchas de São Jorge. Dizem até que é um coelho... E vai se desfazendo a proeza do cavaleiro medieval, belo e paciente. A noite pariu a lua, que pariu a poesia vivida rapidamente, numa revolução noturna. O poema pede que venham noites e mais noites assim. 
Alison Ramos
         


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