CAMINHOS DE
UMA VIDA FÉRTIL
(Artigo Inaugural da obra Notações de um Percurso Pessoal e Acadêmico)
Vianney Mesquita*
A Ciência é o cemitério das ideias
mortas.
(MIGUEL DE UNAMUNO)
Antes de adentrar, com elevada satisfação, os escólios a respeito do
autor deste livro, o cientista piauiense, militante das Ciências da Terra –
Geologia e seus ramos disciplinares, internacionalmente conhecido e apreciado, intento
preparar os solos, com seus horizontes texturais, a fim de melhor assentar meus motivos condutores das notas,
procedendo a informações propedêuticas sobre minha inserção na mesma Casa de
Saber onde opera o autor da obra sob comento, publicado pela Expressão Gráfica – o pesquisador Prof.
Dr. Raimundo Mariano Gomes Castelo Branco.

Universidade – não demora reiterar – conforma uma instituição de
ensino e procura da informação ordenada, constituída por um conjunto dos
mencionados institutos, destinados a promover a formação profissional e
científica em nível superior, bem como efetivar demanda teórica e prática na
maioria das vertentes da recepção do saber humanístico, artístico e
tecnológico, bem como proceder à divulgação de seus resultados a uma vasta
comunidade receptora.
Na minha família, de um contingente composto por 12 irmãos germanos
(dez homens e duas mulheres), uma dezena recebeu diploma de formação superior
na UFC e dois na Universidade Estadual do Ceará. Quatro deles – grupo no qual
me inserto – fomos parte do seu quadro docente, e médico, três na qualidade de
professores (Agronomia, Comunicação/Ciência da Informação e Estatística) e um
como facultativo do Complexo Hospitalar Prof. Walter de Moura Cantídio – Campus de Porangabussu.
Em tal contingência, bastante salutar, estive em atividade oficial no decurso de 20 anos (1977 a
1996) nos ambientes de ensino, pesquisa, extensão e administração acadêmica – e
extraoficial, após a aposentadoria, até
o momento, eis que jamais me desliguei da Instituição. Isto porque ali desenvolvo,
ainda, atividades de revistador de trabalhos de Mestrado e Doutorado, livros e
artigos para publicação em periódicos acadêmicos de acreditação dos órgãos de
fomento das três linhas expressas pela Lei 5540/1968 (Reforma Universitária),
e, até hoje, componente do Colegiado Curador da Fundação Cearense de Pesquisa e
Cultura -UFC, cujo Presidente é o meu conterrâneo e co-árcade novo da Arcádia
Nova Palmaciana, Prof. Francisco Antônio Guimarães, há muito tempo, um dos
nomes paradigmáticos, de alevantado prestígio neste ambiente de instrução e
sabedoria, onde Virtus Unita Fortior
( “A virtude, unida, é mais forte”).
Nesse entretempo relativamente extenso, ex-vi das circunstâncias, experimentei a ensancha de conviver, amistosa
e academicialmente, com pessoas de alçado caráter individual e elevado
potencial de inteligência, o que me orientou a acompanhar, sem dominar (é
claro), o estado d’arte das matérias acadêmicas, conduzindo-me a editar alguns
livros e muitos artigos com teor de instrução ordenada, recepcionados por
magazines universitários brasileiros, tendo por objeto a informação
sistematizada, literatura, história, religião et reliqua, felizmente, bem aceitos pelos juízos críticos
expendidos no âmbito do Ceará.
Por haver sido partícipe de uma Administração – a do Magnífico
Reitor Prof. Dr. Hélio Leite – minhas relações universitárias foram plurais, de
vinculação com áreas diversas da Instituição, sem particularizar nenhuma,
motivo por que logrei alcançar e contrair amizade pessoal com nomes de peso da
Ciência patrial, de influência além-Brasil, que têm por locus de atuação a UFC.

Foi, portanto, nesse status
quo, que logrei manter conhecimento e amizade com o produtor deste Notações
de um Percurso Pessoal e Acadêmico, um dos teresinenses mais ilustre e
ilustrado da história daquela Capital, que entendeu por bem vir despejar no
Ceará e no resto do Mundo as benesses do seu conhecimento insuperável na senda
por ele escolhida para atuar, haurido com superior responsabilidade e redobrado
zelo em bancos universitários, demandas rurais (ou de campo), lugares de prova,
bem como por intermédio das provetas e retortas dos laboratórios da existência
humana em sociedade.
Por descabido e em respeito à sede do leitor em deparar os lances
de tão luxuoso exercício científico perfilhado pelo Prof. Dr. Mariano, no largo
espectro de seu ofício como operário diligente do saber parcialmente ordenado,
como intenta Herbert Spencer, não pretendo adiantar manchetes de seu enredo
(conforme exprimi em obra de 2016), tampouco
[...] narrar
passagens ou extrair ilações ... porquanto, entendemos, o leitor tenciona mesmo
é conhecer in situ, sob o patrocínio
direto do autor, suas compreensões a respeito dos eventos contados, sem a
interferência de um tertius genus, o
qual é passível de lhe surripiar a vontade de leitura. (MESQUITA, Vianney. Esboços e Arquétipos. Fortaleza:
Expressão Gráfica, pp.130-1).
Assim, vou deixar ao talante do público ledor deste volume o ato de
enxergar, mediante a própria vontade, o perfil vencedor desse Escritor, em sua
triunfante derrota* pelo mar nem sempre manso da atividade científica, constantemente
acolitado pela sua família – sua consorte em Deus, Alzimeire, e os seus dois
filhos.
Assim, não retiro do consulente, deste exemplar de livro e de vida,
ohours d’ouvre, o aperitivo para o
consumo do prato principal, configurado neste extraordinário registo de feitos
e fatos de uma fertílima existência acadêmica e pessoal, onde se divisa o
esforço inaudito do Autor de dessedentar a sequiosa garganta da Ciência (aqui a
Geológica), sempre necessitada de se abeberar de algo ainda não sorvido pelo
ânimo afortunadamente voraz de um investigador de ofício da crase do Prof. Dr.
Mariano Gomes Castelo Branco.
Trabalho oriundo do seu texto de Memorial Descritivo para ascender ao
estrato de docente-titular da nossa paradigmal UFC, seu escrito prima, também, pela
qualidade técnica, gramatical e elocutório-descritiva da língua de Camões,
conforme é exigível de unidades de ideias da ciência expressas em língua-prosa,
dotado, pois, de acertos de gramática e estilo, fato denotativo, também, de
seus aviamentos de Português, sorvidos em Teresina, durante seu período escolar
no Patronato Dom Barreto, complementados no Colégio Diocesano, onde foi escolar
do Padre Florêncio Lecchi.
Como remate, caro leitor, pelo fato de não ter adiantado quase nada
deste presente que o autor se deu no clarear dos seus sessenta anos de vida –
Primeiro de maio de 2019 – eis aí, incólume, virgíneo, intocado, pleno e
esperançoso o livro que, tenho certeza, lhe vai deixar satisfeito com a leitura
e fácil decodificação.
Mariano é excepcional pessoa! Insigne cientista! Eminente amigo!
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