ESTRANGEIRISMOS INVASORES DA LÍNGUA
PORTUGUESA, EM TEXTO DE ÍTALO GURGEL
Vianney Mesquita*
A língua é um instrumento cujas molas não convém deixemos
ranger.
(Antoine de RIVAROL, escritor francês. 20.06.1753-11.04.1801).
Nas
últimas segundas-feiras de cada mês, de março a novembro, reúne-se
ordinariamente e com regular comparência de árcades, muitas vezes, também, de
convidados de outras instituições congêneres, a Academia Cearense da Língua
Portuguesa, instituto cultural e científico do Estado, há 40 anos em pleno
funcionamento e sem intermitência.
Em
repetido mandato, preside o Sodalício o Prof.
Sebastião Valdemir Mourão, natural do Ipu, docente reformado das cátedras
da Universidade Estadual do Ceará e do sistema particular, cuja recondução
resultou de um trabalho diligente exercido no primeiro período de sua Presidência
– biênio 2014-2015.
Neste
comenos, realizou-se a custosa tarefa de reforma de Estatuto/Regimento
institucionais; e, mui especialmente, foram estreitadas as relações com
entidades similares e setores do Ensino Médio de Fortaleza, entre outras
atitudes de desvelo conducentes ao crescimento da Academia, somente operadas
sob a diretiva de um intelectual comprometido com a causa da Dvlcisonam et canoram lingvam cano,
motivo por que todos lhe devotam benquerença e lhe consagram amizade.
Dentre
os diversos módulos da sessão ordinária mensal, como, por exemplo, a rotina
administrativa, o Presidente instituiu o segmento denominado Hora do Vernáculo, ocasião em que os
acadêmicos, bem previamente agendados, às vezes até três em cada reunião,
trazem à colação assuntos polêmicos, curiosos e temas controversos de língua
portuguesa. Esses, então, restam debatidos, ficando os juízos lecionados bem
assentes e aceitos pelos circunstantes, afluindo-se, no termo da reunião, e no
caso de vexata questio – questão controvertida – o acordo, quase sempre global, em
relação ao que foi explanado e explicado pelo defensor do ponto, considerando,
evidentemente, as razões por este aduzidas com a exata propriedade.
São
habituais relatores da citada temática, entre outros, o mencionado Prof.
Valdemir Mourão; o acadêmico e mestre maior, Prof. Dr. Francisco Tarcísio
Cavalcante, da UFC; o melhor docente (vivo) de Português do Ceará, para mim,
Mestre Myrson Lima, meu consultor padrão-ouro, ex-docente do IFCE e UECE; e,
vez outra, este comentarista, cujos pontos defendidos nas sessões da ACLP são,
via de regra, publicados neste jornal eletrônico. (Acesse, por exemplo,
“Remédio para Barata” e “Modismos e Bobices do Discurso Verbal”, ambos escritos
sustentados na citada Hora do Vernáculo).
A
derradeira conferência foi sustida pelo Prof. Ítalo Gurgel, da UFC, docente de
Língua e Literatura Francesa, versado em Português, escritor, ensaísta e
linguista de escol, jornalista da melhor crase, pertencente à fina flor da
intelectualidade cearense, que honra a cátedra do Silogeu, patroneada pelo
filólogo sergipano João Ribeiro.
Ele
se reportou, em texto limpo, honesto, correto e sobriamente erudito, acerca das
necessidades naturais e desnecessidades e exageros da importação de termos e
expressões alienígenas, com a adução de exemplos a mancheias, trazidos de
códigos glossológicos ocidentais e orientais, fato demonstrativo do seu preparo
intelectivo, neste e noutros terrenos, também.
Fê-lo,
entretanto, como observara o aqui mencionado professor Myrson Lima, ao cabo da
conferência, com a cautela dos preceptores expeditos, sem críticas acerbas nem
defesas gratuitas, com a isenção de um perito, não receptivo, ipso facto,
à angária de simpatias, tampouco exposto a aversões.
Aproveite,
pois, leitor, estas lições, expressas no módulo seguinte desta folha, bastando
acionar o elemento de hipermídia que
está no conjunto gráfico apontado – isto é, nada mais do que o
estrangeirismo link.
Nenhum comentário:
Postar um comentário