terça-feira, 7 de junho de 2016

LÍNGUA PORTUGUESA - Estrangeirismo (IG)

LÍNGUA PORTUGUESA

ESTRANGEIRISMOS:
Entre a Assimilação Crítica
e a Rejeição Peremptória

Ítalo Gurgel



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COMENTÁRIOS:

1. Certamente nada haveria a temer em incorporar ao nosso universo intelectual essa grande e variada contribuição das outras línguas, se tal apropriação acontecesse, por escolha (não por imposição), no domínio estrito de quem as adota, como adornamento estilístico ou, simplesmente, como abrilhantamento cultural.

Já começamos a ouvir (igual como em todos os meses de junho) com perfeita naturalidade os "en avant", e "em arrier" das quadrilhas, pois cientes de que preservam a tradição francesa, que se apropriou elevou à condição de destaque essa contradança de origem holandesa.

Nada de especial até aí, visto que a nossa língua, também, em algum momento, se faz presente no âmbito de outras. Há que se temer (e deplorar), no entanto, quando sucumbe sentimento do uso dos estrangeirismos como importação, e com ele, também, o mínimo cuidado com a Língua-mãe. Quando é “moderno” e encomendar o "sousplat", sem saber que é apenas o anteparo para o prato.

Releve-se, portanto, pelo zelo, pela qualidade e pela propriedade, o texto do amigo acadêmico da ACLP, Ítalo Gurgel, a quem saúdo com afirmação de saudade e o melhor dos abraços.

Geraldo Jesuino

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2. Creio ser necessária a preservação da cultura vernácula, na medida do possível, para que a integridade histórica, e mesmo a personalidade afetiva dos povos se conservem, dando referenciais e variações aos diferentes modos de pensar e de viver dos grupos sociais, ao longo do tempo, que se refletem no seu particular modo de falar e de dizer.

Faço uma analogia simples, de cunho estético e de cunho prático, para que fique clara a importância de se manter as diferenças culturais, inclusive e principalmente no que concerne aos idiomas.

O espectro cromático que o olho humano percebe consta de apenas quatro cores – o amarelo, o azul e o vermelho, incluindo o branco, que é a fusão de todas elas, e sem contar o preto, que é a ausência total de pigmento.

Ao se combinar o amarelo com o azul se obtém outro valor – o verde, e da variegada combinação de todas as outras se compõe todo o universo visual. Então, é importante que novos matizes se produzam, em prol da beleza e da referência espacial – desde que as cores básicas e originais fiquem incólumes.

Um mundo imaginário em que todas as línguas se confundam e simplifiquem numa só, e em que todas as raças humanas se miscigenem em um mesmo padrão físico, e em que a culinária seja igual na Noruega e no Gabão, na China e na Austrália, eu comparo a um outro triste mundo fabular em que todas as cores se misturem e em que tudo seja branco.

Então, embora seja inelutável que haja contribuições idiomáticas entre os códigos linguísticos, e que isso termine por dar origem ao marrom e ao lilás, ao magenta e ao grená – ou seja – aos sotaques, às gírias, aos jargões, aos dialetos, e, ao longo dos séculos, originem línguas novas, cada idioma deve sim se restringir ao mínimo de estrangeirismos necessários, e somente aos necessários.

Reginaldo Vasconcelos      

Um comentário:

  1. Certamente nada haveria a temer em incorporar ao nosso universo intelectual essa grande e variada contribuição das outras línguas, se tal apropriação acontecesse, por escolha (não por imposição), no domínio estrito de quem as adota, como adornamento estilístico ou, simplesmente, como abrilhantamento cultural. Já começamos a ouvir (igual como em todos os meses de junho) com perfeita naturalidade os "en avant", e "em arrier" das quadrilhas, pois cientes de que preservam a tradição francesa, que se apropriou elevou à condição de destaque essa contradança de origem holandesa.
    Nada de especial até aí, visto que a nossa língua, também, em algum momento, se faz presente no âmbito de outras.
    Há que se temer (e deplorar), no entanto, quando sucumbe sentimento do uso dos estrangeirismos como importação, e com ele, também, o mínimo cuidado com a Língua-mãe. Quando é “moderno” e encomendar o "sousplat", sem saber que é apenas o anteparo para o prato.
    Releve-se, portanto, pelo zelo, pela qualidade e pela propriedade, o texto do amigo acadêmico da ACLP, Ítalo Gurgel, a quem saúdo com afirmação de saudade e o melhor dos abraços.

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