RETROCEDER AO
INFERNO VELHO
INFERNO VELHO
Reginaldo Vasconcelos*
Tenho
a convicção cravada de que quem defende a esquerda brasileira a essa altura é
lesa-pátria, incluindo o advogado Cardoso e o Exército de Bracaleone que
lidera, composto pelo grupo histriônico dos Senadores da República empenhado em
perturbar a Comissão do Impeachment
com toda sorte de manobras, ao modo exato daqueles alunos vagabundos do fundão
da sala que incomodam os colegas e importunam os professores, para que as
aulas não progridam.
Nem
por isso defendo que a nossa direita no Governo seja composta por uma
legião de patriotas, uma casta de vestais da política, sem jaça e sem pecados,
movidos pelas mais nobres intenções. Mas está visto que o lulopetismo iludiu o
povo e praticou a corrupção mais desvairada, destruiu a economia do País,
acabou com a credibilidade da nossa Nação planeta afora, enfim, levou o Brasil à
bancarrota pela administração mais desonesta e ruinosa que a historia
registrou.
Alguém
lembrará que não foi somente a esquerda que participou do desmantelamento da
República e que partilhou o butim do “mensalão”, do “eletrolão”, do “petrolão”,
“etcetrão”. Que não são somente o Lula e os lulistas que estão premidos pelas
tenazes da operação “lava jato” da polícia e da Justiça Federal.
É
verdade. Porém, todos esquecem que os direitistas envolvidos nos escândalos recentes eram todos aliados do Governo, eram, portanto, cúmplices de Lula da
Silva e de Dilma Rousseff, cujo beneplácito era indispensável para que
fraudassem e corrompessem as empreiteiras, de modo que são todos absolutamente
iguais e indiferentes.
Sim.
Collor e Sarney não são de esquerda e nunca foram, e, assim como Renan Calheiros,
Eduardo Cunha e Romero Jucá, não estiveram na guerrilha do Araguaia, nem
participaram da “luta armada”, nem jamais foram vistos empunhando bandeiras
vermelhas, defendendo a utopia marxista, liderando sindicatos, reverenciando Che
Guevara, aplaudindo os discursos suarentos e roufenhos de Lula da Silva, a soldo
de pão com mortadela.
Então,
a luta dos verdadeiros patriotas, neste momento, nos esforços pelo impeachment de Dilma, não é
especificamente contra uma vertente ideológica, contra um grupo regular
identificado, ou a favor de Michel Temer e sua trupe. Não. Na verdade o que se
tem é uma cruzada cívica dos homens de bem confrontando a iniquidade, a
ilicitude, a bandidagem oficial instituída e encravada no poder por dezesseis
anos de desmandos e torpezas.
Uma
malta de sicários sociopatas de todos os matizes, que vêm praticando
estelionato eleitoral para se locupletarem no poder, mantém o povo inculto
hipnotizado pelo discurso populista e a consciência nacional mais lúcida
manietada em cativeiro, sequestrada por uma falsa conjuntura democrática – e o
resultado final é o abismo moral e econômico em que a Nação precipitou-se. Não
estamos tratando aqui de ponto de vista ou opinião. Estamos falando de fato
notório e incontestável.
Lula e Dilma figuram no mesmo pacote de
desastres mundiais contemporâneos de que fazem parte Hugo Chaves e Maduro, algozes
da Venezuela; Cristina Kirchner, a viúva-negra
da Argentina; Ahmadinejad, o carrasco
dos direitos humanos no Iran; as Farc, cruéis terroristas paramilitares da
Colômbia – e o que se possa citar de mais atrasado e perigoso mundo afora – sem
se poder excluir inteiramente nem mesmo o Estado Islâmico, que Dilma se negou a
reprovar, em vez disso defendendo manter com ele um delirante diálogo amigável.
Sim. É
verdade, Temer não representa o perfeito salvador da pátria, o navio hospitalar
que possa fazer o resgate da política brasileira, que está à deriva no oceano
da incúria, para socorrer a Nação e curar suas mazelas com a mais avançada
medicina – mas com certeza é a única tábua de salvação que se apresenta ao povo
náufrago, envolto em crise e recessão, inflação e desemprego, balsa rústica que
bem ou mal transporta a nossa única esperança de um dia dar na praia.
Vamos com Temer
de déu em déu, expurgando os bandidos que ele reuniu para garantir apoio
parlamentar, substituindo-os por outros, mas apoiando os expertos que ele convocou
para socorrer a economia, na expectativa de que, quem sabe, uma epifania moral converta
de repente o suspeitoso mordomo de filme de terror no lídimo estadista, dedicado,
eficiente e honesto, de que desesperadamente precisamos.
Temer é o
que temos para o momento. Montemos nele com freios e esporas, e vamos em
frente. Plebiscito? Novas eleições? Não há tempo nem verba para isso! Ademais,
responder o quê? Votar em quem? Não dá para recorrer a acupuntura ou a
homeopatia na UTI. Aliás, qualquer outra hipótese, da volta de Dilma a um
levante militar, seria retroceder ao mais profundo inferno velho. Que Deus se
apiade de nossas almas!
COMENTÁRIO:
Caro
Reginaldo
Leio
hoje, aqui nos Estados Unidos, com muita satisfação, o seu magistral artigo
intitulado Retroceder ao Inferno Velho, publicado no site de nossa
ACLJ. Você fez uma brilhante retrospectiva do governo de Lula e Dilma não
esquecendo, sequer, o relacionamento deles e o apoio aos
governos ditatoriais, inclusive com o Estado Islâmico.
Você
demonstrou por A mais B que os governos deles foram das administrações
mais desonestas e ruinosas que a história do nosso país já registrou. Quero
parabenizá-lo pelo brilhante artigo, inclusive no apoio ao governo de Michel
Temer, "que não sendo o ideal, mas é a nossa única taboa de
salvação".
Cássio
Borges
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