LULA LÁ
Reginaldo Vasconcelos*
Grandes
juristas brasileiros, como Dalmo Dallari e Miguel Reale Jr., têm se manifestado contra o pedido de prisão preventiva de
Lula da Silva, formulado ao Judiciário Estadual pelo Ministério Público de São
Paulo, argumentando aqueles luminares que os requisitos legais autorizadores
dessa medida não estariam entrevistos nos fundamentos manejados pelos Promotores
de Justiça.
Esses
jurisconsultos renomados percebem motivação política naqueles integrantes do
Parquet, pois sendo o Lula um grande líder partidário, atrairia antipatias dos
que no seu íntimo simpatizam com outros ideários. Mesmo parlamentares da
oposição reagiram com apelos de comedimento e cautela, traindo eles próprios a
introjeção canhestra de que a mítica jararaca petista seja intocável realmente.
Mesmo
do fundo da ninguendade em que modestamente me situo, face aos causídicos mais
doutos do País, e olhando da planície reles de um mero advogado para os
píncaros do saber jurídico nacional, não concordo com os primeiros, que acham
desarrazoado o pedido cautelar formulado, e muito menos com estes outros, que
defendem moderação contra quem é imoderado.
Aliás,
já tinha eu antecipado em artigo recente que Lula da Silva vem cometendo ilícitos
de desacato, de apologia ao crime e de incitação à violência, devidamente
previstos no Código Penal, desde quando convocou “o exército do Stédile” para
confrontar a cidadania – ato de muito maior potencial ofensivo vindo de um
líder político, ex-presidente da República.
E
não só isso: declarou à imprensa que estava “de saco cheio” das convocações
para depor. Uma vez intimado, verberou que não ia, antes de impetrar medidas judiciais
que o liberaram de falar. Mas não ficou só nisso: ao reunir partidários seus
após a sua condução coercitiva, em vez de tentar explicar ao povo o seu óbvio comprometimento
com pessoas e fatos criminosos, lançou impropérios contra as mais respeitáveis
instituições da República, instigando o povo à insurgência e à revolta.
Depois,
vazou na Internet deblaterando ao telefone, dizendo que os homens da lei
enfiassem em si mesmos o seu processo-crime. É pouco? Atitudes que tais de um
rematado demagogo não teria o potencial de conturbar a ordem pública, de atrapalhar
o curso das investigações, de estorvar a instrução criminal? Enfim, de dificultar
o cumprimento da Lei Penal? No meu particular sentir, quem não disser “desenganadamente
sim”, este sim, tem o raciocínio obstado pela ignorância conveniente ou pela cegueira
beatífica das paixões ideológicas.
Aliás,
não é preciso repristinar as ultrapassadas teorias de Césare Lombroso para
aplicar com absoluto acerto a “psicologia da fisionomia”. Uma grande rede de
supermercados brasileira contratou certa vez especialistas russos que, sem
falar nem entender português, vieram assistir a entrevista de candidatos ao cargo
de comprador da empresa, função que exige absoluta honestidade.
Depois de ouvir
as perguntas e as resposta formuladas no nosso idioma, os russos, sem terem entendido uma palavra, indicaram quais
dos entrevistados mentiam, unicamente com base em suas expressões faciais e na
afetação do seu gestual.
Ora,
qualquer Delegado de Polícia experiente, pelo misancene de um preso, pela desfaçatez que ele traz na cara, percebe
a inverdade que lhe tenta pespegar o meliante. Assim também qualquer dramaturgo ou cineasta reconhece
um ator canastrão, cuja habilidade histriônica somente convence os imbecis. Do
mesmo modo, qualquer mulher madura detecta na cara de um conquistador barato a
sua impostura de mentiroso, que somente comove as muito incautas.
Eu,
por meu turno, nunca me enganei com caras e bocas e discursos cavilosos. Sem o
mínimo receio de ser injusto, acho mesmo que o Brasil inteiro deveria entoar a
velha palavra de ordem das campanhas petistas, mas apontando o dedo para os
presídios nacionais: LULA LÁ!
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