sábado, 19 de março de 2016

NOTA ACADÊMICA - 3ª Reunião Mensal do Ano

3ª REUNIÃO MENSAL
ACADEMIA DE JORNALISMO
PROMOVE PALESTRAS
SOBRE A ATUAL CONJUNTURA POLÍTICA DO PAÍS

À 3ª Reunião Mensal da ACLJ neste ano, ocorrida na manhã de hoje, no Palácio da Luz, sede da Academia Cearense de Letras, estavam presentes os acadêmicos Reginaldo Vasconcelos, Rui Martinho Rodrigues, Paulo Ximenes, Antonino Carvalho, Karla Karenina e Descartes Gadelha.

Também compareceram Inês Mapurunga, Dorian Sampaio Filho, Adriano Vasconcelos, João Pedro Gurgel, Humberto Ellery, Geraldo Jesuino, Aluísio Gurgel do Amaral Júnior, Cândido Albuquerque, Djalma Pinto, Vianney Mesquita, Arnaldo Santos, Roberto Moreira e Durval Aires Filho.



Virtualmente presentes os acadêmicos Altino Farias, Nirez, Geraldo Gadelha, Antônio Araújo e José Gusmão Bastos, que anteciparam justas razões de força maior para o seu não comparecimento.

A mesa de honra da solenidade foi composta pelo Prof. Rui Martinho Rodrigues, pelo Desembargador Durval Aires, pelo artista plástico e sônico Descartes Gadelha, pelo magistrado Aluísio Gurgel e pelo jurista Djalma Pinto.



Durante a reunião proferiram palestras sobre a atual conjuntura política do País os acadêmicos, juristas e professores Rui Martinho Rodrigues e Djalma Pinto.

Rui Martinho, Presidente Emérito da nossa casa de letras – jurista, professor, historiador, sociólogo – é um cientista político de amplo espectro, pela sua capacidade de analisar os fatos sociopolíticos de forma multidisciplinar, dissecando-os das perspectivas jurídica, histórica e antropológica, nos âmbitos local e internacional.

Ele abordou tecnicamente as condutas ilícitas objetos da Operação Laja Jato da Polícia Federal, bem como tratou sobre as polêmicas medidas tomadas pelo Juiz Federal Sérgio Moro, ao longo da persecução penal que preside.

O Prof. Rui tratou também do processo de impeachment da Presidente Dilma, de seu cabimento, da interferência do Supremo Tribunal Federal sobre o seu rito, principalmente em relação à imposição do voto aberto dos integrantes do Congresso.

Essa decisão, segundo ele, a princípio favoreceria o Governo Federal, quando as conexões com a sua base de apoio eram mais fortes, e os parlamentares temeriam votar contra Dilma e amargar represálias do Poder Executivo.

Malgrado, presentemente, o voto aberto seria prejudicial aos interesses da Presidência, agora que a maioria popular contra a manutenção de Dilma Rousseff no poder ficou evidente, a qual está cada vez mais desgastada pela revelação dos grampos telefônicos, e os congressistas deverão evitar afrontar o eleitorado, votando contra ele.

O Prof. Djalma Pinto, por seu turno, iniciou suas falas citando Sérgio Buarque de Holanda, intelectual que se debruçou especialmente sobre os problemas brasileiros, fundador do PT, carteira de filiação de nº 3, falecido em 1982.

Fez isso para demonstrar que o vezo de se confundir a fazenda pública com o patrimônio privado, cacoete do tempo do coronelismo, de que trata Sérgio Buarque de Holanda em sua obra, está no cerne dos escândalos financeiros que se sucedem em todos os governos da república brasileira, tanto aqueles impostos pela força quanto os legitimamente outorgados pelo voto, inclusive o atual, eleito e reeleito para subverter esse vício perverso, mas que se desvirtuou.   

Pontificou ainda que a única redenção do povo, em vez da aplicação de uma pequena porcentagem do PIB em políticas assistenciais paliativas, em troca de votos, seria oferecer educação gratuita e generalizada para as novas gerações, garantindo a mesma qualidade de ensino para os pobres e para os ricos.

Considera Djalma Pinto que essa é a única mecânica proativa capaz de reduzir as desigualdades socioeconômicas a médio e longo prazos, promovendo a chamada “mobilidade social” – a meritocracia profissional e a autonomia econômico-financeira dos indivíduos como regra – o assistencialismo estatal como exceção.

Fizeram apartes e participaram do debate os acadêmicos Humberto Ellery, Karla Karenina, Paulo Ximenes, João Pedro Gurgel, Durval Aires, Reginaldo Vasconcelos, Arnaldo Santos e Aluísio Gurgel.

A última intervenção foi feita pelo Membro Benemérito Descartes Gadelha, mestre de todas as artes, no sentido de que amanhecera confuso e angustiado, triste e deprimido com a situação política do País, mas que depois de ouvir as explicações dos confrades palestrantes sentia o espírito renovado, um tanto mais otimista, senhor de uma melhor compreensão dos fatos e ciente de que há inteligências entre nós debruçadas atentamente sobre os graves problemas na Nação, que parece inteiramente à deriva para os leigos em administração pública e em políticas de governo.

A reunião foi matéria da edição de hoje do telejornal da TV Diário, que foi ao ar às 10:00h da noite, em reportagem realizada pelo jornalista Paulo Sadat.



No encerramento do evento o presidente em exercício tratou do processo de refundação da ACLJ, que está em curso – ab census ad lustrum – durante o qual se colhe a renovação do voto acadêmico dos que pretendem manter a sua titularidade no segundo quinquênio da entidade.

A propósito disso Reginaldo Vasconcelos fez a leitura de discurso que proferiu quando da instalação da confraria (transcrito abaixo), em que ele lançava a indagação sobre “por que ser acadêmico”, respondendo ao final essas razões.  “Dizia eu naquele dia 14.12.2011:



    Eu vos proponho uma breve reflexão ontológica sobre o porquê de estar aqui, e sobre o desiderato de integrar este grêmio literário. Proponho que nos abstraiamos um pouco da azáfama da vida diária, para fazer um “ESAON”, aquela atitude que os militares tomam quando se perdem na floresta – sentar, pensar e orientar-se calmamente.

    No nosso dia-a-dia o tempo urge, o trânsito ruge, o dinheiro que ganhamos e que precisamos ganhar é fugidio, a violência urbana nos assombra, a política nos frustra, cumprindo-nos a tarefa titânica de administrar as relações familiares, de formar os filhos, de caminhar para uma maturidade digna e para uma biografia edificante.

    Muitos de nós vamos afogar semanalmente as mágoas dessa luta na roda social, nos copos, no papo, nos bares boêmios, onde podemos lamber os ferimentos, liberando os vapores dessa panela de pressão que ameaça explodir sob o estresse da existência. Ali temos um bálsamo, um lenitivo, é forçoso admitir, mas não temos a cura.

    Mas aqui no silogeu literário nós, as pessoas de letras, reverenciamos a memória eufórica, cultuamos a amizade verdadeira – porque desvinculada de interesses mundanos – e homenageamos o mundo interior que somente os escribas temos o privilégio de externar. Encontramos na academia um universo paralelo que não se contamina com a realidade comezinha, mas, ao contrário, edulcora e sublima o que é mais sáfaro em nossa vida.

    Somente entre as coluna de uma arcádia de letras podemos compartilhar com os confrades os códigos líricos que nos conectam à eternidade, que fazem de um jovem poeta um velho sábio, e devolvem ao bardo ancião todo o frescor da juventude. A verve criativa é intemporal, por isso faz um liame entre as idades, entre todas as épocas, entre todas as eras, produzindo o acervo estético de que somos guardiões.

    Aportamos então nas respostas à provocação indagativa inicial sobre as motivações que teríamos para integrar a academia. É que aqui quedamos sobranceiros às pequenezas do mundo, isentamo-nos das futricas sociais, fugimos às tenazes do tempo, compadecendo-nos tão-somente com aquilo que realmente interessa à beleza peregrina da alma humana, e o que de mais sublime ela produz, que é a palavra.

    Portanto apelo: sejamos atentos, frequentes e assíduos à esta nossa Academia, que é nosso único patrimônio vitalício e imarcescível”


COMENTÁRIOS:

Karla Karenina comentou pela Internet:

Maravilha! Nossa sessão foi muito boa e renovou o espírito da nossa confraria! Manifesto minha vontade de que continuemos a nos reunir um sábado ao mês, como sugerido, no Palácio da Luz, que além de tudo, está impregnado de história e boas memórias dos nossos ancestrais e mestres da palavra! Avante, confrades e confreiras!”.


Altino Farias Comentou pela Internet:
"Inteirando-me aqui sobre a última reunião da ACLJ realizada sábado último, aproveito para parabenizar a iniciativa da diretoria instituindo essa reunião mensal, lamentando não ter podido comparecer e desfrutar bons momentos ao lado dos confrades presentes". 


Alfredo Marques comentou na Internet:

“Infelizmente não pude comparecer ao evento designado para a data de ontem, inclusive tentei remarcar o compromisso que possuía, mas não obtive sucesso. O atropelar das atividades de campanha eleitoral que desenvolvo, provocou o lapso de comunicação e justificação de minha, ausência ao tão oportuno encontro de pensadores. Todos sabem que sou um entusiasta da propositura. Parabéns para e ACLJ e para aqueles que abraçaram tão nobre iniciativa! Com os melhores cumprimentos”.


Vianney Mesquita comentou na Internet:


QUE REUNIÃO!!!


Um comentário:

  1. Inteirando-me aqui sobre a última reunião da ACLJ realizada sábado último, aproveito para parabenizar a iniciativa da diretoria instituindo essa reunião mensal, lamentando não ter podido comparecer e desfrutar bons momentos ao lado dos confrades presentes.

    ResponderExcluir