3ª REUNIÃO MENSAL
ACADEMIA DE JORNALISMO
PROMOVE PALESTRAS
SOBRE A ATUAL CONJUNTURA
POLÍTICA DO PAÍS
À
3ª Reunião Mensal da ACLJ neste ano, ocorrida na manhã de hoje, no Palácio da
Luz, sede da Academia Cearense de Letras, estavam presentes os acadêmicos
Reginaldo Vasconcelos, Rui Martinho Rodrigues, Paulo Ximenes, Antonino
Carvalho, Karla Karenina e Descartes Gadelha.
Também
compareceram Inês Mapurunga, Dorian Sampaio Filho, Adriano Vasconcelos, João
Pedro Gurgel, Humberto Ellery, Geraldo Jesuino, Aluísio Gurgel do Amaral
Júnior, Cândido Albuquerque, Djalma Pinto, Vianney Mesquita, Arnaldo Santos,
Roberto Moreira e Durval Aires Filho.
Virtualmente
presentes os acadêmicos Altino Farias, Nirez, Geraldo Gadelha, Antônio Araújo e
José Gusmão Bastos, que anteciparam justas razões de força maior para o seu não
comparecimento.
A
mesa de honra da solenidade foi composta pelo Prof. Rui Martinho Rodrigues, pelo
Desembargador Durval Aires, pelo artista plástico e sônico Descartes Gadelha, pelo
magistrado Aluísio Gurgel e pelo jurista Djalma Pinto.
Durante
a reunião proferiram palestras sobre a atual conjuntura política do País os
acadêmicos, juristas e professores Rui Martinho Rodrigues e Djalma Pinto.
Rui
Martinho, Presidente Emérito da nossa casa de letras – jurista, professor, historiador,
sociólogo – é um cientista político de amplo espectro, pela sua capacidade de
analisar os fatos sociopolíticos de forma multidisciplinar, dissecando-os das perspectivas jurídica, histórica e antropológica, nos âmbitos local e internacional.
Ele
abordou tecnicamente as condutas ilícitas objetos da Operação Laja Jato da
Polícia Federal, bem como tratou sobre as polêmicas medidas tomadas pelo Juiz Federal
Sérgio Moro, ao longo da persecução penal que preside.
O
Prof. Rui tratou também do processo de impeachment
da Presidente Dilma, de seu cabimento, da interferência do Supremo Tribunal
Federal sobre o seu rito, principalmente em relação à imposição do voto aberto
dos integrantes do Congresso.
Essa
decisão, segundo ele, a princípio favoreceria o Governo Federal, quando as
conexões com a sua base de apoio eram mais fortes, e os parlamentares temeriam
votar contra Dilma e amargar represálias do Poder Executivo.
Malgrado,
presentemente, o voto aberto seria prejudicial aos interesses da Presidência,
agora que a maioria popular contra a manutenção de Dilma Rousseff no poder
ficou evidente, a qual está cada vez mais desgastada pela revelação dos grampos
telefônicos, e os congressistas deverão evitar afrontar o eleitorado, votando
contra ele.
O
Prof. Djalma Pinto, por seu turno, iniciou suas falas citando Sérgio Buarque de
Holanda, intelectual que se debruçou especialmente sobre os problemas
brasileiros, fundador do PT, carteira de filiação de nº 3, falecido em 1982.
Fez
isso para demonstrar que o vezo de se confundir a fazenda pública com o
patrimônio privado, cacoete do tempo do coronelismo, de que trata Sérgio
Buarque de Holanda em sua obra, está no cerne dos escândalos financeiros que se
sucedem em todos os governos da república brasileira, tanto aqueles impostos
pela força quanto os legitimamente outorgados pelo voto, inclusive o atual,
eleito e reeleito para subverter esse vício perverso, mas que se desvirtuou.
Pontificou
ainda que a única redenção do povo, em vez da aplicação de uma pequena porcentagem do
PIB em políticas assistenciais paliativas, em troca de votos, seria oferecer educação
gratuita e generalizada para as novas gerações, garantindo a mesma qualidade de
ensino para os pobres e para os ricos.
Considera
Djalma Pinto que essa é a única mecânica proativa capaz de reduzir as
desigualdades socioeconômicas a médio e longo prazos, promovendo a chamada “mobilidade
social” – a meritocracia profissional e a autonomia econômico-financeira dos
indivíduos como regra – o assistencialismo estatal como exceção.
Fizeram
apartes e participaram do debate os acadêmicos Humberto Ellery, Karla Karenina,
Paulo Ximenes, João Pedro Gurgel, Durval Aires, Reginaldo Vasconcelos, Arnaldo Santos e Aluísio
Gurgel.
A última intervenção foi feita pelo Membro Benemérito Descartes Gadelha, mestre de todas as artes, no sentido de que amanhecera confuso e angustiado, triste e deprimido com a situação política do País, mas que depois de ouvir as explicações dos confrades palestrantes sentia o espírito renovado, um tanto mais otimista, senhor de uma melhor compreensão dos fatos e ciente de que há inteligências entre nós debruçadas atentamente sobre os graves problemas na Nação, que parece inteiramente à deriva para os leigos em administração pública e em políticas de governo.
A
reunião foi matéria da edição de hoje do telejornal da TV Diário, que foi ao ar às
10:00h da noite, em reportagem realizada pelo jornalista Paulo Sadat.
No
encerramento do evento o presidente em exercício tratou do processo de refundação da ACLJ, que está em curso –
ab census ad lustrum – durante o qual
se colhe a renovação do voto acadêmico dos que pretendem manter a sua
titularidade no segundo quinquênio da entidade.
A propósito disso Reginaldo Vasconcelos fez a
leitura de discurso que proferiu quando da instalação da confraria (transcrito
abaixo), em que ele lançava a indagação sobre “por que ser acadêmico”,
respondendo ao final essas razões. “Dizia eu naquele dia 14.12.2011:
Eu vos proponho uma breve reflexão ontológica sobre o porquê de estar aqui, e sobre o desiderato de integrar este grêmio literário. Proponho que nos abstraiamos um pouco da azáfama da vida diária, para fazer um “ESAON”, aquela atitude que os militares tomam quando se perdem na floresta – sentar, pensar e orientar-se calmamente.
No nosso dia-a-dia
o tempo urge, o trânsito ruge, o dinheiro que ganhamos e que precisamos ganhar
é fugidio, a violência urbana nos assombra, a política nos frustra,
cumprindo-nos a tarefa titânica de administrar as relações familiares, de
formar os filhos, de caminhar para uma maturidade digna e para uma biografia
edificante.
Muitos de nós vamos
afogar semanalmente as mágoas dessa luta na roda social, nos copos, no papo,
nos bares boêmios, onde podemos lamber os ferimentos, liberando os vapores
dessa panela de pressão que ameaça explodir sob o estresse da existência. Ali
temos um bálsamo, um lenitivo, é forçoso admitir, mas não temos a cura.
Mas aqui no silogeu
literário nós, as pessoas de letras, reverenciamos a memória eufórica,
cultuamos a amizade verdadeira – porque desvinculada de interesses mundanos – e
homenageamos o mundo interior que somente os escribas temos o privilégio de
externar. Encontramos na academia um universo paralelo que não se contamina com
a realidade comezinha, mas, ao contrário, edulcora e sublima o que é mais
sáfaro em nossa vida.
Somente entre as
coluna de uma arcádia de letras podemos compartilhar com os confrades os
códigos líricos que nos conectam à eternidade, que fazem de um jovem poeta um
velho sábio, e devolvem ao bardo ancião todo o frescor da juventude. A verve
criativa é intemporal, por isso faz um liame entre as idades, entre todas as
épocas, entre todas as eras, produzindo o acervo estético de que somos
guardiões.
Aportamos então nas
respostas à provocação indagativa inicial sobre as motivações que teríamos para
integrar a academia. É que aqui quedamos sobranceiros às pequenezas do mundo,
isentamo-nos das futricas sociais, fugimos às tenazes do tempo,
compadecendo-nos tão-somente com aquilo que realmente interessa à beleza
peregrina da alma humana, e o que de mais sublime ela produz, que é a palavra.
Portanto apelo: sejamos atentos, frequentes e assíduos à esta nossa Academia, que é nosso único patrimônio vitalício e imarcescível”
Portanto apelo: sejamos atentos, frequentes e assíduos à esta nossa Academia, que é nosso único patrimônio vitalício e imarcescível”
COMENTÁRIOS:
Karla
Karenina comentou pela Internet:
“Maravilha! Nossa sessão foi muito boa e renovou o espírito da nossa confraria! Manifesto minha vontade de que continuemos a nos reunir um sábado ao mês, como sugerido, no Palácio da Luz, que além de tudo, está impregnado de história e boas memórias dos nossos ancestrais e mestres da palavra! Avante, confrades e confreiras!”.
“Maravilha! Nossa sessão foi muito boa e renovou o espírito da nossa confraria! Manifesto minha vontade de que continuemos a nos reunir um sábado ao mês, como sugerido, no Palácio da Luz, que além de tudo, está impregnado de história e boas memórias dos nossos ancestrais e mestres da palavra! Avante, confrades e confreiras!”.
Altino Farias Comentou pela Internet:
"Inteirando-me aqui sobre a última
reunião da ACLJ realizada sábado último, aproveito para parabenizar a
iniciativa da diretoria instituindo essa reunião mensal, lamentando não ter
podido comparecer e desfrutar bons momentos ao lado dos confrades presentes".
Alfredo Marques comentou na Internet:
“Infelizmente não pude comparecer ao
evento designado para a data de ontem, inclusive tentei remarcar o compromisso
que possuía, mas não obtive sucesso. O atropelar das atividades de campanha
eleitoral que desenvolvo, provocou o lapso de comunicação e justificação de
minha, ausência ao tão oportuno encontro de pensadores. Todos sabem que sou um entusiasta da
propositura. Parabéns para e ACLJ e para aqueles
que abraçaram tão nobre iniciativa! Com os melhores cumprimentos”.
QUE REUNIÃO!!!
Inteirando-me aqui sobre a última reunião da ACLJ realizada sábado último, aproveito para parabenizar a iniciativa da diretoria instituindo essa reunião mensal, lamentando não ter podido comparecer e desfrutar bons momentos ao lado dos confrades presentes.
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