LIÇÕES DE UMA VIDA*
Vianney Mesquita**
A obra perpetua o homem. (Quinto HORÁCIO Flaco).
Lições
de vida, manifestação de desprendimento em relação a bens materiais e expressão
de copiosa existência estão enfeixadas neste volume, editado pela Academia
Cearense de Odontologia, organizado pelo amigo, acadêmico Dr. Joarez Porto,
imortal desse Sodalício, com o concurso da minha mais ilustre patrícia, Prof.a.
Dr.a Grasiela Teixeira Barroso, a respeito deste homem extraordinário – Sérvulo
Mendes Barroso.
Reportando-me
à epígrafe horaciana, eis a vida de Sérvulo a coincidir com a própria obra,
edificada na plenitude, durante toda a sua passagem terrena, identificada na
liderança, havida como modelo e feita exemplo a ser obedecido pelos seus
circunstantes.
A
prova de que a expressão Non omnia moriar
(“Não morrerei completamente”), ao modo como o extraordinário Horácio, autor
de Epodos e Sátiras, quis eternizar os homens operosos, está no delineamento do
perfil de Sérvulo Mendes Barroso – o mestre de Pernambuquinho (Município de
Guaramiranga-CE) – de suas feições humanitárias, da bonomia e do caráter
inatacável, qualidades tão bem configuradas pelos seus amigos, a quem parece
ainda estar entre nós, tão profundo foram marcadas as relações.
Existe
a saudade, é claro, mas é uma evocação deliciosa, sem prantos nem delírios,
como se ele estivesse no nosso plano vital. A obra, entretanto, configurada no
espírito, lhe substitui a matéria, prolongada indefinidamente na memorização constante
dos feitos humanos que tanto o aproximavam de Deus.
Experimentei
a dita de conhecê-lo. Minha família em Palmácia travou estreitas relações com a
Doutora Grasiela – sua mulher - e os Coelhos Teixeiras, filhos de João Teixeira
e Giselda, sobrinhos da Grasiela, de sorte que a todos eles somos agradecidos
pela convivência harmoniosa, amizade sem interesses e, sobretudo, orientação
relativamente aos filhos, pois ambas são famílias muito prolíferas.
Por
essa tabela, conheci o engenheiro Marcos Stênio Nepomuceno Teixeira, cunhado do
Dr. Sérvulo, causando-me a maior espécie, mas também a máxima admiração, o fato
de ele, por meio do Sérvulo Barroso, torcer pelo Gentilândia, embora eu também
fosse simpatizante do Nacional, havendo assistido, algumas vezes, ao “Clássico
das Almas”, com meia dúzia de assistentes no Presidente Vargas.
Veja,
leitor, a história sincera da personalidade de Sérvulo Mendes Barroso (13.09.1923
– Fortaleza, 23.08.1986). Siga-lhe as pegadas para se haver bem nesta e na
outra vida. No fim, agradeça ao Criador por haver nascido e pertencido à mesma
espécie de que ele fez parte em matéria e cuja produção se expande por
indefinido ou até a denominada “consumação dos séculos”.
Sejamos,
ao menos, parecidos com ele... E a Humanidade, decerto, será diferente para bem
melhor.
*Texto
transferido, com modificações, de Repertório
Transcrito – Notas Críticas Ativas e Passivas. Sobral: Edições UVA, 2003.
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