POR QUE ANTECIPAR O FIM?
(Edições U.F.C.)
Vianney Mesquita*
Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. (APOCALIPSE, 1-8).
Perfaz
em 2016 trinta e seis anos que opera uma das mais prestigiosas casas
publicadoras de livros acadêmicos do País – as Edições UFC – instituída pelo descortino do então reitor da
Universidade Federal do Ceará, Professor Paulo
Elpídio de Menezes Neto, em 1980, ocasião em que ele transformou o
exercício amador da publicação de material librário de cunho universitário na
UFC em perfil profissional, no âmbito das compreensões modernas da atividade.
Experimentei
a dita de haver sido seu dirigente, secundando a Professora Doutora Maria Adísia Barros de Sá, sua primeira
secretária-executiva, quando pertenciam ao seu Colegiado Editorial intelectuais
e docentes da Instituição, como a própria Profa. Adísia e os professores José Carlos da Costa Ribeiro, Fran Martins,
Denizard Macedo e Afrânio Aragão
Craveiro, entre outros que os sucederam. Era essa troupe de expeditos conselheiros que concedia pareceres – prática
ainda hoje ocorrente sob a batuta do Prof. Antônio Cláudio Lima Guimarães – cada
qual em sua especialidade, de modo a conferir qualidade às obras a editar.
Impõe-se
considerar, de passagem, o fato de que, in
illo tempore, a Imprensa Universitária não procedia convenientemente às
seleções, muito embora, sob o espectro histórico, tenha sido a maior casa publicadora
do Ceará, especialmente dos docentes da Instituição, mas também de outros
escritores coestaduanos, sob a vigilância constante do Fundador da UFC – Reitor Antônio Martins Filho –
“tipógrafo aos onze anos”. Eu mesmo cheguei a editar com sua marca - Imprensa Universitária
- por exemplo, Estudos de Comunicação no Ceará (com Gilmar de Carvalho, 1985)
e Impressões
– Estudos de Literatura e Comunicação – 1989).
Depois
do instituto das Edições, experimentou-se uma época em que era férvida a movimentação editorial acadêmica
no País, com a realização de encontros universitários em várias academias
nacionais, criação de programas oficiais de incentivo ao livro, como o PROED –
Programa de Incentivo Editorial às Universidades (por meio do qual publiquei,
conforme a pesquisadora paranaense Leilah Santiago Bufren – o primeiro trabalho
sobre editoração universitária no País, o Sobre
Livros – Aspectos da Editoração Acadêmica, com prefácio do Prof. Geraldo
Jesuino da Costa) e a Associação Brasileira de Editoras Universitárias – ABEU,
entre muitos projetos desenvolvidos por instituições patriais de ensino,
pesquisa e extensão.
Felizmente,
a Edições
UFC constitui uma das muitas casas publicadoras que restou altiva nos
seus desígnios iniciais, prosseguindo sobranceira nos elevados propósitos de
selecionar e editar obras de cunho científico e passíveis de circulação em todo
o Brasil e no orbe estrangeiro, exatamente em razão de sua incontroversa
qualidade, sob a segura destra do mencionado Prof. Cláudio Guimarães, o qual, a
cada dia, lhe concede mais alento, mercê de sua competência e descortino
universitários não muito comuns.
Eis
que tramitam pelas suas carteiras, em passos habituais e necessários, os
originais do conjunto de Por que
Antecipar o Fim?, organizado – e também escrito – pelas pesquisadoras, de
visão internacional, Professoras Doutoras Raimunda
Magalhães da Silva (UFC e UNIFOR), Maria
Cecília de Souza Minayo (Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ) e Ana Elisa
Bastos Figueiredo (FIOCRUZ).
O
livro reúne uma seleta dos melhores trabalhos de investigação científica
executados no Brasil, em suas cinco regiões, a respeito da ocorrência de morte
autoinfligida por parte de pessoas (notadamente as institucionalizadas) com
idade superior a sessenta anos, cobrindo comportamentos de tentativas de
autocídios e suicídios consumados por aqueles postados no intervalo etário de
sessenta a cem anos, nomeadamente os internados em instituições de longa
permanência – os abrigos.
Seus
capítulos advêm de ensaios acadêmicos cuja maioria coincide com investigações
sustentadas em universidades nacionais, exigidas por programas stricto sensu – Mestrado e Doutorado –
de qualidade inconteste, e que servirão para linear políticas públicas, por
parte da União, Estados-Membros, Distrito Federal e municípios, a fim de
enfrentar esse grave problema de saúde pública, haja vista o grande percentual
de idosos insertos nessa tira de idade no Brasil.
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