domingo, 25 de outubro de 2015

APRECIAÇÃO LITEROCIENTÍFICA E ARTÍSTICA (VM)

ALGO NOVO NA PRODUÇÃO DO PROF. DR. PAULO MEIRELES BARGUIL
Vanney Mesquita*


No começo, as obras é que concedem fama ao artista. Depois, é o artista que dá renome às obras. (Barão de Montesquieu).


Houvera apreciado nos originais, sob ofício profissional, o conteúdo de Há sempre algo novo, cuja releitura findei há pouco, então feito volume gráfico definitivo. A obra, editada pela ABC, de Fortaleza, traz a rubrica de Paulo Barguil, professor-doutor-associado da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará.

Embora seja cuidado, neste passo, de edição princeps, o autor depois produziu vários outros ensaios científicos na seara da Educação e da Psicologia Educacional, os quais recheiam livros, e também magazines dessas especialidades, com selo Qualis – sistema de avaliação de periódicos da Fundação CAPES – Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal Superior, vinculada ao Ministério da Educação do Brasil.

Convém, pois, manifestar a intenção de que, mesmo nesse estádio de publicação librária inaugural, afigura-se difícil ao crítico menos condescendente deixar de averiguar meticulosamente este primogênito de Paulo Barguil, sem divisá-lo, na prima vista, como broto de um produtor ultimado, mercê de seus aviamentos intelectuais e zelo estético, dos quais se abasteceu antes de se banhar no Jordão mercantil editorial brasileiro.

A fim de perfilhar esses procederes, decerto, parece bastante ao examinador mais austero levar em conta, ad-limine, em meio a outras afeições oferecidas pelo texto sob notação, o inteligente projeto do livro, distinto de proposituras editoriais comuns a esse mercado. Nesse plano, o Professor Paulo Barguil infundiu o total de sua firmeza na arte-ciência da Pedagogia e seus liames psicológicos, o que é perfeitamente legível em cada frase e descodificável na maneira classificatória para exibição das matérias, haja vista a exuberância apreciável de expedientes estético-intelectuais congregados para uma avant-premier obsequiada de características tão singulares.

Evidentemente, no relativo à forma, resulta impossível um escritor aplicar expressões esteticamente consideráveis, senão ao se prover (e despender) de um afortunado senhorio daquilo cuja pretensão está em publicamente enunciar.

Matemático nos conceitos a manifestar, cuidoso nos feitos do estilo a exprimir, Barguil condiz, em termos literários, com o que assinala o aplaudido compositor de Os deuses estão sedentos (YParis, 16.04.1864 – Saynt-Cir-sur-Loire, 12.10.1824). Assim exprime Jacques Anatole François Thibault (Anatole France): "A arte é o homem por inteiro; o que sobrar não é senão devaneio".

Vai assentir o leitor no fato de não figurar em Há sempre algo novo! nenhuma excrescência literária a se contabilizar como partida dobrada de sonho, no débito do simulado, pois o escrito assegura, em imagem real – nem virtual, tampouco invertida – uma óptica do ser humano nos seus melhores atributos e no saber depurado, feitos  subsídios ao conhecimento recém-chegado como fruto da ciência exercitada pelo Escritor objeto deste comentário.

Paulo de Meireles Barguil é um oficiante da atividade professoral escolarizado preciosamente, uma vez que experimentou circular por muitas searas disciplinares, cujo contato ele revela em todo o roteiro de suas tramas didáticas e meadas literárias, às quais fez aportar o toque ecumênico, para asseverar, decerto, a noção de a Ciência efetivar-se sob relações, afluindo o dizer escolástico de Santo Tomás de Aquino, Guilherme de Occam e Anselmo de Cantuária – o qual, como um bordão, vez por outra me sirvo de estribilhar: "Não existe saber do particular" (Non datur scientiae de individuo).

No experimento social acadêmico sob estudo, no terreno largo das Ciências da Educação, o autor granjeia trazer à senda da avaliação – assunto ainda a reclamar estudos mais demorados e profundos de abordagem – aportes de imensa estimação, a serem pertinentemente apossados pelos especialistas em políticas educacionais no Brasil, cuja execução continua viciosa, em consequência de entraves ainda não divisados na procedência da feitura dos planos de Estado específicos, donde os procedimentos avaliativos defluem como um dos mais importantes compostos.

Sobre fundar uma pesquisa de indiscutível merecimento, em consequência da extensão dos seus desígnios, o realce sobra para a salutar intimidade do teor em relação à forma, mormente em virtude da visitação ensaiada por Paulo Barguil a diversos segmentos do conhecimento ordenado, convidando, por exemplo, para adereçar seus textos, a Música e a Poesia, de modo a ataviar os escritos com aspectos plásticos do máximo enlevo.

Tudo isto veio adido – sou determinado a expressar – ao emprego diligente de um repertório vocabular absolutamente conforme em concisão e clareza comunicacional, bem assim de uma elocução polida e sobriamente ilustrada, ajustando-se, pois, a uma conivência de mensagens literárias, artísticas e científicas, conducente a excepcionais recepções por parte da comunidade leitora.


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