ALGO
NOVO NA PRODUÇÃO DO PROF. DR. PAULO
MEIRELES BARGUIL
Vanney Mesquita*
No
começo, as obras é que concedem fama ao artista. Depois, é o artista que dá
renome às obras. (Barão de
Montesquieu).
Houvera
apreciado nos originais, sob ofício profissional, o conteúdo de Há sempre algo novo, cuja releitura
findei há pouco, então feito volume gráfico definitivo. A obra, editada pela ABC, de Fortaleza, traz a rubrica de
Paulo Barguil, professor-doutor-associado da Faculdade de Educação da
Universidade Federal do Ceará.
Embora seja
cuidado, neste passo, de edição princeps,
o autor depois produziu vários outros ensaios científicos na seara da Educação
e da Psicologia Educacional, os quais recheiam livros, e também magazines
dessas especialidades, com selo Qualis
– sistema de avaliação de periódicos da
Fundação CAPES – Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal Superior, vinculada ao
Ministério da Educação do Brasil.
Convém, pois, manifestar
a intenção de que, mesmo nesse estádio de publicação librária inaugural,
afigura-se difícil ao crítico menos condescendente deixar de averiguar
meticulosamente este primogênito de Paulo Barguil, sem divisá-lo, na prima
vista, como broto de um produtor ultimado, mercê de seus aviamentos
intelectuais e zelo estético, dos quais se abasteceu antes de se banhar no
Jordão mercantil editorial brasileiro.
A fim de
perfilhar esses procederes, decerto, parece bastante ao examinador mais austero
levar em conta, ad-limine, em meio a
outras afeições oferecidas pelo texto sob notação, o inteligente projeto do
livro, distinto de proposituras editoriais comuns a esse mercado. Nesse plano,
o Professor Paulo Barguil infundiu o total de sua firmeza na arte-ciência da
Pedagogia e seus liames psicológicos, o que é perfeitamente legível em cada
frase e descodificável na maneira classificatória para exibição das matérias,
haja vista a exuberância apreciável de expedientes estético-intelectuais
congregados para uma avant-premier
obsequiada de características tão singulares.
Evidentemente,
no relativo à forma, resulta impossível um escritor aplicar expressões
esteticamente consideráveis, senão ao se prover (e despender) de um afortunado
senhorio daquilo cuja pretensão está em publicamente enunciar.
Matemático nos
conceitos a manifestar, cuidoso nos feitos do estilo a exprimir, Barguil condiz,
em termos literários, com o que assinala o aplaudido compositor de Os deuses estão sedentos (YParis, 16.04.1864 – †Saynt-Cir-sur-Loire,
12.10.1824). Assim exprime Jacques Anatole François Thibault (Anatole France): "A arte é o homem por inteiro; o que sobrar
não é senão devaneio".
Vai assentir o
leitor no fato de não figurar em Há
sempre algo novo! nenhuma excrescência literária a se contabilizar como
partida dobrada de sonho, no débito do simulado, pois o escrito assegura, em
imagem real – nem virtual, tampouco invertida – uma óptica do ser humano nos
seus melhores atributos e no saber depurado, feitos subsídios ao conhecimento recém-chegado como
fruto da ciência exercitada pelo Escritor objeto deste comentário.
Paulo de
Meireles Barguil é um oficiante da atividade professoral escolarizado
preciosamente, uma vez que experimentou circular por muitas searas
disciplinares, cujo contato ele revela em todo o roteiro de suas tramas didáticas
e meadas literárias, às quais fez aportar o toque ecumênico, para asseverar,
decerto, a noção de a Ciência efetivar-se sob relações, afluindo o dizer
escolástico de Santo Tomás de Aquino, Guilherme de Occam e Anselmo de Cantuária
– o qual, como um bordão, vez por outra me sirvo de estribilhar: "Não existe saber do particular" (Non datur scientiae de individuo).
No experimento
social acadêmico sob estudo, no terreno largo das Ciências da Educação, o autor
granjeia trazer à senda da avaliação – assunto ainda a reclamar estudos mais
demorados e profundos de abordagem – aportes de imensa estimação, a serem
pertinentemente apossados pelos especialistas em políticas educacionais no
Brasil, cuja execução continua viciosa, em consequência de entraves ainda não
divisados na procedência da feitura dos planos de Estado específicos, donde os
procedimentos avaliativos defluem como um dos mais importantes compostos.
Sobre fundar
uma pesquisa de indiscutível merecimento, em consequência da extensão dos seus
desígnios, o realce sobra para a salutar intimidade do teor em relação à forma,
mormente em virtude da visitação ensaiada por Paulo Barguil a diversos segmentos
do conhecimento ordenado, convidando, por exemplo, para adereçar seus textos, a
Música e a Poesia, de modo a ataviar os escritos com aspectos plásticos do
máximo enlevo.
Tudo isto veio
adido – sou determinado a expressar – ao emprego diligente de um repertório
vocabular absolutamente conforme em concisão
e clareza comunicacional, bem
assim de uma elocução polida e sobriamente ilustrada, ajustando-se, pois, a uma
conivência de mensagens literárias, artísticas e científicas, conducente a excepcionais
recepções por parte da comunidade leitora.
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