domingo, 24 de março de 2019

CRÔNICA - Coleções (WI)


COLEÇÕES
Wilson Ibiapina*

No meu tempo de criança, a gente se divertia também fazendo coleção. Coleção de qualquer coisa: isqueiros, canetas, Estampas Eucalol, flâmulas e figurinhas, latinhas de cerveja. Muitos ficaram adultos com essa mania. Eu colecionei cinzeiros de hotéis, bares e restaurantes. Até hoje junto chapéus de tudo quanto é canto. Um vizinho, em Brasília, colecionava garrafas de cachaça.

O jornalista Manuel Pompeu e eu ajudamos o Nelsinho a consumir em semanas o que ele levou anos para juntar na adega de casa. O jornalista Jorge Honório era colecionador de chaveiros. William Moura, em Fortaleza, até hoje guarda maços de cigarros – carteiras – como chamam no Ceará. A mais rara que vi na coleção é do cigarro “Aí”. Me dá um cigarro Aí.

Dona Luíza Távora, esposa do então governador Virgílio Távora, era Primeira Dama do Ceará quando descobriu que um dos filhos de Celina e Rangel Cavalcante fazia coleção de chaveiros. 

Num fim de semana ela foi à residência do jornalista, que na época era o Secretário de Comunicação do Estado. Levou vários chaveiros para a coleção do Eugênio. 

O irmão dele, mais velho, Rangel Filho, com oito anos de idade, aproximou-se de Dona Luíza e ela foi logo querendo saber se ele também fazia coleção. Rangel Filho disse que sim. “O que você coleciona meu filho?”

– Eu junto cédulas de 500 cruzeiros. Dona Luiza tirou da bolsa uma nota de 500, entregou ao garoto, e perguntou:

– Faz tempo que você coleciona dinheiro?

– Não, senhora. Tô começando agora.


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