domingo, 4 de outubro de 2020

Soneto Decassilábico Português – Estória de Pescador (VM)

 ESTÓRIA DE PESCADOR
Vianney Mesquita*

 

Deixa sempre pender o anzol: onde menos esperares haverá peixe beliscando. PÚBLIO OVÍDIO NASÃO.

[Poeta romano. Sulmona, 20.3.43 a.t.c.; Constanza – Romênia, 16 d.t.c. – depois do tempo comum].

 

Vês este Orós, Ontário, Lago Aral,
Vostok palmaciano, Castanhão,
Paranoá, Superior, Baikal,
Corpo d’água gigante do Japão.
 
Neste meu Titicaca, há, de montão,
Ariranha, bodó, corró, piau,
Truta, robalo, garoupa, esturjão,
Tucunaré, traíra e bacalhau.

 
De uma pesca abundante – assim nomeio 
(Lucas cinco, até onze, perde é feio!)
Cento e dez comilões jantam. Tranquilo!
 
Aqui – pasmem!  Peguei num veraneio
Um jacundá de dois metros e meio
E uma piaba com mais de um quilo.



COMENTÁRIO

Fenomenal a verve satírica, assim como lírica, desde nosso inspirado confrade Vianney. O Blog postou três sonetos, um por semana, que ele produziu a respeito de um feriado que desfrutou, em sítio do ramo Mattos Dourado da sua família, na montanha palmaciana. Três catitas peças literárias, expressando a sua gratidão pela acolhida que obteve, além de exalar o ar telúrico do ambiente. Soberbo!

Reginaldo Vasconcelos   

 

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