POR QUE OS CANDIDATOS
SE PREOCUPAM TANTO COM O
NÚMERO
(E POR QUE NÃO DEVERIAM
FAZER ISSO)
João Pedro Gurgel*
O período eleitoral começou. Como de praxe, muitos candidatos apressam-se. Correm às gráficas. Aos seus produtores de conteúdo e tudo mais na busca frenética e delineada de seus nome e número. Como se tudo dependesse disso. Mas será que deveria depender?
Há alguns anos, Simon Sinek, renomado autor britânico, trouxe ao debate um tema muito importante, que revolucionou inclusive a organização das grandes empresas. Simon falou sobre motivação. O porquê. E assim nasceu uma de suas ideias mais famosas: “comece pelo porquê”. Simon defende que o maior erro das pessoas está em não achar um propósito. Uma ideia que transmita empatia. Sinceridade. Que motive de fato as pessoas a agirem.
Vejo que isso não é diferente com a política. Muitos dos candidatos ultra-mega-hiper focam em promover suas campanhas, mesmo sem uma razão bem definida. Escancaram seu número e nome como se somente esse binômio fosse o que de fato representa um representante. Uma espécie de verborragia colorida que só ajuda o eleitor a ter mais raiva da política tradicional.
Há um porquê em cada esquina. Nossa sociedade tem muitos problemas sérios, tais como a desigualdade social, o descaso para com o meio ambiente e tantos outros. No meio dessa infinidade de problemas, o candidato que se preocupa com seu nome e número revela que não se preocupa um porquê além de si. E talvez seja esse o motivo por que ele não mereça seu voto. Seu voto merece um porquê. E isso é muito maior que um nome. Ou um número.
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