PARAÍSO DE
ÁGUAS CLARAS
Vicente Alencar*
É neste Arquipélago de 28 quilômetros quadrados que chegamos. Uma viagem maravilhosa, onde os "cartões postais", vistos durante toda a viagem, pagam qualquer pequeno problema que venha a existir. O que mais nos convida a viver momentos agradáveis é a sua Geografia, com 21 ilhas, ilhotas e rochedos, dois dos quais saltam à vista e, o "Ceará Moleque" batizou de “Fafá de Belém”, por motivos óbvios! A Ilha, principal, com o aconchego de suas pousadas, conta com 17 km2.
A Vila dos Remédios é seu Núcleo Central, uma espécie de Capital, onde se comenta, se discute a beleza do lugar, e não se fala muito, pois, estamos ali como “fiscais da Natureza” o que sempre nos diz o Professor Antônio de Albuquerque Sousa Filho, ex-Reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e Secretário de 1º e 2º Graus do Mec. Pertencer a esta categoria de "fiscais" é uma maravilha, pois, somos testemunhas das muitas belezas de nosso país, em todas as Regiões. Além do Nordeste, o Sul, o Sudeste e o Centro Oeste nos mostram vários Brasis. Como membro da Associação Brasileira de Radialistas de Turismo (Abratur) posso verificar isso, em todas as viagens.
Mas, falar de Fernando de Noronha é importante e interessante. Segundo a história, o explorador Fernão Loronha ali esteve, vindo da Europa, entre 1500 e 1502, numa localidade que, em 24 de Setembro, de 1700, portanto 320 anos tenha passado a pertencer, oficialmente, a Portugal, através da Carta Régia publicada naquele ano. Com o passar do tempo, Fernão passou a ser chamado de Fernando, e Loronha, de Noronha. Coisas criadas pela pronúncia de duas Nações irmãs, com o mesmo idioma. Em 1942, face II Guerra Mundial e o ponto estratégico que é, o Arquipélago tornou-se Território Federal, em nosso país. Desde 1988 vive uma nova realidade com seus 11.720 hectares.
GOLFINHOS
Seus Golfinhos (stenelle longirostria) no território, preservando tudo que é possível, e minimizando o lixo produzido pelos humanos, com suas espécies endêmicas em destaque, desde 2001, foi reconhecido como Patrimônio Natural da Humanidade.
Podemos chamar o local, como muita gente já publicou, de Ilha Ecológica, pois suas 16 praias, distribuídas em 21 localidades, encantam a todos. Como disse aquela criança a nos perguntar: “Por que chamar o arquipélago de 21 ilhas, se podemos dizer uma só: Ilha Ecológica?” Concordam ou discordam? Nesta viagem de alegria, beleza, cultura e amor, vale tudo, dentro da preservação de um Brasil melhor.
BELEZAS
A sua ilha principal que. por sinal, é a única habitada, a ilha do frade, é na verdade, um rochedo aparentando um dedo apontado para o céu, na Praia de Atalaia, também, o Morro do Pico, que serve de guia natural, para os visitantes turistas. 16 praias contornam seus 28 km2 que ocupam dois lados diferentes: o chamado Mar de Dentro, que se volta para o Continente, e o Mar de Fora, olhando para o Atlântico.
Naquele, estão asa praias que os surfistas adoram: Conceição, Boldró, do Americano, Quixaba e Cacimba de Pedra, bem como a baía do Sancho, uma pequena enseada, onde se alcança seguindo pelas pedras, quando a maré está baixa e colabora, ou, então, descendo por uma escada de ferro. Por ali temos, também, a baía de Santo Antonio, onde estão os restos do navio grego Astúria, que afundou em 1940, além da baía dos Porcos, onde muita gente elogia as piscinas naturais. Neste outro lado – Mar de Fora – a Praia do Atalaia, a Bahia Sueste e a Praia do Leão.
PARQUE NACIONAL
O Parque Nacional Marinho tem, para todos os visitantes, uma taxa cobrada pelo Ibama, que é paga no desembarque e é progressiva, de acordo com os dias passados no local. As pousadas são as próprias Casas dos nativos, com algumas melhorias. Você pode desfrutar as duas estações: o verão – de setembro a janeiro e o inverno – de fevereiro a agosto, num clima, geralmente, seco. As águas são calmas e transparentes nas duas estações, numa região com a maioria dos meses verdes e agradáveis. Viajar a Fernando de Noronha é viver um Brasil menino, onde podemos acompanhar o Projeto Tamar, cuidando da reprodução dos animais marinhos, estimulando o Turismo Ecológico, nos mostrando pesquisas sobre tubarões, além das trilhas ecológicas e históricas, com a presença, sempre necessária, dos Guias. Para quem pratica o mergulho, o Arquipélago é plenamente agradável. Como foi para mim, uma boa viagem para todos.
BIBLIOGRAFIA
DUARTE, Leite – 1923 – O mais antigo mapa do Brasil – História da Colonização Portuguesa no Brasil. Vol II, Pág 221-81. ROUKEMA, E – 1963 – Brazil in the Cautino MAP, Imago mundi, Vol 17, Pag 7-16.
Consultas:
Fernando de Noronha no tripAdvison.
“Anais do Mar” – Considerações e criação da Base Naval de Fernando de Noronha. Ed: Brazil Nevy and Army, 1936.
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