domingo, 25 de setembro de 2016

ARTIGO - Cuidado! (JA)


CUIDADO!
Jovino de Alencar*


Depois de retirar o ensino de grego e de latim do currículo do estudante brasileiro, na década de 30; depois de acabar com o Exame de Admissão ao Curso Ginasial; depois de esvaziar o vestibular com vistas aos cursos superiores, e de criarem o ENEM (Eu Não Estudo Mais), o Governo Brasileiro (seja lá quem for o governante) deseja agora enterrar o País.

Numa Medida Provisória publicada no Diário Oficial da União de ontem, dia 23, e após afirmar que ainda vai definir o programa (pode?), o Governo deseja enterrar o ensino brasileiro. Grade de Ensino? Para que?.

São com atitudes assim, como outras de FHC, Lula da Silva e Dilma, que desejam assassinar o Brasil, como fizeram com Cuba, Venezuela, Bolívia e tentaram com o Paraguai e Uruguai. Mas não conseguirão. O Brasil é igual a mororó: enverga mas não quebra.

O melhor de tudo: todos eles também morrerão. Pegarão 7 palmos, mais cedo ou mais tarde. Rico ou pobre. De morte morrida mesmo.

*Jovino Nunes de Alencar
INSTITUTO CEARENSE DE CULTURA PORTUGUESA
Fundado em 01 de junho de 1992
Fortaleza – Ceará

Enviado por Vicente Alencar



COMENTÁRIO:

Calma! Ainda não há como saber se acertarão a fórmula, mas há consenso geral de que alguma coisa precisava ser feita para melhorar os ensinos fundamental e médio no Brasil, onde se finge transmitir uma montanha de conteúdos didáticos, e grande parte dos formandos saem da faculdade sem capacidade de fazer uma regra de três e de redigir um simples bilhete. Aliás, há muitos anos se diz que se o estudante brasileiro concluísse o curso médio sabendo tudo o que é prescrito pelo currículo oficial ele seria um grande sábio.

Imagine-se um estudante que dominasse realmente as ciências exatas – a matemática, a física, a química – como também a gramática – análise sintática e morfológica, concordância, regimes verbais etc. – mas também conhecesse a literatura clássica e as técnicas de redação, sendo ainda fluente em inglês ou espanhol.

E que pudesse discorrer sobre História Universal, desde as guerras púnicas, passando pela revolução francesa, os grandes descobrimentos, as duas Guerras Mundiais, sabendo ainda todos os fatos, todos os personagens, todas as datas da vida brasileira, de Cabral a Tancredo Neves. Seria um gênio. 

Mas, além de estudarem somente para se sair bem no risca-risca, em vez de aprenderem aquilo de que realmente precisarão na vida prática, para a sua evolução intelectual e para o progresso do País, os nossos estudantes de hoje perdem tempo com matérias ideológicas sobre libertinas liberdades, com base no que os opressores fascistoides modernosos consideram "politicamente correto", sobre supostos merecimentos sociais naturais, sem esforço e sem mérito, e sobre as subidas virtudes do homossexualismo.

Um estudante alemão ou japonês é capaz de dar aulas aos nossos professores universitários da cadeira específica que interesse ao curso que escolheu, e ele sai da universidade falando, lendo e escrevendo em inglês, e pronto para produzir tecnologia de altíssima qualidade – grandes médicos, grandes engenheiros, grandes cientistas.

Mas esses estudantes só conhecerão a etimologia de seu próprio idioma, o nome de seus imperadores do passado ou onde fica o Brasil se forem estudantes de letras, de história, de geografia, conhecimentos de que não precisam para desenvolver máquinas agrícolas super eficientes, técnicas cirúrgicas sofisticadas, fármacos revolucionários ou softwares de última geração.

O fato é que estamos vivendo no mundo da superespecialização, que se resume em conhecer cada vez mais, sobre cada vez menos, de modo que não podemos mais manter um currículo estudantil do tempo em que um médico, por exemplo, tratava da labirintite ao panarício, do impetigo ao câncer no cérebro. Um engenheiro estava apto a projetar edifícios e motores de automóveis e um agrônomo tinha que entender do plantio de cacau e de laranjas.

No passado ainda havia a opção rudimentar de se escolher o curso científico, ou o curso clássico, ou ainda o curso normal, para que o optante pudesse focar mais em ciência exatas ou humanas, de conformidade com a área do conhecimento eleita para a sua futura profissão.

Então, que se retome essa divisão vocacional, voltando ao ensino do latim e do grego antigo para os que priorizarem as letras, deixando exponenciais e logaritmos para quem prefira aritméticas. Mas que todos aprendam o básico para fazer as quatro operações matemáticas (sem uso de calculadora), e a falar e escrever corretamente em português e em inglês, que é língua universal.

Reginaldo Vasconcelos 

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