RIO JAGUARIBE
Vicente Alencar*
Ele caminha lento,
amargurado,
invadindo a Caatinga,
passando os Tabuleiros,
levando
esperanças
ao caboclo que acredita
na sua força.
O desmatamento de suas margens
o assoreamento que é vítima,
a poluição
que o agride,
os dejetos que lhe jogam,
mesmo assim ele caminha.
Embora devagar,
segue firme,
sabendo que seu destino
é levar em frente
o esperado desenvolvimento...
Os sertanejos
que dependem de suas águas,
das suas margens,
do seu peixe,
o respeitam...
Seus afluentes vivem
o drama do Sol,
da falta de inverno,
da ausência de Programas Oficiais.
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CHUVA DE OUTONO
Humberto Ellery*
Embriagai-vos sem cessar. Com vinho, com poesia, com virtude. Como
quiserdes. Mas embriagai-vos. (Charles-Pierre Baudelaire)
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